Razões para a não participação nos Rastreios Oncológicos Femininos: Uma Revisão Sistemática da Literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Helena Isabel Ferreira
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13523
Resumo: Introdução: A nível mundial, o cancro da mama e o cancro do colo do útero são os dois tipos de cancro mais comuns entre as mulheres. Para ambos, existem programas de rastreio altamente eficazes, que dependem da adesão populacional para o seu sucesso, sendo que são recomendadas taxas de participação de, pelo menos, 70% para obter reduções significativas nas taxas de mortalidade, estando a realidade longe desses valores. Objetivo: Identificar quais as razões que levam as mulheres a não aderir aos programas de rastreio de cancro, nomeadamente cancro da mama e cancro do colo do útero. Métodos: Nesta revisão sistemática foram incluídos estudos não randomizados, como estudos de coorte e casos-controlo e estudos observacionais sem grupos de controlo, nomeadamente estudos transversais. A pesquisa foi realizada através da PubMed, MEDLINE e Cochrane, segundo a equação ("Cancer Screening") AND ("Breast cancer" or "Cervical Cancer") AND ("Non-Attendance" or "Non-Participation"), restrita a artigos escritos em inglês ou português, publicados entre 2000 e 2022. A última pesquisa foi realizada no dia 20 de setembro de 2022. Foram incluídos os artigos que concluíram especificamente quais as razões para a não participação num dos programas de rastreio populacional em estudo, focados em mulheres adultas, e cujos exames de rastreio em estudo fossem a citologia cervical, pesquisa de HPV ou mamografia. Foram apenas incluídos artigos cujo estudos tivessem por base um rastreio populacional. Foram excluídos artigos que falassem de exames não considerados de rastreio, como por exemplo, colposcopia, que não especificassem qual o tipo de rastreio na base do estudo e estudos em que os dados relativos à participação/ausência tivessem sido relatados pelos próprios participantes. A avaliação da qualidade dos estudos foi realizada através da NewcastleOttawa Quality Assessment Scale. Resultados: A não participação é associada a mulheres mais velhas, desempregadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, e com menor nível de rendimento e estatuto socioeconómico mais baixo. Fatores como o isolamento social e altos níveis de stress, o facto de terem realizado o exame fora do programa de rastreio, através de seguros de saúde privados, falhas organizacionais, a elevada distância ao local de rastreio e ausência de meio de transporte são também associados. Além disso, o medo de um mau resultado e da dor associada ao exame, e a falta de conhecimento acerca do cancro, dos seus fatores de risco e do programa de rastreio e das suas vantagens, são as razões mais vezes mencionadas. Conclusões: A decisão final das mulheres na participação, ou não, no programa de rastreio, é um fenómeno complexo, formado a partir da combinação de vários fatores, incluindo motivos individuais, e motivos inerentes ao sistema e organização dos programas. É necessária uma intervenção focada nas mulheres com menor participação e uma maior aposta na formação dos profissionais de saúde que realizam e promovem os testes de rastreio.
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Métodos: Nesta revisão sistemática foram incluídos estudos não randomizados, como estudos de coorte e casos-controlo e estudos observacionais sem grupos de controlo, nomeadamente estudos transversais. A pesquisa foi realizada através da PubMed, MEDLINE e Cochrane, segundo a equação ("Cancer Screening") AND ("Breast cancer" or "Cervical Cancer") AND ("Non-Attendance" or "Non-Participation"), restrita a artigos escritos em inglês ou português, publicados entre 2000 e 2022. A última pesquisa foi realizada no dia 20 de setembro de 2022. Foram incluídos os artigos que concluíram especificamente quais as razões para a não participação num dos programas de rastreio populacional em estudo, focados em mulheres adultas, e cujos exames de rastreio em estudo fossem a citologia cervical, pesquisa de HPV ou mamografia. Foram apenas incluídos artigos cujo estudos tivessem por base um rastreio populacional. Foram excluídos artigos que falassem de exames não considerados de rastreio, como por exemplo, colposcopia, que não especificassem qual o tipo de rastreio na base do estudo e estudos em que os dados relativos à participação/ausência tivessem sido relatados pelos próprios participantes. A avaliação da qualidade dos estudos foi realizada através da NewcastleOttawa Quality Assessment Scale. Resultados: A não participação é associada a mulheres mais velhas, desempregadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, e com menor nível de rendimento e estatuto socioeconómico mais baixo. Fatores como o isolamento social e altos níveis de stress, o facto de terem realizado o exame fora do programa de rastreio, através de seguros de saúde privados, falhas organizacionais, a elevada distância ao local de rastreio e ausência de meio de transporte são também associados. Além disso, o medo de um mau resultado e da dor associada ao exame, e a falta de conhecimento acerca do cancro, dos seus fatores de risco e do programa de rastreio e das suas vantagens, são as razões mais vezes mencionadas. Conclusões: A decisão final das mulheres na participação, ou não, no programa de rastreio, é um fenómeno complexo, formado a partir da combinação de vários fatores, incluindo motivos individuais, e motivos inerentes ao sistema e organização dos programas. É necessária uma intervenção focada nas mulheres com menor participação e uma maior aposta na formação dos profissionais de saúde que realizam e promovem os testes de rastreio.Introduction: Worldwide, breast cancer and cervical cancer are the two most common types of cancer among women. There are highly effective screening programs that depend on population adherence for their success, and participation rates of at least 70% are recommended to obtain reductions in mortality rates for both, with reality remaining far from these values. Objective: Identify the reasons why women should not join cancer screening programmes, such as breast cancer and cervical cancer. Methods: This systematic review included non-randomized studies, such as cohort and case-control studies and observational studies without control groups, such as crosssectional studies. The search was conducted through PubMed, MEDLINE and Cochrane, under the research equation ("Cancer Screening") AND ("Breast cancer" or "Cervical Cancer") AND ("Non-Attendance" or "Non-Participation"), restricted to articles written in English or Portuguese, published between 2000 and 2022. The last search was carried out on September 20, 2022. Articles were included when specifically concluded the reasons for not participating in one of the population screening programs under study, focused on adult women, and whose screening tests under study were cervical cytology, HPV testing or mammography. Only articles whose studies were based on population screening were included. Articles that spoke of exams not considered as screening, such as colposcopy, that did not specify the type of screening at the base of the study, and studies in which data related to participation/absence were reported by the participants themselves, were excluded. The quality assessment of the studies was performed using the Newcastle-Ottawa Quality Assessment Scale. Results: Non-participation is associated with older, unemployed, single, widowed or divorced women, and with lower income and lower socioeconomic status. Factors such as social isolation and high levels of stress, the fact that they were being tested outside the screening program, through private health insurance, organizational failures, the long distance to the screening site and lack of means of transport are also associated. In addition, the fear of a bad result and the pain associated with the exam, as well as the lack of knowledge about cancer, its risk factors and the screening program and its advantages, are the reasons most often mentioned. Conclusions: The final decision of women to participate, or not, in the screening program is a complex process, to which several factors contribute, from individual reasons to reasons inherent to the system and organization of the programs. An intervention focused on women with less participation and a greater focus on training health professionals who realize and promote screening tests is necessary.Almeida, Anabela Antunes deSousa, RitaMoutinho, JoséuBibliorumFernandes, Helena Isabel Ferreira2023-05-102023-04-112024-04-06T00:00:00Z2023-05-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/13523TID:203375670porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:57:09Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/13523Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:56.680907Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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