A depressão na mulher menopáusica: um estudo na população da Cova da Beira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fialho, Ana Filipa Néri
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/10659
Resumo: Introdução: Atualmente, ainda persiste muita controvérsia acerca da “depressão relacionada com a menopausa” e, inclusive, muitos estudos têm sido divergentes. Tal deve-se, essencialmente, a limitações metodológicas, tais como diferenças no desenho dos estudos, utilização de diferentes ferramentas de rastreio de sintomatologia depressiva, sobreposição de sintomatologia depressiva e sintomatologia típica da pós-menopausa e falta de consideração de circunstâncias que podem, até mais do que os fatores hormonais per se, potenciar o desenvolvimento de sintomatologia depressiva nesta etapa da vida da mulher, tais como condições médicas, mudança no papel social (reforma), falecimento de entes queridos ou sensação de “ninho vazio”. Objetivos: Aferir se a pós-menopausa é per se, através de manifestações clínicas decorrentes do declínio estrogénico (perturbações do sono ou sintomas vasomotores), um fator predisponente ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva, assim como averiguar a importância de outros fatores descritos na literatura considerados como protetores (suporte emocional ou envolvimento em atividades lúdicas) ou como predisponentes (antecedentes psiquiátricos ou eventos adversos recentes) para a mesma. Métodos: Estudo transversal, descritivo e correlacional realizado no ACeS Cova da Beira. Foi obtida uma amostra constituída por 125 elementos do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 55 e os 75 anos e que se encontravam na pós-menopausa. Cada participante preencheu, simultaneamente, uma escala de rastreio de sintomatologia depressiva, Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D), e um questionário que incluía vários fatores descritos na literatura como protetores ou predisponentes ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva. O tratamento e análise dos dados fez-se com recurso ao software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 22. Resultados: Quando analisados todos os fatores predisponentes simultaneamente, apenas as perturbações do sono e os eventos de vida adversos recentes predispunham ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva. Por outro lado, ao analisar concomitantemente os fatores protetores, o suporte emocional, a satisfação sexual e as atividades extraprofissionais lúdicas eram os únicos que protegiam as mulheres de sintomatologia depressiva. Discussão e Conclusões: Considerando o défice estrogénico como a causa dos distúrbios do sono em algumas mulheres pós-menopáusicas, podemos concluir que a menopausa é per se um fator predisponente a sintomatologia depressiva. Contudo, sendo este um estudo transversal que não acompanha a transição das mulheres pelos diferentes status menopáusicos nem quantifica a sintomatologia depressiva ao longo dos mesmos, e desconhecendo quer a qualidade do sono das mulheres nos outros períodos reprodutivos quer a verdadeira influência da pós-menopausa nos distúrbios deste, não foi possível demonstrar que a menopausa seja um fator de risco para o desenvolvimento de sintomatologia depressiva.
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spelling A depressão na mulher menopáusica: um estudo na população da Cova da BeiraDepressãoEscala Ces-DFatores PredisponentesFatores ProtetoresMenopausaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: Atualmente, ainda persiste muita controvérsia acerca da “depressão relacionada com a menopausa” e, inclusive, muitos estudos têm sido divergentes. Tal deve-se, essencialmente, a limitações metodológicas, tais como diferenças no desenho dos estudos, utilização de diferentes ferramentas de rastreio de sintomatologia depressiva, sobreposição de sintomatologia depressiva e sintomatologia típica da pós-menopausa e falta de consideração de circunstâncias que podem, até mais do que os fatores hormonais per se, potenciar o desenvolvimento de sintomatologia depressiva nesta etapa da vida da mulher, tais como condições médicas, mudança no papel social (reforma), falecimento de entes queridos ou sensação de “ninho vazio”. Objetivos: Aferir se a pós-menopausa é per se, através de manifestações clínicas decorrentes do declínio estrogénico (perturbações do sono ou sintomas vasomotores), um fator predisponente ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva, assim como averiguar a importância de outros fatores descritos na literatura considerados como protetores (suporte emocional ou envolvimento em atividades lúdicas) ou como predisponentes (antecedentes psiquiátricos ou eventos adversos recentes) para a mesma. Métodos: Estudo transversal, descritivo e correlacional realizado no ACeS Cova da Beira. Foi obtida uma amostra constituída por 125 elementos do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 55 e os 75 