As origens da Região Demarcada do Dão: política administrativa e ordenamento territorial do espaço beirão (1907-1912)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca, Ângelo
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/467
Resumo: Este trabalho tem por objecto de estudo a “região demarcada do Dão”. O seu desígnio é surpreender os processos implicados na criação dessa zona vinícola, em inícios do século XX. E a hipótese de trabalho de que ele parte é a seguinte: a de que a emergência dessa região demarcada traduz uma situação não apenas decorrente da particular conjuntura económica portuguesa da época, resultando também, em não menor grau, do panorama administrativo português na passagem da Monarquia para a República e dos fenómenos de reordenamento territorial e de redefinição social do próprio espaço beirão. Não se trata, como está bom de ver, de uma perspectiva verdadeiramente inédita. De modo mais ou menos explícito ou apenas sugerido, estas dimensões do problema têm estado presentes nos estudos anteriores sobre o assunto. Parece-nos, contudo, que uma maior atenção à segunda daquelas vertentes, ou, para ser mais rigorosos, uma maior preocupação com a complementaridade necessariamente buscada entre ambas, pode recolocar a problemática, contribuindo para tornar mais claro aquilo que verdadeiramente pode estar em jogo na criação de uma região demarcada.Dito isto, compreender-se-ão melhor, por certo, os eixos nucleares em que assenta este estudo: a) uma preocupação vincada em trabalhar os diversos assuntos numa lógica contextual (a única, estamos em crer, que permitirá questionar os processos de articulação entre agentes sociais e conjunturas políticas e económicas, permitindo eleger, para os momentos pertinentes, o peso de uns e outras no quadro histórico em presença); b) o tratamento das questões demarcatórias enquanto problemas de limites (termo que aqui empregamos no seu sentido técnico), a obrigar a uma atenção redobrada sobre a documentação, por forma a descodificar o material argumentativo que é mobilizado – mormente em sede parlamentar e ao nível da imprensa regional – para justificar os critérios delimitadores em confronto; c) um aturado esforço de compilação documental, visando disponibilizar para a comunidade científica e para todos os eventuais interessados as fontes de suporte do problema em análise (com este espírito se procede a uma pesquisa direccionada nas actas parlamentares, e, sobretudo, se elencam, no capítulo 4, os documentos – que até aqui ainda não haviam sido publicados conjuntamente – abonatórios do processo de criação, regulamentação, delimitação da região vinícola do Dão. Houve, por outro lado, o cuidado de recorrer criteriosamente à bibliografia disponível sobre o assunto. Sendo a nossa perspectiva de investigação marcada por alguma abrangência, bem se aceitará que a bibliografia utilizada de igual modo o seja. E que, assim sendo, aos obrigatórios trabalhos sobre o tema (referimo-nos, obviamente, aos já clássicos de Loureiro e aos mais recentes de Simões e de Amaro), tenhamos juntado as informações fornecidas quer sobre outras áreas demarcadas (caso dos estudos de Vital Moreira sobre o Douro), quer sobre as conjunturas políticas, económicas, administrativas e institucionais impostas pela própria investigação. Mas não houve, em momento algum, preocupação de tudo esgotar sobre cada uma das asserções ou temáticas. Na realidade, o trabalho que aqui se apresenta abdica voluntariamente do inédito, ou do original, como rótulos de valoração, preferindo-lhes, declaradamente, a lucidez possível da análise crítica, documentalmente sustentada.
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