Da criatividade do falar do jovem às práticas pedagógicas criadoras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Romero, Márcia
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Vóvio, Claúdia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.15/504
Resumo: Este artigo, ao conferir um novo estatuto aos falares dos jovens, visa a mostrar que, como formas linguísticas que são, estes falares constituem, no ensino médio, uma excelente matéria-prima para o estudo de língua portuguesa direcionado, não só aos usos da língua, mas ao funcionamento de sua própria estrutura. Tais formas – caracterizadas, muitas vezes, como “desvios”, “linguagens marginais” ou “impróprias” – são, em nosso trabalho, reposicionadas como fruto de uma experimentação criativa dos estudantes autorizada pela língua em si, e, portanto, apreendidas como objetos produtivos de análise e reflexão, o que implica, do ponto de vista dos usos, a compreensão das identidades e subjetividades que lhes atravessam, e, do ponto de vista da estrutura, o abandono de uma concepção estanque de língua e do sentido das expressões. Essas questões apresentam-se em três seções: a primeira, em que se discutem as dinâmicas interativas e o processo de construção identitária vivificadas, na escola, pelos jovens; a segunda, em que se abordam os desafios pedagógicos e linguísticos de uma educação léxico-gramatical criadora e integrada ao uso, filiandonos, para isso, à Teoria das Operações Enunciativas de Antoine Culioli, perspectiva que permite observar, na sistematicidade e nas regras inerentes às construções enunciativas, a criatividade que faz destas mesmas sistematicidades e regras algo dotado de uma dinamicidade produtiva em termos de língua; a terceira, em que se retoma à necessária troca de lentes com as quais observamos os jovens, a escola e, especificamente, as aprendizagens e objetos de ensino de que se ocupam as aulas de português. - This article proposes a new status for youngsters’ speech in high schools. It sets out to demonstrate that their speech is not only a legitimate form of language, but constitutes excellent raw material for the study of Portuguese usage and the workings of its structure. The authors re-position these linguistic forms, often considered as “deviant”, “delinquent” or “improper” language, considering them to be in fact, the result of creative experimentation by the students, authorized by the very nature of language itself. Therefore, they are apprehended as productive objects worthy of analysis and reflection. That implies, from the point of view of their use, in the comprehension of the identities and subjectivities that pervade them; and in regard to their structure, abandoning immutable conceptions of language and of the meaning of expressions. These issues are presented in three sections: the first addresses interactive dynamics and the process of identity construction enlivened at school by the youngsters themselves; the second discusses the pedagogical and linguistic challenges of a creative lexical-grammatical education integrated to usage and based on the Enunciation Operations Theory proposed by Antoine Culioli – a perspective which allows for observation of the creativity that imbues the systematics and rules inherent to enunciation construction with a productive dynamicity, in terms of language; and the third re-addresses the necessary change of lenses through which we view youngsters, the school and, specifically, the learning process and teaching objects with which Portuguese classes concern themselves.
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