anos e que se encontravam na pós-menopausa. Cada participante preencheu, simultaneamente, uma escala de rastreio de sintomatologia depressiva, Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D), e um questionário que incluía vários fatores descritos na literatura como protetores ou predisponentes ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva. O tratamento e análise dos dados fez-se com recurso ao software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 22. Resultados: Quando analisados todos os fatores predisponentes simultaneamente, apenas as perturbações do sono e os eventos de vida adversos recentes predispunham ao desenvolvimento de sintomatologia depressiva. Por outro lado, ao analisar concomitantemente os fatores protetores, o suporte emocional, a satisfação sexual e as atividades extraprofissionais lúdicas eram os únicos que protegiam as mulheres de sintomatologia depressiva. Discussão e Conclusões: Considerando o défice estrogénico como a causa dos distúrbios do sono em algumas mulheres pós-menopáusicas, podemos concluir que a menopausa é per se um fator predisponente a sintomatologia depressiva. Contudo, sendo este um estudo transversal que não acompanha a transição das mulheres pelos diferentes status menopáusicos nem quantifica a sintomatologia depressiva ao longo dos mesmos, e desconhecendo quer a qualidade do sono das mulheres nos outros períodos reprodutivos quer a verdadeira influência da pós-menopausa nos distúrbios deste, não foi possível demonstrar que a menopausa seja um fator de risco para o desenvolvimento de sintomatologia depressiva.Introduction: Currently, there is still a lot of controversy about the “depression related to menopause” and, in fact, many studies have been divergent. This is due, essentially, to methodological restrictions, such as differences in studies´ design, use of different and inadequate screening tools for depressive symptoms, overlap of depressive symptoms and typical postmenopausal symptoms and lack of consideration for circumstances that may, even more than hormonal factors per se, enhance the development of depressive symptoms at this stage of woman's life, like medical conditions, changes in social role (retirement), death of loved ones or empty nest. Aim: To assess whether post-menopause is per se, through clinical manifestations of estrogenic decline (sleep disturbances or vasomotor symptoms), a predisposing factor to the development of depressive symptoms, as well as verify the importance of other factors described in the literature as protective (emotional support or involvement in recreational activities) or predisposing (psychiatric background or recent adverse events) to it. Methods: Cross-sectional, descriptive and correlational study carried out at ACeS Cova da Beira. A sample was obtained, consisting of 125 female elements, aged between 55 and 75 years old and who were in post-menopause. Each participant filled out, simultaneously, a screening scale for depressive symptomatology, Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D), and a questionnaire that included several factors described in the literature as protective or predisposing to the development of depressive symptoms. Data treatment and analysis were performed using the statistical software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) version 22. Results: When all the predisposing factors were analyzed simultaneously, only the sleep disturbances and the recent adverse life events predisposed to the development of depressive symptomatology. On the other hand, analyzing concomitantly the protective factors, emotional support, sexual satisfaction and the recreational extra-professional activities were the only ones that protected women from depressive symptoms. Discussion and Conclusions: Considering post-menopause (ie, estrogen deficit) as the cause of sleep disturbances in some women in this period, we can conclude that it is per se a predisposing factor to depressive symptomatology. However, being this a cross-sectional study that does not follow the transition of women through the different menopausal status nor does it quantify depressive symptoms over the same, and not knowing the quality of sleep of women in other menopausal periods or the real influence of post-menopause on its disturbances, it is not possible to establish a reliable conclusion about the impact of post-menopause alone in the development of depressive symptoms.Caeiro, Vitor Manuel Branco e SilvaMoutinho, José Alberto FonsecauBibliorumFialho, Ana Filipa Néri2020-12-14T14:23:10Z2020-07-062020-04-272020-07-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/10659TID:202547884porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:52:36Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10659Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:34.022074Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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