A filosofia da religião de David Hume: teísmo, ateísmo ou deísmo?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dimas, Samuel
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/34647
Resumo: Na sua filosofia da religião, David Hume faz a distinção entre teísmo genuíno, que corresponde à afirmação de que toda a estrutura da natureza indica um Ser Supremo, autor inteligente e criador da ordem do Mundo, e teísmo supersticioso, que corresponde à crença do politeísmo idólatra na ação servil e familiar dos poderes superiores, descritos de forma antropomórfica com paixões e apetites, membros e órgãos humanos. A partir desta distinção procuraremos mostrar que na obra deste autor não está em causa a essencial verdade religiosa acerca da existência de Deus, que surge à razão como óbvia, mas sim a conceção antropomórfica dos atributos divinos e a sua adequada cognoscibilidade, bem como a forma das religiões conceberem a relação providencial com as criaturas no sentido da suprema justiça e da instauração de um futuro perfeito de integral redenção. Só é possível afirmar da causa divina aquilo que se pode inferir da experiência que fazemos dos seus efeitos Assim, consideraremos que a sua posição não é de ateísmo, no sentido etimológico do termo, mas sim de deísmo, no sentido de se inferir racionalmente a partir dos efeitos a existência da Divindade, como causa última de toda a ordem natural, sem, no entanto, ser possível a compreensão filosófica da sua incomensurável essencialidade, ficando o seu obscuro e contraditório discurso remetido para o plano da fé.
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