Para uma concepção multicultural dos direitos humanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Boaventura de Sousa
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/44219
Resumo: O artigo discute o tema dos direitos humanos a partir da observação de que, durante muitos anos após a Segunda Guerra Mundial, foram parte integrante da política da Guerra Fria, sendo como tal considerados pela esquerda, mas que, nos últimos tempos, forças progressistas dele se apossaram para reinventar a linguagem da emancipação. Para responder à indagação de se os direitos humanos podem preencher o vazio deixado pelo socialismo e se constituir como uma política emancipatória, o autor se propõe a examinar as condições para que isso se tome possível, voltando-se para a tarefa prévia de identificar as tensões dialéticas que informam a modernidade ocidental, isto é, as que se apresentam entre regulação social e emancipação social, entre o Estado e a sociedade civil e entre o Estado-nação e a globalização. Após examiná-las o autor conclui que, para que efetivamente os direitos humanos se tomem uma linguagem cotidiana da dignidade humana nas diferentes regiões do globo, é necessário um diálogo entre as diferentes culturas, ou seja, entre universos de sentido diferentes Somente por um tipo de hermenêutica que torne possível esse diálogo, os direitos humanos poderão se transformar em uma política cosmopolita que ligue em rede línguas nativas de emancipação, tomando-as mutuamente inteligíveis e traduzíveis.
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