Ferramentas para o controlo de formas larvares de Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera: culicidae) na cidade do Funchal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/19124 |
Resumo: | Aedes (Stegomyia) aegypti (L. 1762) é na atualidade um dos principais vetores de dengue, chikungunya e febre-amarela, além de importante agente de incomodidade. Desde o seu registo na ilha da Madeira, em Outubro de 2005, medidas de controlo vetorial direcionadas às formas adultas e imaturas, bem como campanhas de educação para a saúde visando a eliminação dos criadouros larvares, foram prontamente implementadas. Contudo, Aedes aegypti continuou a expandir-se, colonizando quase toda a costa sul da ilha até 2012. Nesse mesmo ano, foi registado o primeiro surto de dengue naquela região, com 2168 casos de doença. As dificuldades associadas ao controlo vetorial, devido à presença de elevados níveis de resistência a inseticidas na população local de Aedes aegypti, a colonização da costa sul da ilha e o surto de dengue pelo serotipo-1 (DENV-1), levaram as autoridades locais a procurar novas ferramentas de controlo. Assim, o objetivo proposto para este estudo foi caracterizar a população de Aedes aegypti da cidade do Funchal quanto à sua sensibilidade a substâncias presumivelmente larvicidas e avaliar se as mesmas levam a mudanças de comportamento das fêmeas na seleção de locais de postura, avaliando a sua relevância como futuras ferramentas de controlo larvar. Nos resultados dos bioensaios de dose-resposta OMS observou-se que a população de Aedes aegypti da cidade do Funchal é suscetível ao sal de cozinha (RR99=1,08) e ao Bacillus thuringiensis israelensis (Bti, na formulação Vectobac® G) (RR99=0,73) e, aparentemente, tolerante ao espinosade (Spintor® 480 SC) (χ2=22,90; P<0,05). O regulador de crescimento de insetos piriproxifeno (PPF®, padrão analítico, Sigma-Aldrich) foi também avaliado, contudo, a suscetibilidade da população de Aedes aegypti do Funchal a este composto não foi passível de ser confirmada, uma vez que não foi possível comparar a sua linha-de-base de resposta ao pupicida com a estirpe de referência Rockfeller. Porém, os resultados preliminares obtidos sugerem suscetibilidade ao PPF. Em relação aos ensaios de deteção de tratamento dos criadouros larvares por fêmeas gravidas, foram observadas diferenças significativas no número médio de ovos por fêmeas nos criadouros tratados com sal (P<0,05) que apresentaram sempre menor número de ovos. Para restantes produtos, espinosade, Bti, e piriproxifeno não foram detetadas diferenças significativamente estatísticas entre o número médio de ovos por fêmea nos criadouros tratados e controlo (água) (P>0,05). Estes achados, embora preliminares, constituem um ponto de partida para futuros trabalhos de campo, que validarão a utilização destes produtos como possíveis ferramentas de controlo das formas larvares de Aedes aegypti na ilha da Madeira. |
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Ferramentas para o controlo de formas larvares de Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera: culicidae) na cidade do FunchalAedes aegyptiMadeiraParasitologia médicaLarvasVetoresDengueFunchalDomínio/Área Científica::Ciências MédicasAedes (Stegomyia) aegypti (L. 1762) é na atualidade um dos principais vetores de dengue, chikungunya e febre-amarela, além de importante agente de incomodidade. Desde o seu registo na ilha da Madeira, em Outubro de 2005, medidas de controlo vetorial direcionadas às formas adultas e imaturas, bem como campanhas de educação para a saúde visando a eliminação dos criadouros larvares, foram prontamente implementadas. Contudo, Aedes aegypti continuou a expandir-se, colonizando quase toda a costa sul da ilha até 2012. Nesse mesmo ano, foi registado o primeiro surto de dengue naquela região, com 2168 casos de doença. As dificuldades associadas ao controlo vetorial, devido à presença de elevados níveis de resistência a inseticidas na população local de Aedes aegypti, a colonização da costa sul da ilha e o surto de dengue pelo serotipo-1 (DENV-1), levaram as autoridades locais a procurar novas ferramentas de controlo. Assim, o objetivo proposto para este estudo foi caracterizar a população de Aedes aegypti da cidade do Funchal quanto à sua sensibilidade a substâncias presumivelmente larvicidas e avaliar se as mesmas levam a mudanças de comportamento das fêmeas na seleção de locais de postura, avaliando a sua relevância como futuras ferramentas de controlo larvar. Nos resultados dos bioensaios de dose-resposta OMS observou-se que a população de Aedes aegypti da cidade do Funchal é suscetível ao sal de cozinha (RR99=1,08) e ao Bacillus thuringiensis israelensis (Bti, na formulação Vectobac® G) (RR99=0,73) e, aparentemente, tolerante ao espinosade (Spintor® 480 SC) (χ2=22,90; P<0,05). O regulador de crescimento de insetos piriproxifeno (PPF®, padrão analítico, Sigma-Aldrich) foi também avaliado, contudo, a suscetibilidade da população de Aedes aegypti do Funchal a este composto não foi passível de ser confirmada, uma vez que não foi possível comparar a sua linha-de-base de resposta ao pupicida com a estirpe de referência Rockfeller. Porém, os resultados preliminares obtidos sugerem suscetibilidade ao PPF. Em relação aos ensaios de deteção de tratamento dos criadouros larvares por fêmeas gravidas, foram observadas diferenças significativas no número médio de ovos por fêmeas nos criadouros tratados com sal (P<0,05) que apresentaram sempre menor número de ovos. Para restantes produtos, espinosade, Bti, e piriproxifeno não foram detetadas diferenças significativamente estatísticas entre o número médio de ovos por fêmea nos criadouros tratados e controlo (água) (P>0,05). Estes achados, embora preliminares, constituem um ponto de partida para futuros trabalhos