Cinejornal Informativo e Brasil Hoje: cinema e memória nacional na ditadura brasileira (1965-1979)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peres, Felipe Guimarães
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/52036
Resumo: Tendo em consideração a problemática das relações entre história, memória, esquecimento, este trabalho intenta esclarecer como o cinejornal ajudou em estabelecer tais memórias, que podem ser manipuladas por grupos e indivíduos, que escolhem mostrar certos aspetos, nesse caso nos cinejornais, em detrimento de outros. Cinejornal é um jornal audiovisual de curta duração que trazia as notícias mais relevantes para o ecrã do cinema. Foi de grande importância para a comunicação desde os anos de 1920 até meados dos anos 60 do século XX, sendo produzido em boa parte do mundo ocidental, como EUA e países da Europa. Realizado pelo Estado ou por iniciativas privadas, o cinejornal pode abordar vários assuntos diferentes, mas costumava trazer os acontecimentos da semana de maneira visual, o que antes era somente reportado por escrito ou rádio. Foi também um importante meio de propaganda estatal, usado principalmente em tempos de guerra. Nesse trabalho analisaremos o cinejornal produzido pelo Estado brasileiro, através da Agência Nacional, durante a ditadura militar (1964-1985). O cinejornal estatal brasileiro começa em 1937, no governo de Getúlio Vargas, intitulado Cinejornal Brasileiro, e torna-se uma plataforma de propaganda do regime. Continua a ser instrumento de muita importância para a comunicação oficial. Em seguida ao golpe de 1964, o governo militar retoma a sua produção em 1965. O primeiro cinejornal do período foi o Cinejornal Informativo, seguido do Brasil Hoje. A partir de uma análise quantitativa dos temas abordados em todos os cinejornais produzidos de 1965 até 1979 (ano que se inicia a produção do Cinejornal Informativo e ano que termina a produção do Brasil Hoje, respetivamente), foi feito um levantamento e extração de dados que nos permitem chegar a algumas conclusões acerca do uso desse género cinematográfico para a criação e sustentação de uma memória desse período brasileiro. Como por exemplo de que o cinejornal não foi o principal meio de propaganda oficial do regime, mas apesar disso foi uma ferramenta importante na máquina de propaganda estatal. Há também uma análise de dois temas específicos, as comemorações do aniversário da “revolução de 64” e da vitória sobre a Intentona Comunista de 1935, que ilustram como o governo militar brasileiro tratava a memória e o esquecimento, que perdura até os dias atuais.
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Realizado pelo Estado ou por iniciativas privadas, o cinejornal pode abordar vários assuntos diferentes, mas costumava trazer os acontecimentos da semana de maneira visual, o que antes era somente reportado por escrito ou rádio. Foi também um importante meio de propaganda estatal, usado principalmente em tempos de guerra. Nesse trabalho analisaremos o cinejornal produzido pelo Estado brasileiro, através da Agência Nacional, durante a ditadura militar (1964-1985). O cinejornal estatal brasileiro começa em 1937, no governo de Getúlio Vargas, intitulado Cinejornal Brasileiro, e torna-se uma plataforma de propaganda do regime. Continua a ser instrumento de muita importância para a comunicação oficial. Em seguida ao golpe de 1964, o governo militar retoma a sua produção em 1965. O primeiro cinejornal do período foi o Cinejornal Informativo, seguido do Brasil Hoje. A partir de uma análise quantitativa dos temas abordados em todos os cinejornais produzidos de 1965 até 1979 (ano que se inicia a produção do Cinejornal Informativo e ano que termina a produção do Brasil Hoje, respetivamente), foi feito um levantamento e extração de dados que nos permitem chegar a algumas conclusões acerca do uso desse género cinematográfico para a criação e sustentação de uma memória desse período brasileiro. Como por exemplo de que o cinejornal não foi o principal meio de propaganda oficial do regime, mas apesar disso foi uma ferramenta importante na máquina de propaganda estatal. Há também uma análise de dois temas específicos, as comemorações do aniversário da “revolução de 64” e da vitória sobre a Intentona Comunista de 1935, que ilustram como o governo militar brasileiro tratava a memória e o esquecimento, que perdura até os dias atuais.This work addresses theories about history, memory, oblivion and how newsreel helped to establish such memories, which can be manipulated by groups and individuals, who choose to show certain aspects, in this case in newsreels, to the detriment of others. Newsreel is a short audiovisual newspaper that brought the most relevant news to the cinema. It was of great importance for communication from the 1920s to the mid-1960s of the 20th century, being produced in much of the western world, such as the USA and European countries. Carried out by the State or by private initiatives, newsreels can cover several different subjects, but it used to present the week's events in a visual way, which was previously only reported in press or radio. It was also an important state propaganda media, used mainly in times of war. In this work we will analyze the newsreel produced by the Brazilian State, through the Agência Nacional, during the military dictatorship (1964-1985). The Brazilian state newsreel production began in 1937, in Getúlio Vargas’s government, entitled Cinejornal Brasileiro, and became a propaganda platform for the regime. It remains an instrument of great importance as official communication. Following the 1964 coup, the military government resumed production in 1965. The first newsreel of the period was called Cinejornal Informativo, followed by Brasil Hoje. Based on a quantitative analysis of the topics covered in all newsreels produced from 1965 to 1979 (the year that Cinejornal Informativo began and the year that Brasil Hoje production ends, respectively), a survey and data extraction was carried out to allow us to reach some conclusions about the use of this cinematographic genre to create and sustain a memory of this Brazilian period. There is also an analysis of two specific themes that illustrate how the Brazilian military government treated memory and oblivion, which remains to current days.Morais, Ana BelaMatos, Sérgio CamposRepositório da Universidade de LisboaPeres, Felipe Guimarães2022-03-29T08:59:46Z2022-02-172021-09-132022-02-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/52036TID:202977900porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:57:05Zoai:repositorio.ul.pt:10451/52036Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:03:12.537892Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Peres, Felipe Guimarães
Jornais televisivos - Aspectos políticos - Brasil - séc.20
Propaganda - Brasil - séc.20
Brasil - 1964-1985 (Ditadura militar)
Brasil - Política e governo - 1965-1979
Teses de mestrado - 2022
Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
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