Ocidente contra Oriente?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moita, Luís
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/1162
Resumo: Uma longa tradição da nossa cultura plasmou a distinção/oposição entre Ocidente e Oriente. Vejamos ao acaso episódios dessa história. Os séculos XVIII e XIX, com a sua atmosfera romântica, mostram-nos exemplos do modo como os europeus viam o Oriente nas suas expressões artísticas, desde a literatura à pintura e mesmo à música, sobretudo em França e na Itália. Em 1721, é publicado, em Amesterdão, sob pseudónimo, o livro de Mostesquieu Lettres persanes . A viagem a Paris de dois amigos persas permite-lhes o contacto com o Ocidente, mas também é pretexto para descrições do maravilhoso mundo oriental. O exotismo deste éatractivo, alimenta-se o mito acerca das terras das mil e uma noites, das odaliscas e dos serralhos. Apesar de considerar o despotismo como característico dos seus regimes políticos, Montesquieu deleita-se como Oriente, terra dos simbolismos místicose das sensualidades envolventes. É a mesma atracção que leva Puccini a penetrar nos mistérios do Japão e da gueixa japonesa em Madame Butterfly , ópera estreada em 1904, já passado o século XIX onde o gosto do Oriente se disseminara pela Europa na esteira da campanha napoleónica do Egipto. Os estereótipos vão-se consolidando acerca desses dois universos: o Oriente seria monolítico, com um poder despótico, algo decadente, fixado no passado, por vezes bárbaro e tribal, o Ocidente seria flexível, maleável, mais aberto à sociabilidade, portador do progresso.
id RCAP_62513a0dfff92a3af947e3b9e765aac9
oai_identifier_str oai:repositorio.ual.pt:11144/1162
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Ocidente contra Oriente?Uma longa tradição da nossa cultura plasmou a distinção/oposição entre Ocidente e Oriente. Vejamos ao acaso episódios dessa história. Os séculos XVIII e XIX, com a sua atmosfera romântica, mostram-nos exemplos do modo como os europeus viam o Oriente nas suas expressões artísticas, desde a literatura à pintura e mesmo à música, sobretudo em França e na Itália. Em 1721, é publicado, em Amesterdão, sob pseudónimo, o livro de Mostesquieu Lettres persanes . A viagem a Paris de dois amigos persas permite-lhes o contacto com o Ocidente, mas também é pretexto para descrições do maravilhoso mundo oriental. O exotismo deste éatractivo, alimenta-se o mito acerca das terras das mil e uma noites, das odaliscas e dos serralhos. Apesar de considerar o despotismo como característico dos seus regimes políticos, Montesquieu deleita-se como Oriente, terra dos simbolismos místicose das sensualidades envolventes. É a mesma atracção que leva Puccini a penetrar nos mistérios do Japão e da gueixa japonesa em Madame Butterfly , ópera estreada em 1904, já passado o século XIX onde o gosto do Oriente se disseminara pela Europa na esteira da campanha napoleónica do Egipto. Os estereótipos vão-se consolidando acerca desses dois universos: o Oriente seria monolítico, com um poder despótico, algo decadente, fixado no passado, por vezes bárbaro e tribal, o Ocidente seria flexível, maleável, mais aberto à sociabilidade, portador do progresso.OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa2015-06-08T09:41:53Z2009-01-01T00:00:00Z2009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/mswordhttp://hdl.handle.net/11144/1162por978-989-619-176-4Moita, Luísinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-11T02:11:18Zoai:repositorio.ual.pt:11144/1162Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:32:08.421562Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Ocidente contra Oriente?
title Ocidente contra Oriente?
spellingShingle Ocidente contra Oriente?
Moita, Luís
title_short Ocidente contra Oriente?
title_full Ocidente contra Oriente?
title_fullStr Ocidente contra Oriente?
title_full_unstemmed Ocidente contra Oriente?
title_sort Ocidente contra Oriente?
author Moita, Luís
author_facet Moita, Luís
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Moita, Luís
description Uma longa tradição da nossa cultura plasmou a distinção/oposição entre Ocidente e Oriente. Vejamos ao acaso episódios dessa história. Os séculos XVIII e XIX, com a sua atmosfera romântica, mostram-nos exemplos do modo como os europeus viam o Oriente nas suas expressões artísticas, desde a literatura à pintura e mesmo à música, sobretudo em França e na Itália. Em 1721, é publicado, em Amesterdão, sob pseudónimo, o livro de Mostesquieu Lettres persanes . A viagem a Paris de dois amigos persas permite-lhes o contacto com o Ocidente, mas também é pretexto para descrições do maravilhoso mundo oriental. O exotismo deste éatractivo, alimenta-se o mito acerca das terras das mil e uma noites, das odaliscas e dos serralhos. Apesar de considerar o despotismo como característico dos seus regimes políticos, Montesquieu deleita-se como Oriente, terra dos simbolismos místicose das sensualidades envolventes. É a mesma atracção que leva Puccini a penetrar nos mistérios do Japão e da gueixa japonesa em Madame Butterfly , ópera estreada em 1904, já passado o século XIX onde o gosto do Oriente se disseminara pela Europa na esteira da campanha napoleónica do Egipto. Os estereótipos vão-se consolidando acerca desses dois universos: o Oriente seria monolítico, com um poder despótico, algo decadente, fixado no passado, por vezes bárbaro e tribal, o Ocidente seria flexível, maleável, mais aberto à sociabilidade, portador do progresso.
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009-01-01T00:00:00Z
2009
2015-06-08T09:41:53Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11144/1162
url http://hdl.handle.net/11144/1162
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 978-989-619-176-4
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/msword
dc.publisher.none.fl_str_mv OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa
publisher.none.fl_str_mv OBSERVARE. Universidade Autónoma de Lisboa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136801684717568