O efeito da carboplatina e do piroxicam em duas linhas celulares humanas de cancro da bexiga
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/7012 |
Resumo: | O cancro é uma das doenças mais temidas pelo Homem e de acordo com a Organização Mundial de Saúde uma em cada oito mortes é provocada por cancro. Em particular, o cancro da bexiga constitui uma doença frequente com elevado impacto socioeconómico em todo o mundo, é uma das neoplasias malignas mais comum do trato urinário, sendo precedido apenas pelo cancro da próstata. A combinação de fármacos antineoplásicos e anti-inflamatórios para o tratamento do cancro começa a ser uma abordagem cada vez mais aceite pela comunidade científica, e o uso de modelos pré-clínicos é considerada uma ferramenta fundamental em investigação oncológica. Este estudo teve como objetivo avaliar in vitro a eficácia da carboplatina (fármaco antineoplásico) e do piroxicam (fármaco anti-inflamatório não esteroide), isoladamente e em combinado, nas linhas celulares humanas T24 e 5637 de cancro da bexiga. O ensaio do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio foi utilizado para avaliar a viabilidade celular. Para tal, as células foram expostas a diferentes concentrações de carboplatina (0,05, 0,5 e 1 μM) e de piroxicam (167, 333 e 500 μM), isoladamente e em simultâneo. O tipo de interação existente na abordagem simultânea foi investigado pelo método de Chou e Talalay. A proliferação celular, apoptose, autofagia e alterações morfológicas celulares foram avaliados pelos métodos de imunocitoquímica, Terminal deoxynucleotidyl transferase mediated dUTP nick end labelling (TUNEL), coloração de monodansilcadaverina (MDC) e coloração de Leishman, respetivamente. Nestas metodologias foi utilizado 0,05 μM de carboplatina e 333 μM de piroxicam. Todas as metodologias foram realizadas após 72 horas de exposição aos fármacos. A análise estatística foi realizada com o programa SPSS, valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Isoladamente, nas concentrações mais elevadas testadas, obteve-se uma viabilidade celular de 56% e 61% (p<0,05) nas linhas T24 e 5637 após a exposição à carboplatina, enquanto na exposição ao piroxicam obteve-se valores de 54% (linha T24) e 51% (linha 5637) de viabilidade celular (p<0,05). No tratamento simultâneo obteve-se 7% de viabilidade celular na linha T24 e 8% na linha 5637 (p<0,05). A combinação dos fármacos resultou numa interação sinérgica, com valores inferiores a 1 na linha T24 (IC50=0,65) e na linha 5637 (IC50=0,17). Por imunocitoquímica, verificou-se uma moderada expressão da proteína Ki-67 nas células tratadas com os fármacos isoladamente e uma diminuição acentuada no tratamento simultâneo. O ensaio do TUNEL revelou um efeito mínimo na obtenção de apoptose nas células tratadas com a combinação da carboplatina e do piroxicam nas duas linhas celulares. Pela coloração de MDC observou-se um aumento notório da presença de vacúolos autofágicos quando as células foram expostas em simultâneo aos fármacos nas duas linhas celulares, quando comparado com os fármacos isoladamente. Através da coloração de Leishman observou-se uma maior incidência de corpos apoptóticos, citoplasma vacuolizado e células apoptóticas quando as células T24 e 5637 foram tratadas com ambos os fármacos. Estes resultados sugerem um possível efeito benéfico na conjugação da carboplatina com o piroxicam nas linhas celulares de cancro da bexiga T24 e 5637. Futuros estudos em modelos in vivo são necessários para corroborar estes resultados. |
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Este estudo teve como objetivo avaliar in vitro a eficácia da carboplatina (fármaco antineoplásico) e do piroxicam (fármaco anti-inflamatório não esteroide), isoladamente e em combinado, nas linhas celulares humanas T24 e 5637 de cancro da bexiga. O ensaio do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio foi utilizado para avaliar a viabilidade celular. Para tal, as células foram expostas a diferentes concentrações de carboplatina (0,05, 0,5 e 1 μM) e de piroxicam (167, 333 e 500 μM), isoladamente e em simultâneo. O tipo de interação existente na abordagem simultânea foi investigado pelo método de Chou e Talalay. A proliferação celular, apoptose, autofagia e alterações morfológicas celulares foram avaliados pelos métodos de imunocitoquímica, Terminal deoxynucleotidyl transferase mediated dUTP nick end