Circuitos Curtos Agroalimentares: Desafios e Intervenções para uma Economia Resiliente e Sustentável

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, José
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Ruivo, Paula
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32505
Resumo: Os Circuitos Curtos agroalimentares (CCA) são uma forma sustentável e socialmente justa de produzir e consumir alimentos. Esta forma de organização da distribuição alimentar pode contribuir positivamente para a criação de uma economia mais resiliente. Os últimos dez anos de circuitos curtos agroalimentares/ circuitos de proximidade em Portugal foram marcados por avanços significativos, mas também reforçaram que persistem muitos dos desafios à sua implementação.  No período de pandemia voltaram a ganhar popularidade. Isso deveu-se a uma série de fatores, como o crescente interesse dos consumidores por alimentos frescos e de qualidade, a preocupação com o impacto ambiental da produção de alimentos e algum (pouco) apoio do governo português aos CCA. Em artigos escritos entre 2013 e 2014, os autores argumentaram que os CCA poderiam contribuir para a criação de emprego, a preservação da cultura e do património rural e a melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais. No mesmo período foram descritos os principais desafios que os CCA enfrentavam, como a falta de infraestruturas, a falta de capacitação a nível de segurança e higiene alimentar, de comunicação e marketing, e a falta de regulamentação fácil e flexível para facilitar a sua implementação e agilização. Hoje os desafios à gestão dos CCA ou aos circuitos curtos de proximidade persistem, invocando-se ainda a necessidade de os produtores acreditarem na criação de valor de que são garante, verificando-se ainda que a maioria dos consumidores manifesta alguma desconfiança nestas formas alternativas de comercialização e que a governança mantém muitas das barreiras ao incentivo de mercados locais ou outras formas de CCA. Mantendo-se a necessidade de lhes conferir a necessária visibilidade e acesso aos circuitos curtos agroalimentares, é necessário adotar estratégias que promovam a consciência dos seus benefícios, facilitem o contato direto entre produtores e consumidores e tornem essas iniciativas mais atraentes para a população.  Nesta comunicação discutem-se as intervenções passíveis de organizar para: Destacar a importância da compra local para apoiar a economia da região e a sustentabilidade ambiental; Despertar o interesse dos consumidores justificando-se a promoção na forma de campanhas de divulgação nos meios de comunicação social; Melhorar a literacia, introduzindo o conceito e a compreensão dos seus benefícios nos programas educacionais de promoção da alimentação saudável e sustentável nas escolas (envolvendo também as famílias); Incrementar a capacitação dos produtores em áreas específicas de suporte aos CCA; Dinamizar mais redes de apoio entre produtores, consumidores e organizações não governamentais que promovam os circuitos curtos, compartilhem conhecimentos, recursos e experiências para fortalecer estas iniciativas. O compromisso contínuo com a promoção de uma agricultura "mais" local, sustentável e consciente é essencial para garantir um futuro mais resiliente e saudável para a população portuguesa e o meio ambiente. Apesar de ser consensual que os CCA representam uma oportunidade para os produtores, consumidores e para o meio ambiente, mostra-se necessário um maior envolvimento de todas as partes envolvidas, especialmente a nível municipal para que possam alcançar todo o seu potencial para o desenvolvimento rural.
