As Novas Humanidades

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fidalgo, António
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/4163
Resumo: Para quem em Portugal fez o liceu e a universidade nas décadas de 50 ou 60, a situação actual das humanidades nos diferentes níveis de ensino causa perplexidade e até angústia. As línguas clássicas agonizam. As turmas de latim, e do grego nem é bom falar, desapareceram do ensino secundário – no interior do país não há uma única turma –, e na primeira fase de colocações na admissão ao ensino superior em 2007, o curso de Línguas Clássicas em Lisboa teve 4 alunos colocados e o da Universidade de Coimbra 3 alunos. E o estudo do Português, se bem que qualificado politicamente da maior importância na formação dos alunos, aligeira-se mais e mais. Os clássicos da língua tornam-se, quando se tornam, referências vagas. Os Lusíadas que eram aprendidos intensivamente nos 5º e 7º anos do Liceu, correspondentes aos actuais 9º e 11º, com divisão de orações, com tirar infindo de significados, com aprendizagem de cor de muitas oitavas, deixaram de dar aos alunos tópicos habituais da cultura portuguesa, como “ocidental praia”, “vã glória”, “dos verdes anos, colhendo doce fruito”, “mísera e mesquinha”, etc. Fácil de concluir que a universalização do ensino aconteceu a par de um abaixamento significativo da aprendizagem humanística.
id RCAP_be2b20c7f3be0fbfdae578512e89f266
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/4163
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling As Novas HumanidadesHumanidadesMultimédiaPara quem em Portugal fez o liceu e a universidade nas décadas de 50 ou 60, a situação actual das humanidades nos diferentes níveis de ensino causa perplexidade e até angústia. As línguas clássicas agonizam. As turmas de latim, e do grego nem é bom falar, desapareceram do ensino secundário – no interior do país não há uma única turma –, e na primeira fase de colocações na admissão ao ensino superior em 2007, o curso de Línguas Clássicas em Lisboa teve 4 alunos colocados e o da Universidade de Coimbra 3 alunos. E o estudo do Português, se bem que qualificado politicamente da maior importância na formação dos alunos, aligeira-se mais e mais. Os clássicos da língua tornam-se, quando se tornam, referências vagas. Os Lusíadas que eram aprendidos intensivamente nos 5º e 7º anos do Liceu, correspondentes aos actuais 9º e 11º, com divisão de orações, com tirar infindo de significados, com aprendizagem de cor de muitas oitavas, deixaram de dar aos alunos tópicos habituais da cultura portuguesa, como “ocidental praia”, “vã glória”, “dos verdes anos, colhendo doce fruito”, “mísera e mesquinha”, etc. Fácil de concluir que a universalização do ensino aconteceu a par de um abaixamento significativo da aprendizagem humanística.Universidade da Beira Interior, 2007uBibliorumFidalgo, António2016-04-20T17:14:40Z20072007-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/4163porFidalgo, António, 2007, Novas Humanidades, in À Beira, Covilhã, pp. 7-18info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:40:48Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/4163Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:45:20.799657Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv As Novas Humanidades
title As Novas Humanidades
spellingShingle As Novas Humanidades
Fidalgo, António
Humanidades
Multimédia
title_short As Novas Humanidades
title_full As Novas Humanidades
title_fullStr As Novas Humanidades
title_full_unstemmed As Novas Humanidades
title_sort As Novas Humanidades
author Fidalgo, António
author_facet Fidalgo, António
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Fidalgo, António
dc.subject.por.fl_str_mv Humanidades
Multimédia
topic Humanidades
Multimédia
description Para quem em Portugal fez o liceu e a universidade nas décadas de 50 ou 60, a situação actual das humanidades nos diferentes níveis de ensino causa perplexidade e até angústia. As línguas clássicas agonizam. As turmas de latim, e do grego nem é bom falar, desapareceram do ensino secundário – no interior do país não há uma única turma –, e na primeira fase de colocações na admissão ao ensino superior em 2007, o curso de Línguas Clássicas em Lisboa teve 4 alunos colocados e o da Universidade de Coimbra 3 alunos. E o estudo do Português, se bem que qualificado politicamente da maior importância na formação dos alunos, aligeira-se mais e mais. Os clássicos da língua tornam-se, quando se tornam, referências vagas. Os Lusíadas que eram aprendidos intensivamente nos 5º e 7º anos do Liceu, correspondentes aos actuais 9º e 11º, com divisão de orações, com tirar infindo de significados, com aprendizagem de cor de muitas oitavas, deixaram de dar aos alunos tópicos habituais da cultura portuguesa, como “ocidental praia”, “vã glória”, “dos verdes anos, colhendo doce fruito”, “mísera e mesquinha”, etc. Fácil de concluir que a universalização do ensino aconteceu a par de um abaixamento significativo da aprendizagem humanística.
publishDate 2007
dc.date.none.fl_str_mv 2007
2007-01-01T00:00:00Z
2016-04-20T17:14:40Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/4163
url http://hdl.handle.net/10400.6/4163
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Fidalgo, António, 2007, Novas Humanidades, in À Beira, Covilhã, pp. 7-18
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade da Beira Interior, 2007
publisher.none.fl_str_mv Universidade da Beira Interior, 2007
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136350266458112