Avaliação microbiológica de embalagens e materiais de embalagem para uso alimentar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Isabel
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Teixeira, Maria J., Carneiro, Luísa, Poças, Fátima, Mena, Cristina
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/35986
Resumo: O papel da embalagem alimentar pode ser abordado segundo duas perspetivas diferentes. Por um lado, a embalagem desempenha um papel muito importante na proteção e na conservação dos alimentos, contribuindo assim para a sua qualidade e segurança. Por outro lado, a embalagem não deve contribuir com perigos físicos, químicos ou microbiológicos, que condicionem a qualidade e segurança dos alimentos. De acordo com o Regulamento da CE nº 852/2004, os fabricantes e fornecedores do sector da embalagem alimentar devem garantir que os materiais de acondicionamento e embalagem não constituem fonte de contaminação para os géneros alimentícios. Assim, é importante avaliar a contaminação microbiológica das superfícies de materiais e embalagens antes da sua utilização, nomeadamente o nível da contaminação por bactérias, bolores e leveduras. O objetivo deste estudo foi avaliar a carga microbiana presente em embalagens, alguns artigos plásticos (copos e pratos) e filmes plásticos. As embalagens destinavam-se a alimentos que não sofriam processamento na própria embalagem (como produtos de panificação e confeitaria e refeições prontas a comer). As amostras foram recolhidas no mercado ou foram fornecidas pelos produtores. Para determinar o grau de contaminação foram testadas 80 amostras: 39 embalagens e artigos plásticos e 41 filmes plásticos. As amostras foram analisadas antes de utilização para avaliar a contaminação resultante da manipulação e da contaminação ambiental das áreas de processamento, armazenamento e distribuição. A recuperação dos microrganismos foi obtida por contato entre o diluente de “lavagem” e a superfície a testar. No caso das embalagens e artigos, foi avaliada toda a superfície interna para contato com os alimentos, nos filmes foram analisadas amostras com 1 dm2 de área. Na contagem de microrganismos foi utilizado o método da membrana filtrante e as placas incubaram a 30 °C durante 72 horas. 108 4º Simpósio Nacional SPASS 2017 Os resultados mostram que tanto os filmes como as embalagens têm microrganismos nas suas superfícies, como seria de esperar. Em 39 das amostras (25 embalagens/artigos plásticos e 14 filmes) obtiveram-se contagens inferiores ou iguais a 10 unidades formadoras de colónias (ufc). Resultados com contagem superiores a 50 ufc, considerados não satisfatórios, foram encontrados em 8 filmes e 2 embalagens. As restantes amostras (19 filmes e 12 embalagens/artigos de plástico), apresentaram resultados compreendidos entre 10 e 50 ufc. Apesar da área analisada na embalagem e artigos plásticos ser igual ou superior à área analisada do filme, os resultados mostram que os filmes plásticos apresentam, de um modo geral, um nível superior de contaminação comparativamente às embalagens e artigos plásticos. Isto poderá estar relacionado com as diferentes condições de manipulação e armazenamento das amostras antes da receção no laboratório. A embalagem alimentar não é normalmente considerada como fonte principal de contaminação microbiológica dos alimentos. O número de ufc obtido na maioria das embalagens/artigos plásticos analisados foi muito baixo quando comparado com nível de contaminação usualmente encontrado na maioria dos alimentos deste tipo. Neste tipo de utilização, não é necessário que a embalagem seja comercialmente estéril mas, o nível e tipo de microrganismos contaminantes não devem conduzir a alterações microbiológicas e sensoriais dos alimentos a que se destina.
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