“A África é aqui, no terreiro”: Horizontes nostálgicos, sentidos da África e outros lugares no Candomblé (jeje-nagô) de Salvador e Uberaba

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, João Ferreira
Data de Publicação: 2016
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/12436
Resumo: A presente tese trata da nostalgia e suas roupagens no contexto do Candomblé jejenagô em Salvador, cidade considerada o berço da religião, a “Meca do Candomblé”, e em Uberaba, cidade na região do Triângulo Mineiro, marcada pela figura de Chico Xavier, personalidade histórica da religiosidade brasileira e do espiritismo em particular, onde o Candomblé chegou há 40 anos. Ao tratar do campo religioso uberabense, questões ligadas ao hibridismo religioso merecem atenção, oferecendo aportes para o debate clássico sobre o que constitui autenticidade africana (a intemporal “pureza nagô”), o qual será ampliado a partir dos dados de campo em Salvador. Este trabalho, trata ainda dos sentidos da África no Candomblé, em ambos os campos de pesquisa, bem como das mudanças estéticas impostas ao Candomblé, que se articulam necessariamente com a nostalgia e a ideia de perda cultural, questões por si mesmas imbricadas aos processos de reafricanização. Tratase, pois, de uma cadeia que envolve, saudade, perda cultural, modernização visual, conceções românticas e ideológicas de África. Paralelamente, tem lugar uma reflexão sobre as condições de realização do trabalho de campo nas particularidades do movimento “entre cá e lá”, correntemente tomados pela dicotomia das perspetivas – negociadas – “de dentro” e “de fora”, bem como de temas de algum modo velados dentro das comunidades-terreiro, como posições de género e agência sexual ou as extrapolações rituais por parte dos ogans, membros masculinos que não entram em transe. A presente tese é, toda ela, fiada pela etnografia.
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