Capacidades reprodutivas de mulheres com malformação congênita do aparelho reprodutor: Uma leitura difrativa à luz do realismo agencial de Karen Barad
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-77702021000300654 |
Resumo: | Resumo: Introdução: Esforços investigativos advindos da biomedicina e da sociologia têm proposto análises sobre a infertilidade feminina cujas insuficiências contribuem para a perpetuação de compreensões essencialistas acerca dos corpos e de suas propriedades. Objetivos: O estudo pretende evidenciar como a modalidade de neomaterialismo proposta pela física e feminista norte-americana Karen Barad, nomeada de realismo agencial, e o método analítico de leitura difrativa sistematizado pela autora permitem-nos edificar compreensões alternativas acerca da infertilidade feminina, apontando caminhos para a superação das insuficiências que se fazem presentes tanto em visadas biomédicas quanto sociológicas sobre o tema. Métodos: A presente pesquisa mobiliza uma abordagem metodológica qualitativa do tipo estudo de casos múltiplos, recorrendo a entrevistas semiestruturadas junto a três mulheres diagnosticadas como inférteis devido à Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH). O procedimento analítico conduzido é a leitura difrativa, mediante a qual lemos as vivências das participantes através de alguns dos posicionamentos ontológicos depreendidos por Karen Barad das teorizações de Niels Bohr sobre mecânica quântica. Resultados: Da leitura difrativa das vivências das três participantes da pesquisa à luz das teorizações baradianas emerge um entendimento acerca das capacidades reprodutivas de mulheres com MRKH que identifica tais atributos enquanto phenomena sociomateriais ontologicamente relacionais e em constante transformação, cuja complexidade tecnológica, política, econômica e social torna insustentável qualquer tipo de essencialismo biológico. Conclusões: O realismo agencial de Barad e seu método de leitura difrativa nos convidam a resistir à tentação de atribuir aos corpos características e capacidades constantes, universais e independentes dos contextos e aparatos material-discursivos que as produzem, figurando enquanto promissoras ferramentas teóricas e metodológicas para esforços investigativos qualitativos que, partindo das ciências sociais, se debruçam sobre as temáticas da saúde reprodutiva, do corpo e de suas propriedades. |
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Capacidades reprodutivas de mulheres com malformação congênita do aparelho reprodutor: Uma leitura difrativa à luz do realismo agencial de Karen BaradSíndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-HauserInfertilidadeAnálise Qualitativa de DadosOntologiaLeitura Difrativa.Resumo: Introdução: Esforços investigativos advindos da biomedicina e da sociologia têm proposto análises sobre a infertilidade feminina cujas insuficiências contribuem para a perpetuação de compreensões essencialistas acerca dos corpos e de suas propriedades. Objetivos: O estudo pretende evidenciar como a modalidade de neomaterialismo proposta pela física e feminista norte-americana Karen Barad, nomeada de realismo agencial, e o método analítico de leitura difrativa sistematizado pela autora permitem-nos edificar compreensões alternativas acerca da infertilidade feminina, apontando caminhos para a superação das insuficiências que se fazem presentes tanto em visadas biomédicas quanto sociológicas sobre o tema. Métodos: A presente pesquisa mobiliza uma abordagem metodológica qualitativa do tipo estudo de casos múltiplos, recorrendo a entrevistas semiestruturadas junto a três mulheres diagnosticadas como inférteis devido à Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH). O procedimento analítico conduzido é a leitura difrativa, mediante a qual lemos as vivências das participantes através de alguns dos posicionamentos ontológicos depreendidos por Karen Barad das teorizações de Niels Bohr sobre mecânica quântica. Resultados: Da leitura difrativa das vivências das três participantes da pesquisa à luz das teorizações baradianas emerge um entendimento acerca das capacidades reprodutivas de mulheres com MRKH que identifica tais atributos enquanto phenomena sociomateriais ontologicamente relacionais e em constante transformação, cuja complexidade tecnológica, política, econômica e social torna insustentável qualquer tipo de essencialismo biológico. Conclusões: O realismo agencial de Barad e seu método de leitura difrativa nos convidam a resistir à tentação de atribuir aos corpos características e capacidades constantes, universais e independentes dos contextos e aparatos material-discursivos que as produzem, figurando enquanto promissoras ferramentas teóricas e metodológicas para esforços investigativos qualitativos que, partindo das ciências sociais, se debruçam sobre as temáticas da saúde reprodutiva, do corpo e de suas propriedades.Ludomedia2021-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-77702021000300654New Trends in Qualitative Research v.8 2021reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-77702021000300654de Camargo,CaynnãFerreira,Virgíniainfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:33:12Zoai:scielo:S2184-77702021000300654Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:35:39.016349Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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