A Geórgia e a UE: Acordo de Associação como instrumento de estabilidade?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barata, Pedro Silva
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/2857
Resumo: A Geórgia, o mais pró-ocidental dos três Estados do Cáucaso do Sul, marcou esta sua postura logo após a sua independência em 1992 ao decidir orientar a sua política externa rumo à admissão das estruturas euro atlânticas – NATO e UE – num claro sinal de afastamento da influência russa, de imediato compreendido por esta como uma ingerência – ameaça – do Ocidente naquilo que ainda hoje considera ser o seu near abroad. Tendo como base o conceito de balance of threat de Stephen Walt, de que a perceção da ameaça aumenta com a proximidade, esta postura georgiana tem contribuído para relações marcadamente tensas entre as partes1 (Barata, 2014:16). Este atrito teve o seu ponto alto em agosto de 2008 quando a Geórgia, através do uso da for- ça, tentou recuperar os territórios das regiões autónomas da Abecásia e da Ossétia do Sul, com clara desvantagem para a parte georgiana, dado que, pela primeira vez após a invasão do Afeganistão em 1979, os russos invadiram o território georgiano e em dez dias garantiram a segurança da Abecásia e abriram uma segunda frente na Ossétia do Sul, colocando inúmeras questões à Geórgia se porventura vier a recuperar estas duas regiões (Burns, 2009: 116). O resultado foi o adiamento da resolução dos conflitos e o agravamento no relacionamento entre a Geórgia e a Rússia, refor- çando a ideia de que o potencial de conflito nesta região – uma espécie de “no peace, no war” – não diminuiu, bem pelo contrário, e de que os conflitos regionais poderão ter repercussões imprevisíveis, provocando um adiamento da entrada georgiana nas estruturas euro atlânticas.
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