Utilização da triptase como marcador de prognósticos em doentes com gamopatias monoclonais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bicho, Diana Stefanía Faria
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/886
Resumo: As Gamopatias Monoclonais (GM) são um grupo de doenças associado à hiperprodução monoclonal de células plasmocitárias na medula óssea, as quais produzem uma quantidade anormal de uma imunoglobulina monoclonal ou apenas fragmentos desta, usualmente IgA ou IgG. O Mieloma Múltiplo (MM), um dos tipos mais comuns e mortíferos de GM, constitui aproximadamente 10 % das neoplasias hematológicas. Encontra-se fundamentado que os mastócitos (MC) se encontram intimamente associados ao processo de angiogénese tumoral, assumindo esta especial importância na formação e crescimento de tumores, entre eles o MM. Assim, a angiogénese da medula óssea e as contagens de MC encontram-se altamente correlacionados em doentes com Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado e em doentes com MM activo e não activo. A triptase, libertada por mastócitos (MC) após desgranulação, estimula a proliferação das células endoteliais vasculares humanas, promove a formação do tubo vascular em culturas e também degrada a matriz do tecido conjuntivo para providenciar espaço para o crescimento neovascular. A triptase desempenha ainda uma função autócrina já que a sua libertação pelos MC leva à desgranulação dos MC adjacentes, providenciando uma amplificação do sinal. A triptase tem sido vastamente utilizada como indicador do número e da activação de MC e, mais recentemente, como marcador de prognóstico em diversas doenças, tais como a mastocitose sistémica e reacções anafilácticas. Pelo referido, justifica-se a necessidade de apresentar um método não invasivo que ajude no diagnóstico das GM. Deste modo, o principal objectivo deste estudo foi a avaliação da triptase como potencial marcador independente para as GM. Os 304 participantes neste estudo foram recrutados na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda e foram divididos em dois grupos: um grupo controlo composto por amostras de 77 indivíduos adultos sem GM e por um grupo teste formado por amostras de 229 indivíduos seleccionadas na seroteca do Serviço de Patologia Clínica, a partir do proteinograma por apresentarem suspeita de GM. Cada um destes grupos foi depois dividido em dois subgrupos: atópicos e não atópicos. Os resultados mostraram a existência de diferenças estatisticamente significativas na concentração de triptase para os indivíduos atópicos e não atópicos do grupo controlo e nos indivíduos não atópicos com e sem GM. Também se verificaram diferenças significativas entre os níveis séricos de triptase nos indivíduos não atópicos do grupo teste que apresentavam GM do tipo IgM e IgG. Por último, observaram-se diferenças significativas na concentração de IgE específica para aeroalergénios nos indivíduos atópicos com e sem GM. Deste modo foi possível verificar uma relação entre a atopia e os níveis séricos de triptase nos indivíduos sem GM e a existência de um efeito inibitório dos clones tumorais sobre os MC afectando os níveis de triptase nos indivíduos do grupo teste. Os resultados sugerem que a triptase, apesar do seu papel na neoangiogénese, não parece constituir um marcador diferencial no prognóstico das GM nos indivíduos atópicos.
