Detecção da infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em fluido oral de homens que fazem sexo com homens (HSH) da região da Grande Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: COROA, Cláudia Andreia Figueiredo
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/19033
Resumo: Segundo as estimativas do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/sida, o número de pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), no final de 2014, era de 36,9 milhões. Em termos de prevenção, o grupo dos homens que fazem sexo com homens (HSH) constitui um alvo primordial de intervenção, considerando as taxas elevadas de transmissão do HIV, associadas a comportamentos sexuais de risco. A incidência da infecção nos HSH tem vindo a aumentar nos últimos anos, nos países ocidentais, incluindo Portugal. Um dos entraves ao diagnóstico da infecção e à implementação de programas eficazes de vigilância consiste no facto destes implicarem, frequentemente, a utilização de um método invasivo, a colheita de sangue, pelo que têm sido apresentadas novas opções, baseadas em amostras biológicas alternativas, como o fluido oral. Para a realização deste estudo de vigilância epidemiológica, no âmbito do projecto europeu SIALON II, escolheu-se como população alvo indivíduos do sexo masculino que reportam a prática de actividades sexuais com indivíduos do mesmo sexo, realizando-se 409 colheitas de amostras de fluido oral na área da Grande Lisboa. A pesquisa de anticorpos anti-HIV baseou-se num algoritmo de teste com recurso à utilização sequencial de dois testes imunoenzimáticos de naturezas distintas. Nas amostras inicialmente negativas, ou com resultados discrepantes, procedeu-se à quantificação de IgGs totais no fluido oral, de modo a validar a sua qualidade. Foram excluídas 37 amostras por conterem um teor de IgGs inferior ao limiar estabelecido, ficando então a amostra de trabalho com 372 amostras de fluido oral. Destas, 69 foram consideradas positivas, obtendo-se assim uma taxa de detecção de anticorpos anti-HIV em amostras de fluido oral de HSH da Grande Lisboa de 18,5%. Com o intuito de efectuar a amplificação do DNA proviral do HIV-1 eventualmente presente nas células colhidas com o fluido oral, maioritariamente queratinócitos da mucosa oral, recorreu-se a uma nested-PCR para amplificar um fragmento de 650 pb da região codificante da transcriptase reversa, no gene pol, realizando-se em seguida uma clonagem em vector plasmídico, antes da sequenciação nucleotídica. Nas 69 amostras testadas, obteve-se apenas três produtos de amplificação, aparentemente específicos. Os resultados da pesquisa de regiões de semelhança local contra as sequências depositadas nas bases de dados internacionais não confirmaram, no entanto, a presença de DNA proviral do HIV-1 nestas amostras, correspondendo antes a DNA genómico de bactérias da flora comensal humana dos géneros Streptococcus, Leptotrichia e Capnocytophaga. Não foram encontradas, portanto, quaisquer amostras de fluido oral positivas para a presença de DNA proviral do HIV-1. Não se pode descartar a hipótese destas células não se encontrarem efectivamente infectadas, não suportando uma infecção pelo HIV, o que continua a ser controverso na literatura. A estratégia experimental seguida é, seguramente, adequada para a implementação de estudos de vigilância e monitorização de tendências evolutivas da epidemia pelo HIV, dada a maior adesão dos indivíduos para a colheita de fluido oral, comparativamente ao sangue, podendo ser aplicada a grupos populacionais de difícil acesso, como os HSH, trabalhadores do sexo ou utilizadores de drogas por via endovenosa.
