O silêncio que fala: os ritos fúnebres como performance e o cemitério como lugar de memória
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/21719 |
Resumo: | Todo ritual deve ser entendido como uma forma comunicativa de expressão, podendo ser considerado performático por promover nos participantes um efeito catártico que se apresenta por meio de gestos, falas, ações, cantos, objetos, trajes, cenário, instrumentos e ornamentos utilizados para proporcionar realismo e vivacidade à ação pretendida. Portanto, a realização do rito fúnebre contém a desordem da morte e reinstala a ordem, restabelecendo o equilíbrio necessário ao grupo por meio da realização de etapas que precedem e seguem a morte, também implica a comunidade o reconhecimento da morte de outrem bem como consola e ampara os enlutados. À vista disso, a memória se manifesta em todos os elementos simbólicos materiais ou imateriais, portanto os cemitérios são entendidos como lugares de memória, pois uma de suas funções é "lembrar o morto" por meio de representações funerárias, como fotografias, epitáfios e esculturas, reforçando ainda que este ambiente é um espaço de criação e recriação de memória coletiva. Levando-se em conta o atual contexto pandêmico, fez-se necessário observar as mudanças e adaptações relacionadas a aglomerações e a celebrações, o que influenciou na configuração dos ritos funerários católicos e na vivência do luto. Isto posto, esta investigação tem como objetivo compreender a relação entre a conservação da memória do falecido e a performatividade dos ritos fúnebres católicos, de modo a entender como as representações funerárias estão relacionadas à manutenção da memória individual e coletiva do morto, tendo como principal local de pesquisa o Cemitério do Alto de São João em Lisboa. |
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