Breve Introdução à Ética a Eudemo de Aristóteles

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amaral, António
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12631
Resumo: A ninguém escapa que, de entre os escritos éticos, a transmissão histórico-literária dos escritos aristotélicos sorriu com particular fortuna à EN, projectando-a num percurso que, desde as primeiras incursões editoriais de Teofrasto de Ereso até à progressiva sedimentação nas traduções e comentários greco-siríaco-arábico-latinos (e.g. Séneca, Cícero, Aspásio, Adrasto de Afrodísias, Amónio Hermeu, Hermias de Alexandria, Hunayn Ibn Ishaq, Probo, Al-Dimasqui, Eustrácio de Niceia e Miguel de Éfeso), flui no leito medieval e pré-renascentista das portentosas traduções e comentários escolásticos de Roberto Grossatesta, Alberto Magno, Tomás de Aquino, sem esquecer os nossos Conimbricenses. A EE, por seu turno, não foi tao bafejada pela sorte. Nem escoliastas, nem comentadores lhe dedicaram grande atenção. Perante um silêncio tão ensurdecedor, parece ganhar alguma plausibilidade a tese de que os manuscritos da EE talvez não tenham digerido tão bem a implacável erosão do tempo, condenando o texto a uma espécie de corpo belo com umas quantas partes corrompidas e algumas outras perdidas, como se depreende num punhado de passos da EE onde o Estagirita assinala o intento de retornar a um assunto cujo rasto se desvanece por completo no interior da obra [vide v.g. EE 1216 a 39; 1227 a 1; 1227 b 17], embora, não raro, sejamos surpreendidos com o seu inesperado reaparecimento na EN [vide respectivamente 1153 b 7-25; 1135 a 16 ss; 1151a 29 - 1152 a 36] facto que, a propósito, pode militar em favor de um discreto indício da precedência da EE relativamente à EN.
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