labelling (TUNEL), coloração de monodansilcadaverina (MDC) e coloração de Leishman, respetivamente. Nestas metodologias foi utilizado 0,05 μM de carboplatina e 333 μM de piroxicam. Todas as metodologias foram realizadas após 72 horas de exposição aos fármacos. A análise estatística foi realizada com o programa SPSS, valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Isoladamente, nas concentrações mais elevadas testadas, obteve-se uma viabilidade celular de 56% e 61% (p<0,05) nas linhas T24 e 5637 após a exposição à carboplatina, enquanto na exposição ao piroxicam obteve-se valores de 54% (linha T24) e 51% (linha 5637) de viabilidade celular (p<0,05). No tratamento simultâneo obteve-se 7% de viabilidade celular na linha T24 e 8% na linha 5637 (p<0,05). A combinação dos fármacos resultou numa interação sinérgica, com valores inferiores a 1 na linha T24 (IC50=0,65) e na linha 5637 (IC50=0,17). Por imunocitoquímica, verificou-se uma moderada expressão da proteína Ki-67 nas células tratadas com os fármacos isoladamente e uma diminuição acentuada no tratamento simultâneo. O ensaio do TUNEL revelou um efeito mínimo na obtenção de apoptose nas células tratadas com a combinação da carboplatina e do piroxicam nas duas linhas celulares. Pela coloração de MDC observou-se um aumento notório da presença de vacúolos autofágicos quando as células foram expostas em simultâneo aos fármacos nas duas linhas celulares, quando comparado com os fármacos isoladamente. Através da coloração de Leishman observou-se uma maior incidência de corpos apoptóticos, citoplasma vacuolizado e células apoptóticas quando as células T24 e 5637 foram tratadas com ambos os fármacos. Estes resultados sugerem um possível efeito benéfico na conjugação da carboplatina com o piroxicam nas linhas celulares de cancro da bexiga T24 e 5637. Futuros estudos em modelos in vivo são necessários para corroborar estes resultados.Cancer is one of the most feared disease by Man and, according to the World Health Organization, one in eight deaths is caused by cancer. In particular, bladder cancer is one of the most common diseases with high social-economic impact worldwide, it is one of the most common malignant tumors in the urinary tract, only preceded by prostate cancer. The combination of antineoplastic and anti-inflammatory drugs for the treatment of cancer becoming an approach increasingly accepted by the scientific community, and the use of preclinical models is considered a key tool in research. The purpose of this study was to evaluate the in vitro efficacy of carboplatin (an antineoplastic drug) and piroxicam (an anti-inflammatory non-steroidal drug), either in isolation or combined, in T24 and 5637 human bladder cancer cell lines. The 3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide assay was used to evaluate cell viability. For this purpose, cells were exposed to different concentrations of carboplatin (0.05, 0.5 and 1 μM) and piroxicam (167, 333 and 500 μM), separately or simultaneously. The kind of interaction of the simultaneous approach was investigated by the Chou and Talalay method. Cell proliferation, apoptosis, autophagy and cell morphological changes were evaluated by immunocytochemistry, terminal deoxynucleotidyl transferase mediated dUTP nick end labelling (TUNEL), monodansylcadaverine (MDC) staining and Leishman stain, respectively. In these methodologies 0.05 μM of carboplatin and 333 μM of piroxicam were used. All assays were carried out after 72 hours of drug exposure. Statistical analysis was performed using the SPSS program, values of p<0.05 were considered to be statistically significant. At the highest concentrations tested in isolation, there was obtained a cell viability of 56% and 61% (p<0.05) in the 5637 and T24 cell lines, after exposure to carboplatin, while exposure of piroxicam induced 54% (T24 cell line) and 51% (5637 cell line) of cell viability (p<0.05). In the combined treatment, it was obtained 7% of cell viability in T24 cell line and 8% in 5637 cell line (p<0.05). The combination of drugs resulted in a synergistic interaction with values smaller than 1 in T24 (IC50=0.65) and 5637 (IC50=0.17) cell lines. By immunocytochemistry, there was a moderate expression of Ki-67 protein in cells treated with the drugs alone and a marked decrease in the combined treatment. The TUNEL assay revealed a minimal effect in obtaining apoptosis in cells treated