Da literatura como gineceu de imagens às representações de uma Literacia implicada
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.19/975 |
Resumo: | Parece haver em todos os sistemas educativos uma hierarquia formada para a instrução literária. Neste contexto, as imagens foram subvalorizadas pelos letrados devido ao seu valor comunicativo. Torna-se redutor trabalhar a Literatura, fundadora da Literacia, sem propormos reflectir sobre a importância da imagem percepcionada pela experiência da leitura. Nesta comunicação, a Literatura gemina-se à Literacia de forma sofisticada; ancora-se na compreensão e interpretação das imagens traduzidas pela tradição oral e pela tipografia alfabética em documentos mediatizados, ou não; cristaliza-se de formas várias e enceta o processo de categorização do mundo de forma consciente subscrevendo o que se denomina de literacia crítica. Propomos esclarecer a passagem da Literatura à Literacia, ilustrando os pontos de contacto intrínsecos a ambas. As aptidões de inserção, adaptação e mobilidade nas sociedades actuais mediatizadas pela escrita e fundadas no oculocentrismo parecem determinar o mais ou menos eficaz acesso ao pensamento abstracto. Uma sociedade iletrada adoptaria processos cognitivos menos sofisticados e elaborados para a interpretação do mundo (visível). Assim, a Literatura, gineceu de imagens, promove processos de maturação do leitor e prontifica o exercício descodificador e compreensivo que se constitui no acto de ler e no acto de escrever. Propomos revistar o sentido do leitor em toda a sua polissemia, projectando a Literatura como um espaço de mundividências emersas das suas funções pragmática, social, utilitária e lúdica concretizadas em diferentes dimensões a explorar com a criação de instrumentos de uma didáctica da literatura. Propomos uma reflexão sobre os fundamentos de um cânone escolar e da potencial permeabilidade à construção de um cânone individual, personalizado e intertextual. Assumimos, assim, a Língua, a Literatura e o Leitor como um corpo, continente de conhecimentos, herdeiro de cultura, estruturante de regras, princípios, sujeitos ao acto de interpretar. |
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