“E se a Carolina pudesse comunicar as suas emoções?” Meninas já mães

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho,,Dina de Jesus Peixoto de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2184-77702022000500042
Resumo: Resumo: Neste estudo, preocupou-nos analisar as narrativas de vida de meninas-mães e de pais adolescentes, a partir das suas próprias histórias, da sua voz, e dos termos com que narram as suas vivências. Quisemos explorar temas que não são usualmente abordados em estudos sobre a maternidade e a gravidez em jovens adolescentes, e que exigem dar atenção à voz dos sujeitos e a escuta destes. De referir, que tivemos por base uma abordagem inspirada na teoria fundamentada do autor Anselm Strauss(grounded theory). Diremos que a gravidez e a maternidade se apresentam como uma etapa de descobertas inimaginadas e medos prementes para as meninas-mães. Existem mágoas, dúvidas, incertezas que progressivamente deixarão de existir para conseguirem construir a sua própria gravidez. Gravidezes que não foram desejadas, não foram planedadas, mas irão inserir-se num novo projeto - o de ser mãe.Temporalmente estamos perante uma fase bem delineada com o aparecimento de mudanças, quer físicas, quer psicológicas, quer sociais, que irão levar a momentos na vida destas adolescentes mães muito peculiares e, que permitirão, paulatinamente, ensinar a jovem a ser mãe ou, alternativamente, à rejeição da sua gravidez e da sua maternidade. No primeiro caso, que corresponde à maioria das situações por nós analisadas e estudadas, o projeto de maternidade que não foi desejado acabaria por ser assumido, ainda que através de trajetórias diferentes. Tornaram-se mães sem o quererem, não obstante, incorporaram um novo projeto de vida em que incluíram o bebé como se de um projeto planeado se tratasse. Refira-se ainda, pois é importante, para estas meninas, que no momento em que efetuamos as entrevistas (e decorreram no terreno durante 9 meses), apenas uma menina não tinha consigo o namorado. Com medo ou 'apovorado' com a ideia de ser pai deixou a menina de 12 anos grávida. Ouvimos relatos, na primeira pessoa, de meninas que se tornaram mães sem querer, mas que com a ternura dos afetos acreditaram que seria possível construir uma nova identidade - a de mãe.
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