Traços de autismo numa população não clínica : deteção, identificação e discriminação olfativa

• Autor(a) principal: Costa, Adriana Cristina Duarte da
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/39973
• topic: Olfato; Discriminação; Traços de autismo; Ansiedade; Olfaction; Discrimination; Autism traits; Anxiety; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

Introdução: A Perturbação do Espectro de Autismo (PEA) é caracterizada por défices na interação social, comunicação e comportamento. Paralelamente, vários estudos têm vindo a sugerir a existência de alterações no processamento sensorial na população com PEA, que revelam ser uma influência no quotidiano desta população. Devido à peculiaridade da PEA, acredita-se que exista um fenótipo amplo de autismo (FAA) que apresenta uma continuidade na população geral e que, uma das características que se mantém, é a atipia sensorial. A literatura tem evidenciado que a variabilidade existente no processamento olfativo pode estar parcialmente associada a diferenças individuais. Tem-se verificado que a ansiedade, como diferença individual, apresenta impacto nas competências olfativas. Neste estudo objetivamos compreender se os traços de autismo e a ansiedade apresentam uma influência na deteção, discriminação e identificação olfativa. Métodos: As três dimensões olfativas, deteção, discriminação e identificação, foram avaliadas através do teste olfativo Sniffin’Sticks. Para a caracterização dos traços de autismo recorreu-se ao Autism-Spectrum Quotient (AQ). Para a avaliação da ansiedade, utilizaram-se as dimensões cognitiva e somática da subescala traço do State-Trait Inventory for Cognitive and Somatic Anxiety (STICSA) Resultados: Verificou-se que o sexo, a ansiedade somática traço, assim como a atenção para detalhes, subescala do AQ, são preditores significativos da discriminação olfativa. Conclusão: Em suma, observando os resultados do presente estudo, podemos concluir que contrariamente às hipóteses postuladas, os traços de autismo (atenção para detalhes) e a ansiedade traço têm um efeito preditivo apenas na discriminação olfativa. Sugere-se estudos futuros para a validação desta hipótese explicativa.