Osteoporose induzida por glucocorticoides: estamos a tratar adequadamente?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/11334 |
Resumo: | Introdução: Os glucocorticoides (GC) têm um papel importante no tratamento de várias doenças, nomeadamente nas doenças inflamatórias reumáticas. Apesar da sua utilidade terapêutica, estes fármacos são uma causa importante de efeitos adversos como a osteoporose induzida por glucocorticoides (GIOP). Embora seja uma complicação clinicamente bem conhecida há vários anos, a GIOP permanece uma doença largamente subdiagnosticada e, portanto, subtratada. Em 2017, a American College of Rheumatology (ACR) publicou recomendações para a prevenção e tratamento da GIOP, sintetizando a evidência científica sobre os benefícios e riscos da sua prevenção e opções de tratamento. Em Portugal, não existem recomendações específicas para a prevenção e tratamento da GIOP. Objetivo: Avaliar as práticas de tratamento da GIOP nos doentes seguidos em consulta de reumatologia na Unidade de Saúde Local da Guarda (ULSG). Material e métodos: Realizou-se um estudo de coorte retrospetivo em doentes seguidos em consulta externa de reumatologia na ULSG, entre 1 de junho de 2019 e 31 de dezembro de 2019. Foram incluídos doentes com patologia inflamatória reumática, sob terapêutica com GC durante =3 meses, numa dose =2,5mg/dia. A partir de registos clínicos, recolheu-se dados sociodemográficos, clínicos e medidas implementadas de prevenção e tratamento da GIOP. Com base nas recomendações da ACR de 2017, avaliou-se individualmente a adequação do tratamento e identificaram-se os preditores de prescrição de tratamento farmacológico. Resultados: Dos 676 doentes seguidos em consulta de reumatologia naquele período, 103 foram incluídos no estudo. A idade média amostra era de 60,9 (±13,3) anos e 68% eram do sexo feminino. Sete doentes tinham <40 anos, 1 dos quais foi considerado como estando subtratado, segundo as recomendações da ACR de 2017. Dos 96 doentes com =40 anos, 20,8% estavam adequadamente tratados e 40,6% subtratados. Nenhum doente foi considerado sobretratado. Os fatores associados à prescrição farmacológica do tratamento da GIOP foram a idade mais avançada, a maior probabilidade de fratura major ou da anca, calculadas através do Fracture Risk Assessment Tool, e a história de fratura de fragilidade. Os fatores determinantes da prescrição de tratamento eram uma pontuação FRAX para fratura da anca =3% e um T-score de densidade mineral óssea vertebral <-2,1. Conclusão: Tendo em conta as recomendações da ACR de 2017, uma grande proporção de doentes com patologia inflamatória reumática medicados cronicamente com GC estavam subtratados para a GIOP. Estas recomendações têm, no entanto, limitações na sua aplicação à população portuguesa, sendo necessário criar orientações clínicas nacionais para a prevenção e tratamento da doença. |
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Osteoporose induzida por glucocorticoides: estamos a tratar adequadamente?ReumatologiaDensidade Mineral ÓsseaDoenças InflamatóriasFrature Risk Assessment ToolGlucocorticoidesOsteoporoseOsteoporose Induzida Por GlucocorticoidesDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: Os glucocorticoides (GC) têm um papel importante no tratamento de várias doenças, nomeadamente nas doenças inflamatórias reumáticas. Apesar da sua utilidade terapêutica, estes fármacos são uma causa importante de efeitos adversos como a osteoporose induzida por glucocorticoides (GIOP). Embora seja uma complicação clinicamente bem conhecida há vários anos, a GIOP permanece uma doença largamente subdiagnosticada e, portanto, subtratada. Em 2017, a American College of Rheumatology (ACR) publicou recomendações para a prevenção e tratamento da GIOP, sintetizando a evidência científica sobre os benefícios e riscos da sua prevenção e opções de tratamento. Em Portugal, não existem recomendações específicas para a prevenção e tratamento da GIOP. Objetivo: Avaliar as práticas de tratamento da GIOP nos doentes seguidos em consulta de reumatologia na Unidade de Saúde Local da Guarda (ULSG). Material e métodos: Realizou-se um estudo de coorte retrospetivo em doentes seguidos em consulta externa de reumatologia na ULSG, entre 1 de junho de 2019 e 31 de dezembro de 2019. Foram incluídos doentes com patologia inflamatória reumática, sob terapêutica com GC durante =3 meses, numa dose =2,5mg/dia. A partir de registos clínicos, recolheu-se dados sociodemográficos, clínicos