AVALIAÇÃO DE RISCOS NO SETOR DA TATUAGEM: PODEM-SE UTILIZAR OS MÉTODOS MARAT, WILLIAM FINE E MIAR?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000200191 |
Resumo: | RESUMO Introdução/ enquadramento/ objetivos O setor da Tatuagem está ainda pouco abordado em contexto de Saúde Ocupacional. Encontram-se muitos documentos onde se realça o Risco existente perante o indivíduo tatuado mas a informação é mais escassa em relação ao Tatuador. A bibliografia encontrada nesse sentido não é exaustiva e apenas dá uma ideia geral de alguns Riscos Laborais, não se tendo encontrado uma avaliação quantitativa, muito menos hierarquizada. Metodologia Após a realização de uma Revisão Bibliográfica relativa a métodos de Avaliação de Riscos, elaborou-se uma Carta de Riscos de uma empresa prestadora de serviços de Tatuagem e selecionaram-se três métodos: MARAT (Metodologia de Avaliação de Riscos e Acidentes de Trabalho), William Fine (WF) e MIAR (Método Integrado para Avaliação de Riscos), em função da facilidade de acesso a informação de como os utilizar, adequabilidade ao setor e facilidade de aplicação; estes foram aplicados a 68 fatores de risco englobados nas (sub)tarefas destacadas. Conteúdo As principais tarefas consideradas nos postos de trabalho de Tatuagem observados foram: fazer em papel o desenho para colocar na pele; ou selecionar o desenho para colocar na pele, a partir do computador; inserir o desenho em folhas de decalque; desinfetar/ esterilizar e depilar a pele; passar o desenho da folha de decalque para a pele; preparar a bancada ou tabuleiro com os utensílios e produtos necessários; tatuar usando a máquina eletrónica; limpar da pele a tinta não injetada e excedente; colocar diversos produtos químicos durante a tatuagem (variável entre profissionais); socorrer o cliente em caso de lipotimia ou síncope, se necessário; bem como limpar/ desinfetar/ esterilizar superfícies e instrumentos de trabalho. Conclusões Apesar de os três métodos valorizarem aspetos diferentes, foi muito interessante verificar a homogeneidade dos resultados, ou seja, a técnica MARAT assinalou oito itens como pertencentes à categoria de maior risco; a metodologia de WF e a MIAR destacaram sete e nove, respetivamente. Entre os três métodos existiram vários fatores de risco que foram incluídos na categoria de Risco mais elevado, nomeadamente o eventual contato com agentes químicos, objetos corto-perfurantes e sangue potencialmente contaminado com microrganismos relevantes durante o ato de inserir pigmento na pele, bem como durante a limpeza da pele (do pigmento excedente, entre injeções). Apenas o método MIAR assinalou dois itens que as outras técnicas não incluíram nesta categoria (nomeadamente o eventual contato com sangue durante a limpeza/ desinfeção/ esterilização das superfícies de trabalho e dos instrumentos de trabalho), sendo que a técnica MARAT e William Fine colocaram ambas na segunda e terceira categoria, respetivamente. O método que mais valorizou no geral os fatores de risco laborais dos Tatuadores foi o MIAR (nove itens na categoria de Risco mais elevado e trinta e sete na de Risco mais baixo), estando em situação oposta o William Fine (sete itens na categoria de Risco mais elevado e quarenta e seis na de menor Risco). |
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