Da consciência do lugar em arquitectura - a poética do silêncio : o convento como arquétipo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Salvador, Tiago Gomes Monge, 1986-
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11067/865
Resumo: A consciência do lugar afirma-se imprescindível ao arquitecto. Entidade física e fenomenológica, o lugar é entendido como fundamento ontológico da arquitectura, princípio originário, poética fecunda do acto criador. É a crença no acto projectual como gesto reflexivo e emotivo, despoletado por um olhar revelador das propriedades em imanência no sítio, na procura do lugar. A obra de arquitectura é expressão indelével da vivência do seu autor. Cada obra edifica a sua teoria. Em posição antagónica ao ruído vigente, entende-se que uma posição de silêncio conduzirá a uma arquitectura de resultado silencioso. O silêncio é o modo como o espaço se faz sentir em quem o habita. O desenho afigura-se como um registo de sentido depurador que, na emoção que transporta, filtra a realidade, eliminando o supérfluo, num desvelar da essência e da substância, da verdade e do valor. Capta e transmite o silêncio como expressão de uma arquitectura de emoção. Um silêncio ao nível da ética, da poética e da estética. É a recusa da arquitectura subsidiária da mediatização, superando a hegemonia da visão e a consequente sobrevalorização da imagem numa manifesta vontade de pensar a arquitectura multisensorial, de íntima relação com os lugares e com quem os habita, na procura do belo e do sublime: a poética do silêncio. A experiência projectual vivida em Projecto III confere o mote: o feliz encontro com um lugar conventual a intervir desperta o interesse no convento como arquétipo da relação arquitectura-lugar-silêncio. Edifícios de vanguarda por excelência, os conventos instituíram novos mundos - estruturando o território, marcando a paisagem, transformando sítios, construindo lugar. E o lugar por eles criado é um lugar particular. Nascido do silêncio fecundo, traz à luz um outro silêncio: o da inefabilidade da experiência sensível que despoleta e a que conduz. É o edificar da aura, que os perpetua no tempo e afirma a sua irreprodutibilidade na relação com o lugar.
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