Quando perco o mundo, aparece a Terra. Cosmopolítica da escrita com Maria Gabriela Llansol

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Galarça, Lorenzo Ganzo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/137272
Resumo: No final de 1965, Maria Gabriela Llansol e seu marido, Augusto Joaquim partem exilados de Portugal em direção a Bélgica. Em Louvain, fundam a Escola da Rua Namur com o objetivo de acolher filhos de exilados políticos de diversas nacionalidades e também crianças com necessidades especiais. Durante este período, Llansol dá início a sua primeira trilogia, Geografia de Rebeldes, e escreve diversas notas a respeito da experiência vivida naquele período. Os Apontamentos da Escola da Rua Namur são uma reunião destas notas que Llansol havia pensado em publicar como livro, mas que permanece como um projeto inacabado. Esta dissertação toma uma frase colhida destes apontamentos, “Quando perco o mundo, aparece a terra”, como cifra de entrada e leitura para um pensamento da Terra com Llansol. Desdobramos esta proposta em três capítulos. O primeiro explora a tese de Manuel Gusmão de que a escrita de Llansol se apresenta como uma reconfiguração aberta do humano e buscamos pensa-la diante da perda do mundo; o segundo procura pensar a escrita diante do aparecimento da terra, aliados à leitura de Silvina Rodrigues Lopes de que Llansol jamais se ocupou da invenção de mundos, mas da habitação da terra. Formulamos assim uma pergunta: de que maneira a escrita participa da habitação da terra quando se perde o mundo? Por fim, no terceiro capítulo, propusemos a ideia das cosmopolíticas da escrita como um conceito capaz de abarcar a radicalidade de uma política alargada, para além do humano e também de uma escrita atravessada pelas forças e movimentos da terra. Com Llansol, propomos que as cosmopolíticas da escrita se multiplicam em três: 1) a escrita como cuidado; 2) a escrita como criação de refúgios; 3) a escrita como contrafeitiço da Literatura
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