Determinação de metabolitos piretróides na urina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Isabel Cristina Meneses Monteiro da
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/183
http://hdl.handle.net/20.500.11816/183
Resumo: Inseticidas são pesticidas usados contra um amplo espectro de pragas (insetos), normalmente são usados com o objectivo de aumentar a produção agrícola. Devido à acumulação de organoclorados no ambiente e nos animais estes pesticidas foram banidos desde 1970. Após esta proibição, os inseticidas organofosforados (atualmente também proibidos) e os piretróides (PYRs) começaram a ser aplicados em maiores quantidades, devido ao seu baixo nível de toxicidade para os humanos. PYRs sintéticos são inseticidas mais potentes e eficazes que as piretrinas naturais. Devido ao seu vasto leque de aplicações: uso doméstico (tapetes, têxteis, plantas), veterinário (ectoparasiticidas) e saúde pública, não são apenas agricultores e trabalhadores da indústria química que estão expostos a este tipo de pesticidas, mas também os consumidores. O ser humano pode estar exposto aos pesticidas através da inalação, da ingestão e da exposição dérmica. O metabolismo dos PYRs em seres humanos ocorre rapidamente através das enzimas carboxilesterases (essencialmente a nível hepático). Os metabolitos são eliminados na urina como forma de destoxificação do organismo. Foi demonstrado que após a exposição à ciflutrina, 93% dos metabolitos deste composto são eliminados durante as primeiras 24h. Na exposição de curto prazo podem-se observar uma variedade de sintomas reversíveis, tais como tonturas, dor de cabeça, irritação da pele e nariz e parestesia. A exposição a longo prazo pode estar relacionada com a doença de Parkinson. Os principais metabolitos encontrados com mais frequência na urina são o ácido 3 fenoxibenzóico (3-PBA), o ácido 3 - (2,2-diclorovinil) -2,2 dimetilciclopropano-1- carboxílico (DCCA) e o ácido crisântemo dicarboxílico (CDCA). O metabolito 3-PBA é um metabolito não específico, mas é o mais frequentemente encontrado em pesticidas piretróides como a permetrina, cipermetrina, deltametrina, sumitrin, etofenprox, e cialotrina, Este metabolito tem sido usado como o biomarcador mais sensível para determinar a exposição a este tipo de pesticidas. O principal objetivo deste estudo foi a otimização e validação do método para a determinação de metabolitos de pesticidas piretróides na urina; quantificação da exposição a este tipo de pesticidas num grupo de 87 voluntários do Norte de Portugal com idades até aos 35 anos. A metodologia utilizada foi: extração em fase sólida (SPE), derivatização e quantificação utilizando a cromatografia gasosa com espetrometria de massa. O limite de deteção (LOD) e de quantificação (LOQ) para o metabolito estudado é 0,2 μg/L e 0,6 μg/L, respetivamente. As concentrações do metabolito 3-PBA encontradas na urina na população estudada variaram entre <LOD e 114,5 μg / L. Ao comparar as concentrações obtidas nas estações de outono/inverno e primavera/verão concluiu-se que as concentrações de 3-PBA nas estações outono/inverno (1,07 mg/L) foram significativamente inferiores às encontradas nas estações primavera/verão (4,15 mg/L). As urinas de pessoas que fizeram o tratamento para piolhos apresentaram concentrações que variaram entre 14,6 mg/L e 114,5 mg/L. Os resultados obtidos indicam que as pessoas que vivem no meio rural apresentaram concentrações do metabolito 3-PBA mais elevadas do que a população que vive no meio urbano. Compararam-se os níveis de 3-PBA em dois grupos de profissões. Um grupo com profissões de risco de exposição a pesticidas e outro grupo com profissões que não têm exposição aos pesticidas. As concentrações encontradas nas urinas do grupo com provável exposição aos pesticidas apresentaram concentrações superiores às urinas do grupo com profissões sem exposição aos pesticidas. Após a análise estatística pelo SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 16 para Windows, usando testes específicos (Shapiro Wilk, Kolmorg-Smirnov, Spearman e Kolmogorov-smirnorv), concluímos que algumas fontes de exposição têm impacto significativo nas concentrações encontradas na urina. Estas fontes são: local de residência, alimentação, profissão, tratamento para piolhos e uso de alguns produtos contra traças.
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