Um Contributo Manuscrito de d. Francisco de Portugal para o conhecimento do português setecentista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0807-89672012000100002 |
Resumo: | Em 1743, Manuel Pereira da Costa verte para português a Histoire romaine par demandes et par réponses, atribuída ao Abade Morvan de Bellegarde. A tradução portuguesa, Historia Romana por perguntas e respostas, desde a fundação de Roma até o presente, ou melhor, a sua Parte 1.ª (não constando que se tenha publicado a 2.ª), inspirou a D. Francisco de Portugal uma lista de "Reparos", trasladados num manuscrito setecentista da Biblioteca Pública de Évora. Sendo um dos mais notáveis membros da Academia Real de História, reconhecido possuidor de vastos conhecimentos filológicos, cujas "litterarias produçoens sempre foraõ respeitadas por incomparaveis, assim pela novidade da idea, como pela subtileza do discurso, e pureza do estilo", alinha em quatro fólios os defeitos lexicais, gramaticais e pragmáticos que, na tradução do escritor e professor de latim Manuel Pereira da Costa, mais repugnam à sua indefetível veia purista, embora a tenha considerado excelente. Se, no âmbito da historiografia linguística portuguesa, existem em suficiência obras lexicográficas e gramaticais corporizando as mesmas e outras ideias da época com respeito ao português, e esboçando o leque da sua variação e mudança nos séculos XVII-XIX, no que concerne ao estudo contextualizado destes factos linguísticos numa visão subjetiva e epocal (realização fonética e ortográfica específicas, adequação, regências, registos, cambiantes, colocação, equivalências interlinguísticas), um contributo importante poderá ainda ser dado por obras menores, dispersas e manuscritas, como este Appendix Probi do português setecentista, na habitual tensão dialógica entre o uso clássico/de autoridades e o uso real e popular, inscrito no tempo. Intemporal, a exortação pelo respeito da gramática portuguesa nas suas especificidades, a demarcar da latina tão inflexivelmente como da francesa. |
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