Caminhos do Universo Carolíngio - o Tchiloli de São Tomé
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/5139 |
Resumo: | O presente artigo debruç-se sobre os aspectos históricos que contribuiram para que o 'material carolíngio' representasse um papel de relevo no mundo performativo das culturas lusófonas. O facto de durante toda a época da Reconquista a derrocada franca em Roncesvales, a qual inspirou o material poético para a Chanson de Roland, se ter acabado por transformar num “valiosíssimo” desastre#. Num desastre que se iria tornar num pendão orientador para os exércitos cristãos: Roland assume o papel de um segundo Cristo e Roncesvales adquire foros de um novo Gólgota. Evidentemente que isto se trata de uma estratégia ideológica, fomentada pelas estruturas de poder do outro lado dos Pirinéus, que virá não só a inspirar os destinos ibéricos, como também a fazer perpetuar o predomínio da cultura franca na península. Na base disto estão vários factores: Por um lado é de salientar a acção franca em território ibérico, sobretudo através da actuação das ordens monásticas Beneditina (Cluny) e Cisterciense, visto que as principais funções na hierarquia da Igreja a nível peninsular eram ocupadas nesta altura pelos seus membros. Além disso, os francos, empenhados no garante da sua supremacia ideológica e religiosa no ocidente, elevaram aquilo que inicialmente era de facto apenas uma empresa ibérica, a um empreendimento colectivo da civilização do sol poente. E não por último, o facto de São Tiago de Compostela constituir, desde o séc. IX paralelamente com Jerusalém e Roma, um dos mais importantes lugares de peregrinação da cristandade e, de por essa mesma rota, também designada de “caminho francês” viajarem os peregrinos e, com eles as histórias e canções de gesta, que estes traziam do sul da França. Esta influência da cultura francesa, que ainda hoje se reflecte, fornece-nos a explicação para o facto do material carolíngio ter ocupado um lugar de destaque entre os povos ibéricos. Hoje entendemos o “universo carolíngio” como um “universo” literário condicionado por determinados parâmetros, compreendêmo-lo como um macro-sistema, que se define muito mais através do seu carácter “discursivo e figurativo”, do que através do seu conteúdo histórico. |
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Caminhos do Universo Carolíngio - o Tchiloli de São ToméSão Tomé e PríncipeUniverso carolíngioImaginárioFenómeno da interculturalidadeRitualizaçãoTragédia do Marquês de MântuaPerformanceSincretismo culturalDo ritual ao teatroDo teatro ao ritualO presente artigo debruç-se sobre os aspectos históricos que contribuiram para que o 'material carolíngio' representasse um papel de relevo no mundo performativo das culturas lusófonas. O facto de durante toda a época da Reconquista a derrocada franca em Roncesvales, a qual inspirou o material poético para a Chanson de Roland, se ter acabado por transformar num “valiosíssimo” desastre#. Num desastre que se iria tornar num pendão orientador para os exércitos cristãos: Roland assume o papel de um segundo Cristo e Roncesvales adquire foros de um novo Gólgota. Evidentemente que isto se trata de uma estratégia ideológica, fomentada pelas estruturas de poder do outro lado dos Pirinéus, que virá não só a inspirar os destinos ibéricos, como também a fazer perpetuar o predomínio da cultura franca na península. Na base disto estão vários factores: Por um lado é de salientar a acção franca em território ibérico, sobretudo através da actuação das ordens monásticas Beneditina (Cluny) e Cisterciense, visto que as principais funções na hierarquia da Igreja a nível peninsular eram ocupadas nesta altura pelos seus membros. Além disso, os francos, empenhados no garante da sua supremacia ideológica e religiosa no ocidente, elevaram aquilo que inicialmente era de facto apenas uma empresa ibérica, a um empreendimento colectivo da civilização do sol poente. E não por último, o facto de São Tiago de Compostela constituir, desde o séc. IX paralelamente com Jerusalém e Roma, um dos mais importantes lugares de peregrinação da cristandade e, de por essa mesma rota, também designada de “caminho francês” viajarem os peregrinos e, com eles as histórias e canções de gesta, que estes traziam do sul da França. Esta influência da cultura francesa, que ainda hoje se reflecte, fornece-nos a explicação para o facto do material carolíngio ter ocupado um lugar de destaque entre os povos ibéricos. Hoje entendemos o “universo carolíngio” como um “universo” literário condicionado por determinados parâmetros, compreendêmo-lo como um macro-sistema, que se define muito mais através do seu carácter “discursivo e figurativo”, do que através do seu conteúdo histórico.CIEP - Centro de Investigação em Educação e Psicologia2012-06-20T09:51:24Z2012-06-202008-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10174/5139http://hdl.handle.net/10174/5139porAlves Pereira, Paulo, (2008): "Caminhos do Universo Carolíngio - o Tchiloli de São Tomé", in Educação - Temas e Problemas, Nº. 5, dir. Vitor M. Trindade, Mª. Teresa Santos e Mª. de Nazaret Trindade, Évora, CIEP - Centro de Investigação em Educação e Psicologia, pp. 67-89.1901646-28311Educação - Temas e Problemas5DAC, CIEP, CHAIApaulo-pereira@web.deAprendizagem Intercultural - Fundamentos603Alves Pereira, Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T18:43:33Zoai:dspace.uevora.pt:10174/5139Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:00:10.976001Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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