Uma realidade oculta no armário: a violência nas relações de intimidade entre mulheres
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1822/82891 |
Resumo: | Dissertação de mestrado em Crime, Diferença e Desigualdade |
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Uma realidade oculta no armário: a violência nas relações de intimidade entre mulheresA reality concealed in the closet: intimate partner violence between womenBissexuaisEstereótipos de géneroLésbicasLGBTQIA+Violência nas relações de intimidadeBisexualsGender stereotypesIntimate partner violenceLesbiansCiências Sociais::SociologiaDissertação de mestrado em Crime, Diferença e DesigualdadeA violência nas relações de intimidade entre mulheres ainda é uma realidade invisível, marginal e imensamente complexa, que vem impor um reenquadramento e reflexão dos papéis sociais atribuídos às mulheres e, consequentemente, dos papéis de perpetradora e de vítima. Este fenómeno possui características e dinâmicas semelhantes à violência entre casais heterossexuais, contudo, são duas realidades distintas. A investigação científica nesta área tem enfrentado dificuldades metodológicas que podem justificar a dispersão das taxas de prevalência entre estudos a nível nacional e internacional. De forma a colmatar o escasso conhecimento sobre a violência nas relações de intimidade entre mulheres, sobretudo no panorama português e brasileiro, esta dissertação pretende contribuir para a evolução da investigação, nomeadamente compreender as especificidades deste fenómeno, identificar a prevalência de comportamentos de vitimização e perpetração, analisar de que forma os estereótipos de género («masculinidade»/«feminilidade») influenciam estas relações, e averiguar quais as expectativas das participantes sobre os mecanismos de apoio existentes. Para tal, adotou-se uma metodologia quantitativa através de um inquérito por questionário online, destinado a mulheres lésbicas ou bissexuais, maiores de 18 anos, que tenham sido e/ou sejam vítimas e/ou perpetradoras de violência numa relação de intimidade com uma pessoa do mesmo sexo. A amostra final foi constituída por 253 mulheres, com idades entre os 18 e os 60 anos (M=29.51; DP=7.760), sendo que 86 (34.0%) autoidentificaram-se como bissexuais e 167 (66.0%) como lésbicas. Os resultados obtidos revelam elevadas taxas de prevalência tanto na vitimização (96.4%) como na perpetração (44.3%), salientando-se a violência psicológica com 98.0% vs 89.3%, a violência socioeconómica com 88.9% vs 53.6%, a violência física com 72.5% vs 50.9% e a violência sexual com 59.8% vs 15.2%. Verificam-se dinâmicas de poder e controlo análogas às ocorridas nas relações de intimidade heterossexuais. Os estereótipos de género influenciam, ou podem influenciar, as relações de intimidade entre mulheres, assumindo-se relevantes para entender este fenómeno. As mulheres lésbicas ou bissexuais enfrentam um contexto social tendencialmente heterossexista e homofóbico, que as remete para o silêncio e reforça a invisibilidade desta realidade.Intimate partner violence between women is still an invisible, marginal, and immensely complex reality which imposes a reframing and reflection of the social roles attributed to women and, consequently, of the roles of perpetrator and victim. This phenomenon has characteristics and dynamics similar to those of the violence between heterosexual couples. However, they are two distinct realities. Scientific research in this area has faced different methodological difficulties that may justify the dispersion of prevalence rates nationally and internationally. In order to overcome the scarce knowledge about intimate partner violence between women (especially in the Portuguese and Brazilian overview) this dissertation intends to contribute to the development of the research by understanding the specificities of this phenomenon, identifying the prevalence of victimization and perpetration behaviors, analyzing how gender stereotypes («masculinity»/«femininity») influence these relationships, and investigating the participants expectations about the existing support mechanisms. To this end, a quantitative methodology was adopted through the application of an online questionnaire survey, aimed at lesbian or bisexual women, over 18 years old, who have been and/or are victims and/or perpetrators of violence in an intimate relationship with a partner of the same sex. The final sample consisted of 253 women, aged 18 to 60 years (M=29.51; SD=7.760), with 86 (34.0%) self-identifying as bisexual and 167 (66.0%) as lesbian. The results reveal high prevalence rates on victimization (96.4%) and perpetration (44.3%), highlighting psychological violence with 98.0% vs 89.3%, socioeconomic violence with 88.9% vs 53.6%, physical violence with 72.5% vs 50.9%, and sexual violence with 59.8% vs 15.2%. There are power and control dynamics analogous to those that occur in heterosexual intimate relationships. Gender stereotypes influence, or can influence, intimate relationships between women, and are relevant to understand this phenomenon. Lesbian or bisexual women face a social context that tends to be heterosexist and homophobic, which consigns them to silence and reinforces the invisibility of this reality.Cunha, Manuela Ivone P. daGranja, RafaelaUniversidade do MinhoFerrão, Inês Carmen Teixeira2022-12-052022-12-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/82891por203167597info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T11:55:15Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/82891Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:44:47.355399Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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