Políticas sociais e de reinserção no sistema prisional Português: estudo de caso: Estabelecimento prisional de Olhão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosado, António Luís Mendes Gonçalves
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/19283
Resumo: Este trabalho aborda o problema da reinserção de ex-reclusos do Estabelecimento Prisional de Olhão. O principal objetivo foi analisar as políticas sociais e de reinserção nesse estabelecimento prisional. A investigação empírica assentou num estudo de caso e foram realizadas 10 entrevistas semiestruturadas a reclusos de modo a analisar-se as suas caraterísticas sociodemográficas, o contexto familiar, a escola e o trajeto escolar, as experiências no mundo do trabalho, as vivências da reclusão e, por fim, a questão da reinserção social. Tentámos compreender os caminhos que levaram à prisão, as perspetivas dos reclusos face à sua estadia no estabelecimento prisional e os processos de reinserção social, captados estes também a partir das perspetivas dos reclusos. Os resultados permitem dizer quanto aos processos e dinâmicas de reinserção social, que os reclusos entrevistados manifestam nos seus discursos uma forte dificuldade na transição da vida da prisão para o mundo exterior. Do mundo “lá dentro” para o mundo “cá fora”, sendo que quanto maior o tempo passado na prisão em decorrência do tipo de pena, mais difícil se torna a reintegração na sociedade. São identificadas as dificuldades de inserção no mercado de trabalho, o rompimento dos laços familiares como algo que agrava as dificuldades de reinserção social, a estigmatização associada à condição de “ex-recluso” geradora de descriminação social e ainda um Estado Social deficitário no apoio social à reintegração social dos reclusos, quer seja pelas faltas no apoio ao acesso à habitação quando necessária, aos apoios à integração no mercado de trabalho, ao acesso ao apoio psicológico ou ainda no acesso aos apoios sociais, percebidos estes como insuficientes para levar uma existência condigna no mundo social fora da instituição total onde estiveram envolvidos e encarcerados.
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