Variáveis preditoras da coordenação motora, em crianças com e sem dificuldades de aprendizagem

• Autor(a) principal: Silva, Cláudia Patrícia Machado Ferreira da
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/6475
• topic: Coordenação motora; Crianças; Dificuldades de aprendizagem

Atualmente constata-se um aumento dos estudos relacionados com as dificuldades de aprendizagem (DA), uma vez que as DA e todas as suas questões inerentes são a causa mais frequente do baixo desempenho escolar e, naturalmente, do aumento de retenções no 1ºCEB. As crianças com DA podem expressar diversas dificuldades, destacando-se problemas na coordenação motora (CM), competência percebida (CP) e estruturação espaciotemporal (EET). Apesar dos esforços concretizados no sentido de minorar o insucesso escolar, os resultados estão longe do desejado. Assim, pretende-se verificar as variáveis preditoras da CM em crianças com e sem DA. Esta dissertação está organizada em 3 estudos. O primeiro teve como objetivo caracterizar e comparar, segundo a idade e o género, a CM, a EET e a PC de crianças do 1º CEB. A amostra foi constituída por 166 crianças (89 raparigas e 77 rapazes) dos 5 aos 10 anos (7,31±1,17). A maioria das crianças apresenta coordenação normal (53%), perfil dispráxico (54,8%) e elevada PC. Os rapazes apresentam valores significativamente superiores no quociente motor geral (p=.00), saltos monopedais (p=.00), transferências de plataformas (p=.006), EET (p=.03), organização (p=.018), estruturação rítmica (p=.004), enquanto as raparigas apresentam valores superiores na PC, no 1º e 2º ano. Os resultados segundo o ano de escolaridade revelaram diferenças na EET (p=.00), organização (p=.007), estruturação dinâmica (p=.00), representação topográfica (p=.024), tendo as crianças mais velhas valores superiores. Concluiu-se que os rapazes e as crianças mais novas apresentam valores superiores na CM e as mais velhas na EET. O segundo teve como objetivo comparar a CM, a CP e a EET de crianças com e sem DA. A amostra foi constituída por 128 crianças, 58 com DA, 27 (46,6%) raparigas e 31 (53,4%) rapazes dos 5 aos 10 anos (8,02±1,15) e 70 sem DA, 36 (51,4%) raparigas e 34 (48,6%) rapazes dos 5 aos 9 anos (7,37±1,16). Os resultados da CM, quando comparados os grupos com e sem DA não revelaram diferenças significativas, porém na EET o grupo sem DA apresentou resultados significativamente superiores (p=.024); na PC as crianças mais velhas, sem DA, apresentaram resultados significativamente superiores na competência escolar (p=.041). Concluindo, as crianças com e sem DA são semelhantes na CM, apresentando diferenças na EET e na PC, essencialmente na competência escolar. No terceiro pretendeu-se apurar as variáveis preditoras da CM de crianças com e sem DA. A amostra foi constituída por 128 crianças, 58 com DA, 27 raparigas e 31 rapazes dos 5 aos 10 anos (8,02±1,15) e 70 sem DA, 36 raparigas e 34 rapazes dos 5 aos 9 anos (7,37±1,16). Nas crianças com DA, 37,4% da variância da CM é explicada pela Idade (β=-.355, p=.002), Género (β=.332, p=.004) e Estruturação Dinâmica (β=.300, p=.008). Nas crianças sem DA, 22,5% da variância da CM é explicada pelo género (β=.474, p=.000). Consideramos pertinente a implementação da educação psicomotora no pré-escolar e 1º CEB, de forma a potenciar as capacidades de cada criança. Pensamos ser necessário uma reflexão sobre os programas de forma a serem utilizadas estratégias mais adequadas para a promoção do sucesso escolar.