Empatia e empoderamento na diabetes mellitus tipo 2

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Ana Rita Fonseca da Cruz
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/33352
Resumo: Trabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de clínica geral) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina.
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spelling Empatia e empoderamento na diabetes mellitus tipo 2Diabetes Mellitus tipo 2EmpatiaEmpoderamentoVHemoglobina A1cCuidados de Saúde PrimáriosTrabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de clínica geral) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina.Introdução: O controlo metabólico eficaz faz parte das principais armas para prevenir ou atrasar o aparecimento e evolução das complicações associadas à diabetes. Com a sua prevalência a aumentar exponencialmente e os custos humanos, sociais e financeiros a atingirem patamares sem precedentes, urge identificar estratégias que contribuam para um melhor controlo metabólico, capazes de minimizar o impacto deste importante problema de saúde. Objetivos: Avaliar a perceção de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 acerca da empatia do seu médico e o seu empoderamento relativamente à doença, perceber a influência de cada um no controlo metabólico da patologia e estudar uma possível correlação entre eles. Métodos: Realizou-se um estudo transversal descritivo e analítico a uma amostra aleatória de 65 indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, representativa em tamanho da população diabética de dois grupos de Unidades de Saúde Familiar da região centro de Portugal. Aplicou-se, por meio de investigadora treinada, um questionário de caracterização sociodemográfica e clínico-laboratorial e as versões portuguesas dos questionários JSPPPE e DES-SF individualmente, no dia da consulta médica de diabetes. Subsequentemente realizou-se análise estatística descritiva e inferencial após verificação da normalidade dos dados. Resultados: Amostra de 65 indivíduos, 46,2% do sexo masculino e 53,8% do sexo feminino, com média de idades de 69,3±9,3 (IC 95% de 67,0 a 71,6) anos e 70,8% com formação académica baixa (inferior ao 9º ano de escolaridade). Estes indivíduos são seguidos pelo médico assistente atual há 16,2 anos e têm o diagnóstico de diabetes há 11,8 anos, em média. Sob o ponto de vista clínico, 81,5% dos indivíduos da amostra estão controlados, apresentando 6,6% de média dos dois últimos valores de HbA1c. A média de idades do grupo controlado revelou ser significativamente superior à do grupo não controlado (70,5±8,5 vs 64,3±11,4, p=0,039) e o grupo de indivíduos que não toma insulina parece estar 7,83 vezes mais controlado do que o que está sob insulinoterapia (odds ratio=7,83, p=0,002). Verificou-se uma pontuação final média da JSPPPE de 6,3±1,0 (IC 95% 6,1 a 6,6) e da DES-SF de 4,4±0,6 (IC 95% 4,3 a 4,6). Há correlação positiva fraca sem significado estatístico entre o valor médio da HbA1c e o valor médio da JSPPPE (ρ=0,346; p=0,119). Determinaram-se correlações estatisticamente significativas entre a média dos dois últimos valores de HbA1c e a média da DES-SF (ρ=-0,282; p=0,023) e entre a média da JSPPPE e da DES-SF (ρ=0,495; p<0,001). Discussão e Conclusão: O estudo evidenciou um baixo nível de perceção de empatia do clínico pelos indivíduos da amostra e um baixo grau de empoderamento destes para a diabetes, uma vez que menos de metade se encontra no percentil de maior perceção de empatia e de maior empoderamento. Identificou-se uma relação inequívoca entre a perceção da empatia médica e o empoderamento para a diabetes, bem como uma correlação significativa entre o empoderamento do indivíduo e o controlo metabólico da patologia. Assim, parece importante que os clínicos desenvolvam capacidades de comunicação empática para implementar estratégias educativas que conduzam a um maior empoderamento da pessoa com diabetes e, em última instância, a uma melhoria do seu controlo metabólico. Background: An efficient metabolic control has proven to be determinant in preventing or postponing long-term complications related with diabetes. With the exponential increasing of diabetes prevalence and the human, social and financial costs reaching unprecedented levels, it seems crucial to identify strategies that lead to a better metabolic control to minimize the impact of this important health problem. Objectives: To access the perception of individuals with type 2 diabetes on physician’s empathy and to evaluate their empowerment to the disease. To determine if and in which way clinical empathy and patient’s empowerment are related with diabetes metabolic control and search for correlations between them. Methods: A cross-sectional descriptive and analytical study was led among a random sample of 65 individuals with type 2 diabetes, which represents, according to size, the diabetic population of two groups of primary care units from the centre region of Portugal. A questionnaire of sociodemographic and clinical characterization and Portuguese versions of JSPPPE and DES-SF were administered by a trained investigator singly on patient’s diabetes medical appointment date. Subsequently, it was preformed descriptive and inferential statistics after testing the normality of the data. Results: Sample of 65 individuals, 46,2% males and 53,8% females, presenting a mean age of 69,3±9,3 (95% confidence interval from 67,0 to 71,6) years and 70,8% mentioning a low level of education (less than 9th grade).They are followed by their present primary care doctor since 16,2 year ago and were diagnosed with diabetes 11,8 years ago, in average. From the clinical point of view, it was found that 81,5% of them were metabolically controlled and the average of the two last recorded values of sample’s HbA1c was 6,6%. The controlled group had a statistically significant higher age mean then the uncontrolled one (70,5±8,5 vs 64,3±11,4, p=0,039) and the group without insulin therapy seems to be 7,83 times more controlled than the group with insulin (odds ratio=7,83, p=0,002). The final score of JSPPPE was 6,3±1,0 (95% confidence interval from 6,1 to 6,6) and DES-SF score average was 4,4±0,6 (95% confidence interval from 4,3 to 4,6). It was found a weak positive correlation without statistical meaning between the average value of HbA1c and the JSPPPE score (ρ=0,346; p=0,119). It was established a significantly association between the final DES-SF average and the mean of two last recorded values of HbA1c (ρ=-0,282; p=0,023), as well as between final DES-SF score and JSPPPE score (ρ=0,495; p<0,001). Discussion and Conclusion: This study revealed a low perception level of physician’s empathy as well as a low level of diabetes empowerment among sample’s diabetic patients, since less than half of them was in the highest percentile of empathy perception and empowerment to diabetes. Perception of physician’s empathy has proven to be significantly related with patient’s diabetes empowerment and a significant correlation was found between diabetes empowerment and diabetes metabolic control. This results highlighted the need to develop physician’s empathic communication skills in order to implement educative strategies that lead to an upper level of patient’s diabetes empowerment and, ultimately, to a better diabetes metabolic control.2016-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/33352http://hdl.handle.net/10316/33352porMendes, Ana Rita Fonseca da Cruzinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:44Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/33352Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:07.278878Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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