Qualidade de sono em pacientes com Diabetes Mellitus Tipo 2

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Filipa Santos
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/13760
Resumo: O sono constitui uma necessidade tão fundamental para a sobrevivência como beber e comer. Dado que há evidências que os problemas e as perturbações relacionadas com o comportamento de sono são frequentes em indivíduos com Diabetes Mellitus Tipo 2, este estudo teve como objetivo investigar a perceção de diversos parâmetros acerca da qualidade de sono numa amostra clínica, comparativamente com não diabéticos, bem como examinar associações entre os aspetos de sono e variáveis sociodemográficas, de saúde física e mental, contribuindo assim para colmatar a escassez de dados sobre a realidade portuguesa. O presente estudo contou com 85 participantes (43 com Diabetes Mellitus Tipo 2 e 42 sem Diabetes Mellitus Tipo 2) que responderam a um questionário sociodemográfico e de saúde e às versões portuguesas das Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS), Escala de Glasgow sobre o Esforço para Dormir (GSES), Índice de Gravidade de Insónia (ISI), Inquérito STOP-Bang e Questionário de Pittsburgh sobre a Qualidade do Sono (PSQI). Os resultados revelaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos com e sem diabetes no que concerne ao risco de apneia obstrutiva de sono no STOP-Bang, superior nos primeiros, mas não houve diferenças entre os grupos nas outras variáveis de sono consideradas. Verificou-se ainda, no grupo com diabetes, que o risco de apneia de sono estava relacionado significativa e positivamente com a idade e o índice de massa corporal [IMC] (ambos superiores no grupo diabético), mas não com a duração da doença. Por seu turno, embora as pontuações da HADS tenham sido similares nos dois grupos, maiores níveis de ansiedade e depressão nos diabéticos associaram-se significativamente a pontuações acrescidas de insónia e sono pobre na GSES, na ISI e em várias componentes do PSQI. Em conclusão, os resultados observados nos participantes estudados sugerem que pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 2 apresentam maior risco de apneia de sono, em associação com mais idade e maior IMC. Assim, parece fundamental promover a normalização do IMC do ponto de vista da minoração do risco de apneia de sono e respetivas consequências. Os resultados sugerem ainda que queixas de insónia ou de sono pobre, de ansiedade ou depressão, não estão necessariamente aumentadas em diabéticos. Ainda assim, níveis aumentados de ansiedade e de depressão acompanham-se de mais esforço para dormir, maior gravidade da insónia e sono mais pobre em várias componentes da qualidade de sono, o que só por si parece justificar uma atenção a estes aspetos por parte dos profissionais de saúde mental.
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