Geologia da insegurança urbana: a construção social do medo nas cidades
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/3342 |
Resumo: | A questão da segurança urbana pode ser encarada como um assunto persistente e recorrente no debate político e cultural acerca das cidades: a percepção subjectiva aumenta e, por sua vez, aumenta a procura de políticas de segurança. Este artigo argumenta que a falta de segurança urbana não é um dado objectivo, mas sim o resultado de uma construção social. Com efeito, a percepção de se estar menos seguro não deriva do aumento do número de actos que ameaçam a vida e a propriedade dos indivíduos, o que de facto não aconteceu. Pelo contrário, espelha a situação de desconforto social que afecta uma parte cada vez maior da população, devido a políticas económicas liberais. Este sentimento de desconforto, por sua vez, aumenta os actos de intolerância perante os “desviantes” (“drop outs”), vistos como potencialmente perigosos (imigrantes, pobres e excluídos) e os comportamentos que mesmo não sendo violentos, parecem ser “desviantes”. Deste modo, a coexistência torna-se cada vez mais difícil e as incompatibilidades crescem descontroladamente. “Cidade segura”, neste contexto, não significa a cidade militarizada, pelo contrário, a cidade segura deve ser entendida como a cidade onde “o controlo civil” é exercido (uma forma descentralizada de controlo e equilíbrio mútuo que garanta da melhor forma a liberdade de todos) e onde vigora a tolerância. |
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A questão da segurança urbana pode ser encarada como um assunto persistente e recorrente no debate político e cultural acerca das cidades: a percepção subjectiva aumenta e, por sua vez, aumenta a procura de políticas de segurança. Este artigo argumenta que a falta de segurança urbana não é um dado objectivo, mas sim o resultado de uma construção social. Com efeito, a percepção de se estar menos seguro não deriva do aumento do número de actos que ameaçam a vida e a propriedade dos indivíduos, o que de facto não aconteceu. Pelo contrário, espelha a situação de desconforto social que afecta uma parte cada vez maior da população, devido a políticas económicas liberais. Este sentimento de desconforto, por sua vez, aumenta os actos de intolerância perante os “desviantes” (“drop outs”), vistos como potencialmente perigosos (imigrantes, pobres e excluídos) e os comportamentos que mesmo não sendo violentos, parecem ser “desviantes”. Deste modo, a coexistência torna-se cada vez mais difícil e as incompatibilidades crescem descontroladamente. “Cidade segura”, neste contexto, não significa a cidade militarizada, pelo contrário, a cidade segura deve ser entendida como a cidade onde “o controlo civil” é exercido (uma forma descentralizada de controlo e equilíbrio mútuo que garanta da melhor forma a liberdade de todos) e onde vigora a tolerância. |
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