e medidas implementadas de prevenção e tratamento da GIOP. Com base nas recomendações da ACR de 2017, avaliou-se individualmente a adequação do tratamento e identificaram-se os preditores de prescrição de tratamento farmacológico. Resultados: Dos 676 doentes seguidos em consulta de reumatologia naquele período, 103 foram incluídos no estudo. A idade média amostra era de 60,9 (±13,3) anos e 68% eram do sexo feminino. Sete doentes tinham <40 anos, 1 dos quais foi considerado como estando subtratado, segundo as recomendações da ACR de 2017. Dos 96 doentes com =40 anos, 20,8% estavam adequadamente tratados e 40,6% subtratados. Nenhum doente foi considerado sobretratado. Os fatores associados à prescrição farmacológica do tratamento da GIOP foram a idade mais avançada, a maior probabilidade de fratura major ou da anca, calculadas através do Fracture Risk Assessment Tool, e a história de fratura de fragilidade. Os fatores determinantes da prescrição de tratamento eram uma pontuação FRAX para fratura da anca =3% e um T-score de densidade mineral óssea vertebral <-2,1. Conclusão: Tendo em conta as recomendações da ACR de 2017, uma grande proporção de doentes com patologia inflamatória reumática medicados cronicamente com GC estavam subtratados para a GIOP. Estas recomendações têm, no entanto, limitações na sua aplicação à população portuguesa, sendo necessário criar orientações clínicas nacionais para a prevenção e tratamento da doença.Background: Glucocorticoids (GC) play an important role in the treatment of several conditions, including inflammatory rheumatic diseases. Despite their therapeutic utility, GC are associated with numerous adverse effects such as glucocorticoid induced osteoporosis (GIOP). Although it has been well recognized for several years, GIOP is still a largely underdiagnosed and, thus, undertreated condition. In 2017, the American College of Rheumatology (ACR) published guidelines for GIOP prevention and treatment, synthesizing the evidence for the benefits and harms of GIOP prevention and treatment options. In Portugal, there are no specific guidelines for the prevention and treatment of GIOP. Objectives: The aim of this study was to assess the current treatment practices of GIOP in patients followed in Rheumatology outpatient clinic in a secondary hospital. Materials and methods: A retrospective cohort study was conducted in patients followed in Rheumatology outpatient clinic between June 1st 2019 and December 31st 2019. Patients with inflammatory rheumatic disease under GC treatment for =3 months with a daily dosage of =2,5mg were included in the study. Sociodemographic, clinical and GIOP management data were obtained from clinical records. Using the 2017 ACR guidelines as reference, GIOP treatment adequacy was assessed and treatment prescription predictors were identified. Results: Of 676 patients followed in Rheumatology outpatient clinic in that period, 103 were included in the study. Patients’ mean age was 60,9 (±13,3) and 68% were female. Seven patients were <40 years old, one of which was considered undertreated according to ACR guidelines. Of the 96 patients =40 years old, 20,8% were adequately treated and 40,6% were undertreated. No patients were considered overtreated. Factors associated with GIOP treatment prescription were older age, higher major bone fracture or hip bone fracture risk obtained through Fracture Risk Assessment Tool and previous bone fragility fracture. A FRAX score for hip fracture =3% and a vertebral bone mineral density T-score <-2,1 were identified as prescription determinants of pharmacological treatment. Conclusion: Following the 2017 ACR guidelines, a large proportion of patients with inflammatory rheumatic disease chronically treated with GC were undertreated for GIOP. There are, however, limitations in these guidelines application to the Portuguese population which emphasize the need to develop national clinical recommendations for the prevention and treatment of GIOP.Ferreira, Joana Catarina FonsecaPinto, Ana SofiauBibliorumNunes, Mara Raquel Coelho Dias2021-11-22T17:17:43Z2021-07-092021-04-292021-07-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11334TID:202789551porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:47Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11334Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:09.210097Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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