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Um dos entraves ao diagnóstico da infecção e à implementação de programas eficazes de vigilância consiste no facto destes implicarem, frequentemente, a utilização de um método invasivo, a colheita de sangue, pelo que têm sido apresentadas novas opções, baseadas em amostras biológicas alternativas, como o fluido oral. Para a realização deste estudo de vigilância epidemiológica, no âmbito do projecto europeu SIALON II, escolheu-se como população alvo indivíduos do sexo masculino que reportam a prática de actividades sexuais com indivíduos do mesmo sexo, realizando-se 409 colheitas de amostras de fluido oral na área da Grande Lisboa. A pesquisa de anticorpos anti-HIV baseou-se num algoritmo de teste com recurso à utilização sequencial de dois testes imunoenzimáticos de naturezas distintas. Nas amostras inicialmente negativas, ou com resultados discrepantes, procedeu-se à quantificação de IgGs totais no fluido oral, de modo a validar a sua qualidade. Foram excluídas 37 amostras por conterem um teor de IgGs inferior ao limiar estabelecido, ficando então a amostra de trabalho com 372 amostras de fluido oral. Destas, 69 foram consideradas positivas, obtendo-se assim uma taxa de detecção de anticorpos anti-HIV em amostras de fluido oral de HSH da Grande Lisboa de 18,5%. Com o intuito de efectuar a amplificação do DNA proviral do HIV-1 eventualmente presente nas células colhidas com o fluido oral, maioritariamente queratinócitos da mucosa oral, recorreu-se a uma nested-PCR para amplificar um fragmento de 650 pb da região codificante da transcriptase reversa, no gene pol, realizando-se em seguida uma clonagem em vector plasmídico, antes da sequenciação nucleotídica. Nas 69 amostras testadas, obteve-se apenas três produtos de amplificação, aparentemente específicos. Os resultados da pesquisa de regiões de semelhança local contra as sequências depositadas nas bases de dados internacionais não confirmaram, no entanto, a presença de DNA proviral do HIV-1 nestas amostras, correspondendo antes a DNA genómico de bactérias da flora comensal humana dos géneros Streptococcus, Leptotrichia e Capnocytophaga. Não foram encontradas, portanto, quaisquer amostras de fluido oral positivas para a presença de DNA proviral do HIV-1. Não se pode descartar a hipótese destas células não se encontrarem efectivamente infectadas, não suportando uma infecção pelo HIV, o que continua a ser controverso na literatura. A estratégia experimental seguida é, seguramente, adequada para a implementação de estudos de vigilância e monitorização de tendências evolutivas da epidemia pelo HIV, dada a maior adesão dos indivíduos para a colheita de fluido oral, comparativamente ao sangue, podendo ser aplicada a grupos populacionais de difícil acesso, como os HSH, trabalhadores do sexo ou utilizadores de drogas por via endovenosa.According to the estimates by the Joint United Nations Program on HIV/AIDS (UNAIDS), the number of people infected with the human immunodeficiency virus (HIV) at the end of 2014 was 36.9 million. In terms of prevention, the group of men who have sex with men (MSM) is a major target for intervention, given the high rates of HIV transmission associated with high-risk sexual behavior. The incidence of HIV infection in MSM has increased in recent years in Western countries, including Portugal. One of the barriers to a more universal access to diagnostics and to the implementation of effective surveillance programs is the fact that these frequently involve the use of an invasive method, at blood collection, and so new options based on alternative biological samples, such as oral fluid, have been put forward. For this surveillance study, under the scope of the European project SIALON II, a target population of adult males who report engaging in sexual activities with other males was chosen, and 409 oral fluid samples were collected at the Greater Lisbon. The detection of anti-HIV antibodies was based on a test algorithm including the sequential use of two different enzyme immunoassays, used as screening and confirmatory tests. In the samples with initially negative or conflicting results, the quantification of total IgG was performed, used as an indicator of specimen quality. As 37 samples were excluded from the study because of an IgG content under the accepted threshold (<3.5 mg/L), a total of 372 samples of oral fluid was validated. Of these, 69 were considered positive for the presence of anti-HIV antibodies, which translates in a detection rate of 18.5%. In order to carry out the amplification of HIV-1 proviral DNA if present in the cells collected along with the oral fluid (presumably, mainly keratinocytes of the oral mucosa), a nested-PCR protocol was set up to amplify a 650 bp-fragment of the reverse transcriptase coding region, at the pol gene. From all the 69 samples tested, only three yielded an apparently specific amplification product that was cloned into a plasmid vector before nucleotide sequencing. The results from the search for regions of local similarity between our sequences and the ones deposited in international databases do not confirm, however, the presence of HIV-1 proviral DNA in these cells, matching instead the genomic DNA of human oral commensal bacteria from the genera Streptococcus, Leptotrichia and Capnocytophaga. Summing up, no oral fluid samples positive for the presence of HIV-1 proviral DNA have been found. However, one cannot rule out that these cells are actually not infected or not supporting a productive HIV infection, which remains controversial in the literature. The experimental strategy adopted in this study is certainly suitable for the implementation of studies of surveillance and monitoring of evolutionary trends of the HIV epidemic, given the greater adherence to the collection of oral fluid when compared to blood, and may be applied to hard-to-reach and hidden populations for HIV surveillance, such as MSM, sex workers or intravenous drug users.Instituto de Higiene e Medicina TropicalPIEDADE, João PiedadeDIAS, SóniaRUNCOROA, Cláudia Andreia Figueiredo2016-09-21T09:37:13Z201520162015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19033TID:201134101porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T03:58:58Zoai:run.unl.pt:10362/19033Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:13.369540Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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