with the combination of carboplatin and piroxicam in both cell lines. In MDC staining, we observed a markedly increase in the presence of autophagic vacuoles when cells were exposed to drugs simultaneously, in both cell lines, and when compared to the drugs alone. Through Leishman stain higher incidence of apoptotic bodies, vacuolated cytoplasm and apoptotic cells were observed when the T24 and 5637 cells were treated with both drugs. These results suggest a possible beneficial effect of carboplatin and piroxicam combination in T24 and 5637 bladder cancer cell lines. Future studies using in vivo models are necessary to confirm these results.2016-12-06T14:26:13Z2016-12-06T00:00:00Z2016-12-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/7012porSilva, Jessica Eirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:34:10Zoai:repositorio.utad.pt:10348/7012Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:02.739965Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O cancro é uma das doenças mais temidas pelo Homem e de acordo com a Organização Mundial de Saúde uma em cada oito mortes é provocada por cancro. Em particular, o cancro da bexiga constitui uma doença frequente com elevado impacto socioeconómico em todo o mundo, é uma das neoplasias malignas mais comum do trato urinário, sendo precedido apenas pelo cancro da próstata. A combinação de fármacos antineoplásicos e anti-inflamatórios para o tratamento do cancro começa a ser uma abordagem cada vez mais aceite pela comunidade científica, e o uso de modelos pré-clínicos é considerada uma ferramenta fundamental em investigação oncológica. Este estudo teve como objetivo avaliar in vitro a eficácia da carboplatina (fármaco antineoplásico) e do piroxicam (fármaco anti-inflamatório não esteroide), isoladamente e em combinado, nas linhas celulares humanas T24 e 5637 de cancro da bexiga. O ensaio do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio foi utilizado para avaliar a viabilidade celular. Para tal, as células foram expostas a diferentes concentrações de carboplatina (0,05, 0,5 e 1 μM) e de piroxicam (167, 333 e 500 μM), isoladamente e em simultâneo. O tipo de interação existente na abordagem simultânea foi investigado pelo método de Chou e Talalay. A proliferação celular, apoptose, autofagia e alterações morfológicas celulares foram avaliados pelos métodos de imunocitoquímica, Terminal deoxynucleotidyl transferase mediated dUTP nick end labelling (TUNEL), coloração de monodansilcadaverina (MDC) e coloração de Leishman, respetivamente. Nestas metodologias foi utilizado 0,05 μM de carboplatina e 333 μM de piroxicam. Todas as metodologias foram realizadas após 72 horas de exposição aos fármacos. A análise estatística foi realizada com o programa SPSS, valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Isoladamente, nas concentrações mais elevadas testadas, obteve-se uma viabilidade celular de 56% e 61% (p<0,05) nas linhas T24 e 5637 após a exposição à carboplatina, enquanto na exposição ao piroxicam obteve-se valores de 54% (linha T24) e 51% (linha 5637) de viabilidade celular (p<0,05). No tratamento simultâneo obteve-se 7% de viabilidade celular na linha T24 e 8% na linha 5637 (p<0,05). A combinação dos fármacos resultou numa interação sinérgica, com valores inferiores a 1 na linha T24 (IC50=0,65) e na linha 5637 (IC50=0,17). Por imunocitoquímica, verificou-se uma moderada expressão da proteína Ki-67 nas células tratadas com os fármacos isoladamente e uma diminuição acentuada no tratamento simultâneo. O ensaio do TUNEL revelou um efeito mínimo na obtenção de apoptose nas células tratadas com a combinação da carboplatina e do piroxicam nas duas linhas celulares. Pela coloração de MDC observou-se um aumento notório da presença de vacúolos autofágicos quando as células foram expostas em simultâneo aos fármacos nas duas linhas celulares, quando comparado com os fármacos isoladamente. Através da coloração de Leishman observou-se uma maior incidência de corpos apoptóticos, citoplasma vacuolizado e células apoptóticas quando as células T24 e 5637 foram tratadas com ambos os fármacos. Estes resultados sugerem um possível efeito benéfico na conjugação da carboplatina com o piroxicam nas linhas celulares de cancro da bexiga T24 e 5637. Futuros estudos em modelos in vivo são necessários para corroborar estes resultados. |
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