Furacões e casas de madeira. Algumas razões para a destruição causada pelo Katrina.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, H.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://repositorio.lnec.pt:8080/jspui/handle/123456789/1001051
Resumo: A passagem do furacão Katrina pelo Golfo do México em 29 de Agosto de 2005 e os seus efeitos devastadores na costa sul dos Estados Unidos, em termos humanos e materiais, estão ainda bem presentes no terreno e na nossa memória colectiva. Este furacão foi dos mais fortes a atingir a costa dos Estados Unidos da América nos últi¬mos 100 anos. Atingiu os estados de Luisiana, Alabama e Mississípi, sendo a inundação de cerca de 80% da cidade de New Orleans, em consequência da falha do sistema de diques que deveriam proteger a sua área metropoli¬tana das águas do lago Pontchartrain, a face mais visivel da destruição causada. As inundações, os ventos fortes [superiores a 140mph, cerca de 22Skm/h] que lhe ga¬rantiram a classificação de furacão de grau 4 ao atingir a costa dos EUA, a chuva intensa e os detritos transportados pelo furacão destruíram ou tornaram inabitáveis mais de 300.000 casas na região costeira do Golfo. Os prejuízos estimados ascenderam a 96 mil milhões de dólares, com mais de 1800 mortos, 1,1 milhões de pessoas evacuadas e 770.000 deslocadas. Fora das zonas inundadas, o vento, a chuva e os detritos lançados pelo vento causaram extensos danos nas construções, entre elas um grande número de edifícios aligeirados com estrutura de madeira, que correspondem ao sistema de construção corrente de edifícios unifamiliares realizados muitas vezes em regime de auto-construção. Sem pôr em causa a extrema violência da tempestade, a destruição verifica da pareceu no entanto algo desproporcionada, suscitando em alguns meios considerações menos abo¬natórias relativamente às casas de madeira. A análise dos danos infligidos a estas casas e respectivos pormenores construtivos permi¬tiria no entanto concluir que a devastação se deveu em grande medida a deficiências siste¬máticas presentes nos edifícios, relevantes para a sua resistência ao vento, e que esta teria sido muito minimizada se a construção tivesse seguido os princípios e normas regulamen¬tares de dimensionamento e de construção vigentes. Um estudo recentemente apresentado por Gopu e Levitan [1] sistematiza os danos so¬fridos durante o furacão pelas construções aligeiradas com estrutura de madeira e iden¬tifica as deficiências mais frequentemente encontradas nestes edifícios. Aponta ainda as principais lições a retirar e algumas medidas que poderiam ter evitado, e permitirão evitar de futuro, semelhantes níveis de destruição. O texto que se segue procura transcrever, no essencial, os resultados do estudo apresenta¬do por esses autores.
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