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Assim, a angiogénese da medula óssea e as contagens de MC encontram-se altamente correlacionados em doentes com Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado e em doentes com MM activo e não activo. A triptase, libertada por mastócitos (MC) após desgranulação, estimula a proliferação das células endoteliais vasculares humanas, promove a formação do tubo vascular em culturas e também degrada a matriz do tecido conjuntivo para providenciar espaço para o crescimento neovascular. A triptase desempenha ainda uma função autócrina já que a sua libertação pelos MC leva à desgranulação dos MC adjacentes, providenciando uma amplificação do sinal. A triptase tem sido vastamente utilizada como indicador do número e da activação de MC e, mais recentemente, como marcador de prognóstico em diversas doenças, tais como a mastocitose sistémica e reacções anafilácticas. Pelo referido, justifica-se a necessidade de apresentar um método não invasivo que ajude no diagnóstico das GM. Deste modo, o principal objectivo deste estudo foi a avaliação da triptase como potencial marcador independente para as GM. Os 304 participantes neste estudo foram recrutados na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda e foram divididos em dois grupos: um grupo controlo composto por amostras de 77 indivíduos adultos sem GM e por um grupo teste formado por amostras de 229 indivíduos seleccionadas na seroteca do Serviço de Patologia Clínica, a partir do proteinograma por apresentarem suspeita de GM. Cada um destes grupos foi depois dividido em dois subgrupos: atópicos e não atópicos. Os resultados mostraram a existência de diferenças estatisticamente significativas na concentração de triptase para os indivíduos atópicos e não atópicos do grupo controlo e nos indivíduos não atópicos com e sem GM. Também se verificaram diferenças significativas entre os níveis séricos de triptase nos indivíduos não atópicos do grupo teste que apresentavam GM do tipo IgM e IgG. Por último, observaram-se diferenças significativas na concentração de IgE específica para aeroalergénios nos indivíduos atópicos com e sem GM. Deste modo foi possível verificar uma relação entre a atopia e os níveis séricos de triptase nos indivíduos sem GM e a existência de um efeito inibitório dos clones tumorais sobre os MC afectando os níveis de triptase nos indivíduos do grupo teste. Os resultados sugerem que a triptase, apesar do seu papel na neoangiogénese, não parece constituir um marcador diferencial no prognóstico das GM nos indivíduos atópicos.The Monoclonal Gammopathies (GM) are a group of diseases associated with overproduction of monoclonal plasma cells in bone marrow, which produce an abnormal amount of monoclonal immunoglobulin or just fragments of it, usually IgG or IgA. The Multiple Myeloma (MM), one of the most common and fatal of GM, is approximately 10% of hematologic malignancies. It is reasoned that the mast cells (MC) are closely associated with the process of tumor angiogenesis, therefore assuming particular importance in the formation and growth of tumors, including MM. Thus, bone marrow angiogenesis and MC counts are highly correlated in patients with Monoclonal Gammopathy of Undetermined Significance and MM patients with active and not active disease. The tryptase released by mast cells (MC) after degranulation, stimulates the proliferation of human vascular endothelial cells, promotes vascular tube formation in cultures and also degrades the connective tissue matrix to provide space for neovascular growth. The tryptase also plays an autocrine role since its liberation by the MC leads to adjacent MC degranulation providing a signal amplification. The tryptase has been widely used as an indicator of the number and activation of MC and, more recently, as a prognostic marker in several diseases such as systemic mastocytosis and anaphylactic reactions. Taking into account the need of a noninvasive method that helps in the diagnosis of GM, the main objective of this study was the evaluation of tryptase as a potential independent marker for GM. The 304 participants in this study were recruited from the Local Health Unit (ULS) of the Guarda and were divided into two groups: a control with samples from 77 adults with no GM and a study group with samples of 229 individuals selected at serotec of Clinical Pathology Laboratory. This group was selected based on suspected GM protein profile. Each of these groups was then divided in atopic and nonatopic individuals. The results showed statistically significant differences in the concentration of tryptase for atopics and nonatopics of control group and for non-atopic individuals with and without GM. There were also significant differences between serum tryptase levels in non-atopic study group with IgM and IgG GM. Finally, there were significant differences in the concentration of specific IgE to aeroalergens in atopic individuals with and without GM. It was observed a relationship between atopy and serum tryptase levels in patients without GM and the existence of inhibitory effect of tumor clones in MC affecting the levels of tryptase in the study group subjects. Despite the role of tryptase in neoangiogenesis, this protein does not seem to be a differential marker in the prognosis of GM at least for atopic individuals.Universidade da Beira InteriorTomaz, Cândida Ascensão TeixeiraRatado, Paulo Manuel Tavares Vicente BejauBibliorumBicho, Diana Stefanía Faria2013-01-10T09:54:19Z2011-062011-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/886porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:16Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/886Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:51.912733Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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