Intervenção do enfermeiro especialista na adesão ao regime terapêutico da pessoa com experiência de doença mental

• Autor(a) principal: Carvalho, Ana Catarina Leal Abalada de Matos
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/45593
• topic: Enfermagem psiquiátrica; Transtornos mentais; Relação terapêutica

A não adesão ao regime terapêutico na pessoa com experiência de doença mental constitui um problema de saúde pública e uma das mais importantes causas de insucesso dos planos terapêuticos (Cardoso et al., 2016). Esta foi uma das minhas preocupações durante este percurso, que fiz questão de ver refletida no presente relatório. Para tal, planeei um projeto de aprendizagem que coloquei em prática nos dois contextos de EC: no internamento e na comunidade, com o objetivo principal de desenvolver competências de EESMP para favorecer a adesão ao regime terapêutico na pessoa com experiência de doença mental. As intervenções de grupo delineadas no projeto basearam-se na psicoeducação, tendo sido realizadas um total de oito sessões, divididas equitativamente em cada contexto de EC, num período total de nove semanas, tendo cada sessão a duração aproximada de trinta minutos. Para levar a cabo este conjunto de intervenções, foi crucial estabelecer uma relação terapêutica com cada participante e assim permitir que a sua implementação fosse ao encontro das suas necessidades e dificuldades. Para tal, foi necessário aplicar um questionário sociodemográfico, no sentido de caracterizar cada cliente, tendo em conta que este fator pode influenciar as atitudes e comportamentos face à adesão ao regime terapêutico. Foi também aplicada a escala de MAT, de forma a construir um esboço do perfil desta adesão. Ao longo deste percurso, nunca foram recolhidos dados pessoais que permitissem a identificação dos participantes. Assim, delineei estratégias de atuação personalizadas, com base no modelo teórico de Betty Neuman, que facilitou a partilha de experiências de vida, sofrimento e superação, promovendo a aceitação da diferença e o encontro de semelhanças. Procedi a uma avaliação distinta em cada sessão. No final, os clientes expressaram ter compreendido melhor a sua patologia e adquiriram conhecimentos sobre as estratégias a implementar para melhorar a sua vivência com ela, nomeadamente a adesão ao regime terapêutico enquanto pilar fundamental para evitar recaídas e garantir a qualidade de vida.