de campo, que validarão a utilização destes produtos como possíveis ferramentas de controlo das formas larvares de Aedes aegypti na ilha da Madeira.Aedes (Stegomyia) aegypti (L. 1762) is one of main vectors of dengue, chikungunya and yellow fever, as well as important nuisance agent. Since its first record in Madeira Island, in October 2005, vector control measures, aimed at adult and immature forms as well as health education campaigns for mosquito source reduction, were quickly implemented. Nonetheless, Aedes aegypti thrived, colonizing almost all southern coast of the island until 2012. In that same year, an outbreak of dengue, with 2168 cases, was recorded in the region. The levels of insecticide resistance of the Aedes aegypti local population, the colonization of the southern coast of the island and the outbreak of dengue by serotype-1 (DENV-1), led the local authorities in the search for new vector control tools. Thus, the proposed goal for this study was to characterize the population of Aedes aegypti of Funchal regarding its susceptibility to substances with presumed larvicidal effect and assess whether the presence of these compounds in potential breeding sites may lead to changes in females' oviposition behavior. The results of the dose-response WHO's bioassays showed that the population of Aedes aegypti of the city of Funchal is susceptible to salt (RR99 = 1.08) and Bacillus thuringiensis israelensis (Bti, Vectobac® G) (RR99=0.73) and apparently tolerant to Spinosad (Spintor® 480 SC) (χ2=22.90, P<0.05). The effects of the insect growth regulator, pyriproxyfen (PPF®, analytical grade, Sigma-Aldrich) were also assessed. However, the susceptibility of the local Aedes aegypti population to this compound could not be verified since it was not possible to compare its base-line response with the one obtained for the reference strain, Rockefeller. Results suggest that Aedes aegypti from Funchal is susceptible to PPF. Regarding the effect of treated breeding sites in females' oviposition behavior, significant differences were observed in the mean number of eggs per female of salt-treated water containers (P<0.05) that presented reduced number of eggs. As to the other products, spinosad, Bti and pyriproxyfen, no significant differences (P>0.05) were observed between the average number of oviposited eggs/female between treated and control (water) breeding sites. These findings, although preliminary, are a starting point for future field studies that may confirm and validate these products as possible tools for the control of larval forms of Aedes aegypti in Madeira Island.Instituto de Higiene e Medicina TropicalSOUSA, CarlaNOVO, Maria TeresaRUNALVES, Gonçalo Nuno da Costa Martins2016-10-17T11:41:19Z201420142014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19124TID:201129230porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T03:59:10Zoai:run.unl.pt:10362/19124Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:18.027577Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Aedes (Stegomyia) aegypti (L. 1762) é na atualidade um dos principais vetores de dengue, chikungunya e febre-amarela, além de importante agente de incomodidade. Desde o seu registo na ilha da Madeira, em Outubro de 2005, medidas de controlo vetorial direcionadas às formas adultas e imaturas, bem como campanhas de educação para a saúde visando a eliminação dos criadouros larvares, foram prontamente implementadas. Contudo, Aedes aegypti continuou a expandir-se, colonizando quase toda a costa sul da ilha até 2012. Nesse mesmo ano, foi registado o primeiro surto de dengue naquela região, com 2168 casos de doença. As dificuldades associadas ao controlo vetorial, devido à presença de elevados níveis de resistência a inseticidas na população local de Aedes aegypti, a colonização da costa sul da ilha e o surto de dengue pelo serotipo-1 (DENV-1), levaram as autoridades locais a procurar novas ferramentas de controlo. Assim, o objetivo proposto para este estudo foi caracterizar a população de Aedes aegypti da cidade do Funchal quanto à sua sensibilidade a substâncias presumivelmente larvicidas e avaliar se as mesmas levam a mudanças de comportamento das fêmeas na seleção de locais de postura, avaliando a sua relevância como futuras ferramentas de controlo larvar. Nos resultados dos bioensaios de dose-resposta OMS observou-se que a população de Aedes aegypti da cidade do Funchal é suscetível ao sal de cozinha (RR99=1,08) e ao Bacillus thuringiensis israelensis (Bti, na formulação Vectobac® G) (RR99=0,73) e, aparentemente, tolerante ao espinosade (Spintor® 480 SC) (χ2=22,90; P<0,05). O regulador de crescimento de insetos piriproxifeno (PPF®, padrão analítico, Sigma-Aldrich) foi também avaliado, contudo, a suscetibilidade da população de Aedes aegypti do Funchal a este composto não foi passível de ser confirmada, uma vez que não foi possível comparar a sua linha-de-base de resposta ao pupicida com a estirpe de referência Rockfeller. Porém, os resultados preliminares obtidos sugerem suscetibilidade ao PPF. Em relação aos ensaios de deteção de tratamento dos criadouros larvares por fêmeas gravidas, foram observadas diferenças significativas no número médio de ovos por fêmeas nos criadouros tratados com sal (P<0,05) que apresentaram sempre menor número de ovos. Para restantes produtos, espinosade, Bti, e piriproxifeno não foram detetadas diferenças significativamente estatísticas entre o número médio de ovos por fêmea nos criadouros tratados e controlo (água) (P>0,05). Estes achados, embora preliminares, constituem um ponto de partida para futuros trabalhos de campo, que validarão a utilização destes produtos como possíveis ferramentas de controlo das formas larvares de Aedes aegypti na ilha da Madeira. |
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