Impacto de vários sistemas de gestão do solo na fisiologia da oliveira em condições de sequeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Cátia Vanessa Queijo
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/3311
Resumo: A oliveira (Olea europaea L.) é uma espécie bem adaptada às condições edafo-climáticas da região Mediterrânica. Porém, os longos períodos de seca e as altas temperaturas a que está sujeita colocam-na num nível muito baixo de atividade fisiológica, o que vai afetar a sua produtividade e consequentemente a viabilidade económica dos olivais. A conversão dos olivais de sequeiro ao regadio poderia ajudar a resolver esta situação, mas esta opção nem sempre é viável tendo em conta as condições topográficas e de disponibilidade hídrica predominantes na Bacia do Mediterrâneo. De forma a contornar o problema da disponibilidade hídrica, que tem tendência a agravar-se no futuro, deve recorrer-se a uma otimização do uso da água no olival através de uma gestão cuidadosa da superfície do solo. No presente estudo pretendeu avaliar-se os impactos de diferentes sistemas de gestão da superfície do solo na fisiologia da oliveira, área do conhecimento pouco explorada e que poderá trazer novos avanços para a compreensão do processo produtivo da oliveira. Desenvolveram-se duas experiências em olivais comerciais de sequeiro na Terra Quente Transmontana. No ensaio 1 comparou-se o sistema tradicional de mobilização e a aplicação de dois tipos de herbicidas, herbicida pós-emergência (glifosato) e herbicida com componentes de ação residual e pós-emergência (diurão + glifosato + terbutilazina). No ensaio 2, avaliaram-se os efeitos da mobilização tradicional e de diferentes coberturas vegetais, englobando o uso de vegetação natural (com e sem aplicação de azoto) e de leguminosas (tremoceiro e mistura de leguminosas, com predomínio do trevo subterrâneo). Em ambas as experiências realizaram-se estudos a nível das relações hídricas, das trocas gasosas, da fluorescência da clorofila a in vivo, da anatomia foliar e estudos bioquímicos, como a determinação da concentração de pigmentos fotossintéticos, metabolitos (fenóis totais, açúcares solúveis, amido e proteínas) e indicadores de stresse oxidativo (tióis totais, peroxidação lipídica e perda de eletrólitos). No ensaio 1 o tratamento que se destacou foi a aplicação de glifosato. As oliveiras deste tratamento apresentaram melhor estado hídrico e taxas fotossintéticas mais elevadas que se traduziram em maior expansão vegetativa e capacidade produtiva. Relativamente ao ensaio 2, constatou-se que o uso de leguminosas foi claramente vantajoso para o desempenho fotossintético e expansão vegetativa, destacando-se a mistura de leguminosas. O sistema de mobilização tradicional compromete assim a performance da oliveira quando comparado com os outros sistemas testados. Deverão porém ser efetuados estudos posteriores de forma a confirmar os presentes resultados.
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De forma a contornar o problema da disponibilidade hídrica, que tem tendência a agravar-se no futuro, deve recorrer-se a uma otimização do uso da água no olival através de uma gestão cuidadosa da superfície do solo. No presente estudo pretendeu avaliar-se os impactos de diferentes sistemas de gestão da superfície do solo na fisiologia da oliveira, área do conhecimento pouco explorada e que poderá trazer novos avanços para a compreensão do processo produtivo da oliveira. Desenvolveram-se duas experiências em olivais comerciais de sequeiro na Terra Quente Transmontana. No ensaio 1 comparou-se o sistema tradicional de mobilização e a aplicação de dois tipos de herbicidas, herbicida pós-emergência (glifosato) e herbicida com componentes de ação residual e pós-emergência (diurão + glifosato + terbutilazina). No ensaio 2, avaliaram-se os efeitos da mobilização tradicional e de diferentes coberturas vegetais, englobando o uso de vegetação natural (com e sem aplicação de azoto) e de leguminosas (tremoceiro e mistura de leguminosas, com predomínio do trevo subterrâneo). Em ambas as experiências realizaram-se estudos a nível das relações hídricas, das trocas gasosas, da fluorescência da clorofila a in vivo, da anatomia foliar e estudos bioquímicos, como a determinação da concentração de pigmentos fotossintéticos, metabolitos (fenóis totais, açúcares solúveis, amido e proteínas) e indicadores de stresse oxidativo (tióis totais, peroxidação lipídica e perda de eletrólitos). No ensaio 1 o tratamento que se destacou foi a aplicação de glifosato. As oliveiras deste tratamento apresentaram melhor estado hídrico e taxas fotossintéticas mais elevadas que se traduziram em maior expansão vegetativa e capacidade produtiva. Relativamente ao ensaio 2, constatou-se que o uso de leguminosas foi claramente vantajoso para o desempenho fotossintético e expansão vegetativa, destacando-se a mistura de leguminosas. O sistema de mobilização tradicional compromete assim a performance da oliveira quando comparado com os outros sistemas testados. Deverão porém ser efetuados estudos posteriores de forma a confirmar os presentes resultados.Olive tree (Olea europaea L.) is a well-adapted species to the Mediterranean edapho- climatic conditions. However, the long periods of drought and the high temperatures that experiments, put the functioning of this species at a very low level of physiological activity, which will affect its productivity and consequently the economic viability of olive orchards. The conversion from rainfed to irrigated olive orchards could help to solve this situation, but this option is not always viable taking into account the topography and water availability in the Mediterranean Basin. In order to solve the water availability problem, which tends to exacerbate in the future, the optimization of water use should be done in olive orchards through a careful soil management. In this study were evaluated the impacts of different soil management systems on olive tree physiology, an area of knowledge little explored and that could bring new developments to understand the olive production process. Two experiments were conducted in rainfed commercial olive orchards located in the Terra Quente Transmontana. In the experiment 1 were compared the conventional tillage and the application of two herbicides, a post-emergence herbicide (glyphosate) and an herbicide with residual action and post-emergence components (diuron + glyphosate + terbuthylazine). In the experiment 2 were evaluated the effects of conventional tillage and alternative ground covers, development of natural vegetation (with and without N application) and legume species (white lupine and a mixed legume species with predominance of subterranean clover). In both experiments were investigated the plant water status, gas exchange, chlorophyll a fluorescence, leaf anatomy characteristics and were made biochemistry studies, such as the evaluation of photosynthetic pigments and metabolites (total phenols, total soluble sugars, starch and total soluble proteins) and oxidative stress indicators (total thiols, lipid peroxidation and electrolyte leakage). In the experiment 1 the application of glyphosate highlighted from the other treatments. The trees of this treatment showed better water status and higher photosynthetic rates which resulted in greater vegetative growth and production capacity. For the experiment 2, it was found that the use of legumes is clearly advantageous for the photosynthetic performance and vegetative growth, especially with the use of mixed legume species. Therefore, traditional tillage system compromises the performance of olive when compared with other systems tested. However further studies should be performed to confirm the present results.2014-09-15T13:57:50Z2014-09-15T00:00:00Z2014-09-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/3311porBrito, Cátia Vanessa Queijoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:52:20Zoai:repositorio.utad.pt:10348/3311Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:05:26.121314Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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