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spelling Circuitos Curtos Agroalimentares: Desafios e Intervenções para uma Economia Resiliente e SustentávelCircuitos Curtos Agroalimentares: Desafios e Intervenções para uma Economia Resiliente e SustentávelResumoOs Circuitos Curtos agroalimentares (CCA) são uma forma sustentável e socialmente justa de produzir e consumir alimentos. Esta forma de organização da distribuição alimentar pode contribuir positivamente para a criação de uma economia mais resiliente. Os últimos dez anos de circuitos curtos agroalimentares/ circuitos de proximidade em Portugal foram marcados por avanços significativos, mas também reforçaram que persistem muitos dos desafios à sua implementação.  No período de pandemia voltaram a ganhar popularidade. Isso deveu-se a uma série de fatores, como o crescente interesse dos consumidores por alimentos frescos e de qualidade, a preocupação com o impacto ambiental da produção de alimentos e algum (pouco) apoio do governo português aos CCA. Em artigos escritos entre 2013 e 2014, os autores argumentaram que os CCA poderiam contribuir para a criação de emprego, a preservação da cultura e do património rural e a melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais. No mesmo período foram descritos os principais desafios que os CCA enfrentavam, como a falta de infraestruturas, a falta de capacitação a nível de segurança e higiene alimentar, de comunicação e marketing, e a falta de regulamentação fácil e flexível para facilitar a sua implementação e agilização. Hoje os desafios à gestão dos CCA ou aos circuitos curtos de proximidade persistem, invocando-se ainda a necessidade de os produtores acreditarem na criação de valor de que são garante, verificando-se ainda que a maioria dos consumidores manifesta alguma desconfiança nestas formas alternativas de comercialização e que a governança mantém muitas das barreiras ao incentivo de mercados locais ou outras formas de CCA. Mantendo-se a necessidade de lhes conferir a necessária visibilidade e acesso aos circuitos curtos agroalimentares, é necessário adotar estratégias que promovam a consciência dos seus benefícios, facilitem o contato direto entre produtores e consumidores e tornem essas iniciativas mais atraentes para a população.  Nesta comunicação discutem-se as intervenções passíveis de organizar para: Destacar a importância da compra local para apoiar a economia da região e a sustentabilidade ambiental; Despertar o interesse dos consumidores justificando-se a promoção na forma de campanhas de divulgação nos meios de comunicação social; Melhorar a literacia, introduzindo o conceito e a compreensão dos seus benefícios nos programas educacionais de promoção da alimentação saudável e sustentável nas escolas (envolvendo também as famílias); Incrementar a capacitação dos produtores em áreas específicas de suporte aos CCA; Dinamizar mais redes de apoio entre produtores, consumidores e organizações não governamentais que promovam os circuitos curtos, compartilhem conhecimentos, recursos e experiências para fortalecer estas iniciativas. O compromisso contínuo com a promoção de uma agricultura "mais" local, sustentável e consciente é essencial para garantir um futuro mais resiliente e saudável para a população portuguesa e o meio ambiente. Apesar de ser consensual que os CCA representam uma oportunidade para os produtores, consumidores e para o meio ambiente, mostra-se necessário um maior envolvimento de todas as partes envolvidas, especialmente a nível municipal para que possam alcançar todo o seu potencial para o desenvolvimento rural.The Short Food Supply Chain (SFSC) are a sustainable and socially fair way of producing and consuming agrifood products. This way of organizing food distribution can make a positive contribution to creating a more resilient economy. The last ten years of short agri-food circuits/proximity circuits in Portugal have been marked by significant advances, but have also reinforced the fact that many of the challenges to their implementation persist. In the pandemic period, they gained popularity again. This was due to a series of factors, such as the growing interest of consumers in fresh and quality food, the concern with the environmental impact of food production and some (little) support from the Portuguese government to SFSC. In articles written between 2013 and 2014, the authors argued that the SFSC could contribute to the creation of jobs, the preservation of culture and rural heritage and the improvement of the quality of life of rural communities. In the same period, the main challenges that the SFSC faced were described, such as the lack of infrastructure, the lack of training in terms of food safety and hygiene, communication and marketing, and the lack of easy and flexible regulation to facilitate its implementation and streamlining. Today, the challenges to the management of the SFSC or the short circuits of proximity persist, invoking the need for producers to believe in the creation of value that they are guaranteeing, verifying that the majority of consumers manifest some lack of knowledge in these alternative forms of commercialization and that governance removes many of the barriers to encouraging local markets or other forms of SFSC. While maintaining the need to give them the necessary visibility and access to SFSC, it is necessary to adopt strategies that promote awareness of their benefits, facilitate direct contact between producers and consumers and make these initiatives more attractive to the population. This communication discusses interventions that can be organized to: • Highlighting the importance of local purchasing to support the region's economy and environmental sustainability can awaken the interest of consumers, justifying promotion in the form of publicity campaigns in the media; • Improve literacy, introducing the concept and understanding of its benefits in educational programs to promote healthy and sustainable eating in schools (also involving families); • Increase the training of producers in specific areas of support to the SFSC; • Promote more support networks between producers, consumers and non-governmental organizations that promote short circuits, share knowledge, resources and experiences to strengthen these initiatives. The ongoing commitment to promoting a "more" local, sustainable, and conscious agriculture is essential to guarantee a more resilient and healthy future for the Portuguese population and the environment. Despite the consensus that SFSC represent an opportunity for producers, consumers and the environment, greater involvement of all parties involved is necessary, especially at the municipal level, so that they can reach their full potential for rural development.Research Unit of Polytechnic Institute of Santarém2023-12-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32505por2182-9608Carvalho, JoséRuivo, Paulainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-04T19:16:00Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/32505Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:05.245106Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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