«Recuso-me a ir para aquela escola»: Um caso clínico de bullying

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carneiro,Diana
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Figueiredo,Ana
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732012000400008
Resumo: Introdução: A violência escolar é um problema de Saúde Pública com graves consequências individuais e sociais. A apresentação deste caso tem como objectivo alertar os médicos de família para a alta prevalência de bullying e realçar a importância da sua actuação na prevenção, no diagnóstico, no tratamento das possíveis repercussões e na orientação da família. Descrição do caso: Adolescente de 15 anos, pertencente a uma família nuclear na fase V do ciclo de Duvall. Após várias consultas no ano de 2010, recorreu à consulta aberta da sua médica de família, apresentando queixas de agressão por parte dos colegas da escola. Referiu, ainda, insónia, irritabilidade, falta de apetite e recusa escolar. Os funcionários da escola não se mostraram sensibilizados. O director de turma sinalizou o caso à comissão de protecção de crianças e jovens (CPCJ) por abandono escolar, não aceitando a justificação das faltas pela médica de família, nem a iniciativa da família em procurar outra escola para o inscrever. O caso foi discutido entre a médica de família e o responsável da CPCJ, tendo sido concluído que a sinalização foi indevida. Após a integração numa nova escola, o adolescente começou a revelar sofrimento emocional com risco de auto e hetero-agressão, sendo referenciado a pedopsiquiatria de urgência. Este adolescente revelou sintomatologia depressiva reactiva a violência escolar - bullying. Comentário: A orientação de um caso de bullying envolve o esforço de uma equipa multidisciplinar. O médico de família está numa posição privilegiada para identificar situações de risco, aconselhar as famílias e rastrear comorbilidades psiquiátricas. Assim, o médico de família deve questionar a ocorrência de bullying quando existem sintomas psicossomáticos sem explicação, problemas na escola, comportamentos disruptivos ou evidência de pensamentos de suicídio. A ênfase deve ser colocada na prevenção primária, devendo treinar-se o desenvolvimento de habilidades sociais.
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