Schistosoma mansoni e resistência ao Praziquantel em modelo animal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Mariana Albuquerque da
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/19195
Resumo: A shistosomose é uma doença tropical de grande impacto socioeconómico e um grave problema de saúde pública em diversas partes do globo. Endémica em 78 países, afeta mais de 200 milhões de pessoas. A infeção do hospedeiro definitivo faz-se pelo contato direto com águas contaminadas por cercárias do parasita do género Schistosoma. Nas primeiras semanas após a infeção o parasita percorre o organismo do hospedeiro definitivo, desencadeando uma resposta imunológica do tipo Th1. Com o início da oviposição, principal razão da patologia desta parasitose, começa a desenvolver-se uma resposta mais acentuada do tipo Th2. O Praziquantel tem sido o fármaco de eleição para o tratamento e o controlo da schistosomose. Porém têm aparecido indícios de uma diminuição da suscetibilidade do parasita a este fármaco em algumas partes do mundo como no Egito, Quénia e Senegal. Como consequência, têm surgido vários trabalhos que abordam este tema e inclusive já foi comprovada a possibilidade destes parasitas desenvolverem resistência ao Praziquantel, em laboratório. O presente trabalho teve como objetivo comparar parâmetros morfológicos, hematológicos, imunológicos e histológicos entre a infeção por uma estirpe de Schistosoma mansoni sensível ao tratamento com Praziquantel e outra resistente a este fármaco até 120 mg/Kg, em três tempos de infeção (6, 8 e 10 semanas). Avaliou-se então o peso do fígado e do baço, a carga parasitária, os valores de hemoglobina, hematócrito, o número de eritrócitos e os níveis séricos das imunoglobulinas IgG1 e IgG2a. Também foram estudados três parâmetros histológicos como: a medição, quantificação e classificação dos granulomas hepáticos. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas no peso do fígado, tamanho e fase de desenvolvimento dos granulomas hepáticos. O fígado apresentou um peso superior nos murganhos infetados com a estirpe de S. mansoni sensível ao Praziquantel às 6 e 10 semanas de infeção. Também na infeção por esta estirpe o tamanho dos granulomas hepático foi superior às 10 semanas. A percentagem de granulomas hepáticos nas fases dominantes de desenvolvimento nas 6ª e 8ª semanas foi superior nos murganhos infetados com a estirpe de S. mansoni sensível ao Praziquantel. Dos resultados obtidos podemos inferir que a infeção pela estirpe resistente ao Praziquantel foi menos severa do que a infeção pela estirpe sensível, o que pode indicar uma debilidade e redução do fitness desta estirpe, resultante da ação do Praziquantel.
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Porém têm aparecido indícios de uma diminuição da suscetibilidade do parasita a este fármaco em algumas partes do mundo como no Egito, Quénia e Senegal. Como consequência, têm surgido vários trabalhos que abordam este tema e inclusive já foi comprovada a possibilidade destes parasitas desenvolverem resistência ao Praziquantel, em laboratório. O presente trabalho teve como objetivo comparar parâmetros morfológicos, hematológicos, imunológicos e histológicos entre a infeção por uma estirpe de Schistosoma mansoni sensível ao tratamento com Praziquantel e outra resistente a este fármaco até 120 mg/Kg, em três tempos de infeção (6, 8 e 10 semanas). Avaliou-se então o peso do fígado e do baço, a carga parasitária, os valores de hemoglobina, hematócrito, o número de eritrócitos e os níveis séricos das imunoglobulinas IgG1 e IgG2a. Também foram estudados três parâmetros histológicos como: a medição, quantificação e classificação dos granulomas hepáticos. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas no peso do fígado, tamanho e fase de desenvolvimento dos granulomas hepáticos. O fígado apresentou um peso superior nos murganhos infetados com a estirpe de S. mansoni sensível ao Praziquantel às 6 e 10 semanas de infeção. Também na infeção por esta estirpe o tamanho dos granulomas hepático foi superior às 10 semanas. A percentagem de granulomas hepáticos nas fases dominantes de desenvolvimento nas 6ª e 8ª semanas foi superior nos murganhos infetados com a estirpe de S. mansoni sensível ao Praziquantel. Dos resultados obtidos podemos inferir que a infeção pela estirpe resistente ao Praziquantel foi menos severa do que a infeção pela estirpe sensível, o que pode indicar uma debilidade e redução do fitness desta estirpe, resultante da ação do Praziquantel.Schistosomiasis is a tropical disease with great socio-economic impact and a serious public health problem in several parts of the world. It is endemic in 78 developing countries and it affects more than 200 million people. Definitive hosts become infected after contact with water contaminated with the larval stage of parasites of the genus Schistosoma. After skin penetration by the cercariae, the resultant schistosomulae will enter the blood stream and mature until the adults mate and settle in the mesenteric venules of the bowel, in the case of Schistosoma mansoni. The initial phase is characterized by a Th1 immune response. Oviposition is the main cause of pathology, inducing a Th2 immune response. Praziquantel has been the preferential drug against this parasite. Nevertheless, some evidence of drug resistance has been reported and investigated in several parts of the world, such as Egypt, Kenya and Senegal. Resistance to Praziquantel has since been achieved in the laboratory. This work aimed to compare morphological, immunological and histological parameters, between schistosome infections in mice by two strains: a wild strain of S. mansoni sensitive to Praziquantel, and a strain resistant to 120 mg/Kg of Praziquantel, at three times post- infection (6, 8 and 10 weeks). Liver, spleen and total body weight were evaluated, as well as parasite load, haemoglobin, haematocrit, number of red blood cells and serum levels of IgG1 and IgG2a. It was also determined the number, stage and size of liver granuloma. Significant statistical differences were found in liver weight, size and granuloma developing phase. Mice infected with S. mansoni sensitive to Praziquantel strain at 6th and 10th weeks after infection had higher liver weight. These mice also had larger hepatic granulomas at the 10th week. The mice infected with the Praziquantel sensitive S. mansoni strain presented higher percentages of granuloma development at 6th and 8th weeks after infection. It can be concluded that infection by the resistant strain of S. mansoni produced a less severe infection in mice, which may be related to debility and fitness reduction caused by the Praziquantel resistance phenotype.Instituto de Higiene e Medicina TropicalFERREIRA, Pedro Manuel M. C.SILVEIRA, HenriqueRUNSILVA, Mariana Albuquerque da2016-10-19T15:17:45Z201520152015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19195TID:201134225porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T03:59:19Zoai:run.unl.pt:10362/19195Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:20.612191Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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