Terrorismo e contraterrorismo: lutar contra o terrorismo de massas sem afetar a democracia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/35133 |
Resumo: | Os líderes dos estados democráticos parecem ter esquecido a sua mais importante obrigação: defender a democracia e proteger os direitos fundamentais. Foi criada na opinião pública a ideia de que existe um balanço entre democracia e segurança que se revela de difícil conciliação e sempre que é posto em causa, os pratos tendem a inclinar-se a favor da segurança, pela impossibilidade, quase matemática, de conciliar as duas coisas, como se uma não decorresse da outra numa relação simbiótica. Pior, em alguns casos, a lei tem sido o escudo dos abusos. O direito deixou de basear a sua acção em factos concretamente apurados e começou perigosamente a trilhar a via da suspeita genérica, como condição de prevenção securitária reparadora e justificadora. A presumível «intenção de fazer» passou a ser condição e pressuposto de punição ou pelo menos de justificativo procedimental violador de múltiplos direitos fundamentais que julgávamos sagrados e suficientemente protegidos nas nossas sociedades. O conceito de suspeita passou a integrar perigosamente a mera pertença a uma comunidade, religião ou modo de vida e a afastar-se da fundamentação decorrente de indícios materiais substanciais da prática de actos juridicamente previstos e proibidos previamente. |
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