Análise das Práticas de Violência Obstétrica nas Mulheres inscritas na Unidade de Saúde Familiar da Estrela

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Francisco Carlos de Pinho
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12777
Resumo: Introdução: A Violência Obstétrica é definida como tratamento desumanizado, excesso de utilização de fármacos e a “patologização” do trabalho de parto. Engloba procedimentos nos quais as mulheres são privadas de autonomia relativamente ao seu corpo e a realização de outros sem o seu consentimento. Os objetivos deste trabalho são avaliar e aferir a prevalência de práticas de violência obstétrica nas mulheres inscritas na Unidade de Saúde Familiar da Estrela, assim como discutir as práticas mais frequentes e perceber as consequências para as mulheres. Materiais e Métodos: O nosso estudo é observacional, transversal e descritivo e apresenta critérios de inclusão e exclusão claros, que condicionam mulheres que estão inscritas na Unidade de Saúde Familiar da Estrela e que pariram entre janeiro de 2015 e dezembro de 2019. Foi entregue um questionário para colher os dados. Resultados: Cerca de 8.7% das mulheres consideram ter sofrido alguma forma de violência ou maus-tratos durante o trabalho de parto e 13% não têm a certeza. Alguns procedimentos foram realizados sem consentimento entre 4.3% a 15% das mulheres. A Manobra de Kristeller foi realizada em 17.4% das mulheres, 39.1% dos partos foram induzidos e a taxa de cesariana é de 47.8%. O desrespeito, humilhação e a restrição de movimentos e de posição apresentam associação estatisticamente significativa com a perceção de ter sofrido alguma forma de violência ou maus-tratos durante o trabalho de parto. Conclusão: A Violência Obstétrica, na nossa amostra, está diretamente relacionada com 4 práticas: desrespeito e humilhação por parte dos profissionais de saúde e restrição de movimento e de posição durante o parto. Existem ainda alguns procedimentos que urgem ser analisados, dada a sua prevalência: taxa de cesarianas, indução do trabalho de parto e Manobra de Kristeller, pelo que devem ser implementadas medidas para mitigar este tipo de práticas.
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spelling Análise das Práticas de Violência Obstétrica nas Mulheres inscritas na Unidade de Saúde Familiar da EstrelaAutonomiaConsentimentoGravidezTrabalho de PartoViolência ObstétricaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A Violência Obstétrica é definida como tratamento desumanizado, excesso de utilização de fármacos e a “patologização” do trabalho de parto. Engloba procedimentos nos quais as mulheres são privadas de autonomia relativamente ao seu corpo e a realização de outros sem o seu consentimento. Os objetivos deste trabalho são avaliar e aferir a prevalência de práticas de violência obstétrica nas mulheres inscritas na Unidade de Saúde Familiar da Estrela, assim como discutir as práticas mais frequentes e perceber as consequências para as mulheres. Materiais e Métodos: O nosso estudo é observacional, transversal e descritivo e apresenta critérios de inclusão e exclusão claros, que condicionam mulheres que estão inscritas na Unidade de Saúde Familiar da Estrela e que pariram entre janeiro de 2015 e dezembro de 2019. Foi entregue um questionário para colher os dados. Resultados: Cerca de 8.7% das mulheres consideram ter sofrido alguma forma de violência ou maus-tratos durante o trabalho de parto e 13% não têm a certeza. Alguns procedimentos foram realizados sem consentimento entre 4.3% a 15% das mulheres. A Manobra de Kristeller foi realizada em 17.4% das mulheres, 39.1% dos partos foram induzidos e a taxa de cesariana é de 47.8%. O desrespeito, humilhação e a restrição de movimentos e de posição apresentam associação estatisticamente significativa com a perceção de ter sofrido alguma forma de violência ou maus-tratos durante o trabalho de parto. Conclusão: A Violência Obstétrica, na nossa amostra, está diretamente relacionada com 4 práticas: desrespeito e humilhação por parte dos profissionais de saúde e restrição de movimento e de posição durante o parto. Existem ainda alguns procedimentos que urgem ser analisados, dada a sua prevalência: taxa de cesarianas, indução do trabalho de parto e Manobra de Kristeller, pelo que devem ser implementadas medidas para mitigar este tipo de práticas.Introduction: Obstetric Violence is defined as dehumanized treatment, abuse of medication and the pathologization of labour. It encompasses procedures in which women are deprived of autonomy regarding their bodies and others performed without their consent. The objectives of this study are to evaluate labour and assess the prevalence of Obstetric Violence practices in women who are medically followed at Unidade de Saúde Familiar da Estrela, as well as discuss the most frequent procedures and their post-labour consequences for women. Methods and Materials: We conducted an observational, cross-sectional and descriptive study, with clearly defined inclusion and exclusion criteria, conditioning women who are medically followed at Unidade de Saúde Familiar da Estrela that have given birth between January 2015 and December 2019. A questionnaire was delivered to collect the data. Results: There are 8.7% of women that consider having suffered some form of violence or mistreatment during labour and 13% are not sure. Some procedures were performed without consent in between 4.3% and 15% of our sample. The Kristeller’s Manoeuvre was performed in 17.4% of women, 39.1% of labours were induced and the caesarean delivery was performed in 47.8%. Disrespect, humiliation, movement and position restriction are statistically related to having suffered some form of violence or mistreatment during labour. Conclusion: Obstetric Violence in these women is directly related with 4 different types of practices: disrespect and humiliation from health care professionals as well as position and movement restriction during labour. There are other procedures that should be analysed due to their prevalence: caesarean deliveries, induction of labour and the Kristeller’s Manoeuvre. Measures should be put in place to mitigate these practices.Fernandes, Cátia Carina PontíficeAugusto, Amélia Maria CavacaFerreira, Dário Jorge da ConceiçãouBibliorumDuarte, Francisco Carlos de Pinho2023-01-25T10:30:37Z2022-05-232022-04-052022-05-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12777TID:203182685porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:04Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12777Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:18.432053Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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