Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25754/pjp.2012.2350 |
Resumo: | Introdução: A adolescência é um período de crescente responsabilização e autonomia. A confidencialidade e participação nas decisões são fundamentais na abordagem do adolescente, devendo ser asseguradas pelos profissionais como forma de promover essa autonomia. A legislação portuguesa é vasta e contraditória no que respeita os direitos de saúde dos adolescentes. Objectivos: Avaliar o conhecimento e conhecer as práticas médicas respeitando os aspectos ético-legais no atendimento de adolescentes, à luz da legislação vigente. Métodos: Estudo transversal descritivo, baseado num questionário electrónico e anónimo, dirigido a especialistas e internos, disponível online de 28 Julho a 18 de Agosto de 2010. As questões versavam: confidencialidade, consentimento informado e decisão terapêutica. Resultados: Obtiveram-se 327 respostas validadas, 62% (202) de médicos de Pediatria (P), 24% (80) de Medicina Geral e Familiar (MGF) e 6% (20) de Ginecologia/Obstetrícia (GO). Em 69% dos inquiridos a idade era inferior a 40 anos, sendo 77% do sexo feminino. Cerca de 75% dos profissionais atende regularmente adolescentes na sua prática clínica, sendo a confidencialidade abordada na consulta sobretudo com o/a adolescente e os pais (54%). Cerca de um terço dos participantes parece desconhecer os limites da confidencialidade (28%), não identificando as situações genericamente previstas por lei para a quebra do sigilo. Relativamente ao direito à autonomia e confidencialidade verificou-se uma média de 3,9 respostas correctas em 6 perguntas (P 3,9; GO 4,1; MGF 3,7), sem diferenças estatisticamente significativas entre especialidades. Nas questões que versavam decisão terapêutica, a média de respostas correctas foi 10,6 em 14 afirmações (P 10,7; GO 10,6; MGF 10,6). Conclusão: Os inquiridos apresentaram um nível razoável de conhecimento no que respeita os direitos em saúde dos adolescentes, nomeadamente o consentimento informado e decisão terapêutica. Contudo, a abordagem da confidencialidade não está ainda sistematizada e os seus limites suscitam muitas dúvidas. |
id |
RCAP_b34f3daa7cd75957477088f41f976965 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/2350 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentesOriginal articlesIntrodução: A adolescência é um período de crescente responsabilização e autonomia. A confidencialidade e participação nas decisões são fundamentais na abordagem do adolescente, devendo ser asseguradas pelos profissionais como forma de promover essa autonomia. A legislação portuguesa é vasta e contraditória no que respeita os direitos de saúde dos adolescentes. Objectivos: Avaliar o conhecimento e conhecer as práticas médicas respeitando os aspectos ético-legais no atendimento de adolescentes, à luz da legislação vigente. Métodos: Estudo transversal descritivo, baseado num questionário electrónico e anónimo, dirigido a especialistas e internos, disponível online de 28 Julho a 18 de Agosto de 2010. As questões versavam: confidencialidade, consentimento informado e decisão terapêutica. Resultados: Obtiveram-se 327 respostas validadas, 62% (202) de médicos de Pediatria (P), 24% (80) de Medicina Geral e Familiar (MGF) e 6% (20) de Ginecologia/Obstetrícia (GO). Em 69% dos inquiridos a idade era inferior a 40 anos, sendo 77% do sexo feminino. Cerca de 75% dos profissionais atende regularmente adolescentes na sua prática clínica, sendo a confidencialidade abordada na consulta sobretudo com o/a adolescente e os pais (54%). Cerca de um terço dos participantes parece desconhecer os limites da confidencialidade (28%), não identificando as situações genericamente previstas por lei para a quebra do sigilo. Relativamente ao direito à autonomia e confidencialidade verificou-se uma média de 3,9 respostas correctas em 6 perguntas (P 3,9; GO 4,1; MGF 3,7), sem diferenças estatisticamente significativas entre especialidades. Nas questões que versavam decisão terapêutica, a média de respostas correctas foi 10,6 em 14 afirmações (P 10,7; GO 10,6; MGF 10,6). Conclusão: Os inquiridos apresentaram um nível razoável de conhecimento no que respeita os direitos em saúde dos adolescentes, nomeadamente o consentimento informado e decisão terapêutica. Contudo, a abordagem da confidencialidade não está ainda sistematizada e os seus limites suscitam muitas dúvidas. Sociedade Portuguesa de Pediatria2013-02-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25754/pjp.2012.2350por2184-44532184-3333Viveiro, CarolinaMoleiro, Pascoalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T02:53:38Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/2350Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:24:00.258702Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes |
title |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes |
spellingShingle |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes Viveiro, Carolina Original articles |
title_short |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes |
title_full |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes |
title_fullStr |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes |
title_full_unstemmed |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes |
title_sort |
Conhecimentos e práticas dos médicos referentes aos aspectos ético-legais no atendimento a adolescentes |
author |
Viveiro, Carolina |
author_facet |
Viveiro, Carolina Moleiro, Pascoal |
author_role |
author |
author2 |
Moleiro, Pascoal |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Viveiro, Carolina Moleiro, Pascoal |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Original articles |
topic |
Original articles |
description |
Introdução: A adolescência é um período de crescente responsabilização e autonomia. A confidencialidade e participação nas decisões são fundamentais na abordagem do adolescente, devendo ser asseguradas pelos profissionais como forma de promover essa autonomia. A legislação portuguesa é vasta e contraditória no que respeita os direitos de saúde dos adolescentes. Objectivos: Avaliar o conhecimento e conhecer as práticas médicas respeitando os aspectos ético-legais no atendimento de adolescentes, à luz da legislação vigente. Métodos: Estudo transversal descritivo, baseado num questionário electrónico e anónimo, dirigido a especialistas e internos, disponível online de 28 Julho a 18 de Agosto de 2010. As questões versavam: confidencialidade, consentimento informado e decisão terapêutica. Resultados: Obtiveram-se 327 respostas validadas, 62% (202) de médicos de Pediatria (P), 24% (80) de Medicina Geral e Familiar (MGF) e 6% (20) de Ginecologia/Obstetrícia (GO). Em 69% dos inquiridos a idade era inferior a 40 anos, sendo 77% do sexo feminino. Cerca de 75% dos profissionais atende regularmente adolescentes na sua prática clínica, sendo a confidencialidade abordada na consulta sobretudo com o/a adolescente e os pais (54%). Cerca de um terço dos participantes parece desconhecer os limites da confidencialidade (28%), não identificando as situações genericamente previstas por lei para a quebra do sigilo. Relativamente ao direito à autonomia e confidencialidade verificou-se uma média de 3,9 respostas correctas em 6 perguntas (P 3,9; GO 4,1; MGF 3,7), sem diferenças estatisticamente significativas entre especialidades. Nas questões que versavam decisão terapêutica, a média de respostas correctas foi 10,6 em 14 afirmações (P 10,7; GO 10,6; MGF 10,6). Conclusão: Os inquiridos apresentaram um nível razoável de conhecimento no que respeita os direitos em saúde dos adolescentes, nomeadamente o consentimento informado e decisão terapêutica. Contudo, a abordagem da confidencialidade não está ainda sistematizada e os seus limites suscitam muitas dúvidas. |
publishDate |
2013 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2013-02-17 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.25754/pjp.2012.2350 |
url |
https://doi.org/10.25754/pjp.2012.2350 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
2184-4453 2184-3333 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Pediatria |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Pediatria |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799133512704458752 |