Convivência social e bullying em adolescentes com doença crónica

• Autor(a) principal: Vinha, Susana Isabel Narigueta da
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/50073
• topic: bullying; vitimização; agressão; doença crónica; adolescência; grupos de pares; victimization; agression; chronic illness; adolescence; peer groups

Este estudo teve como objetivos compreender de que forma a doença crónica impacta a relação com os pares, a aceitação e o convívio no âmbito dos grupos, na adolescência, e verificar se a doença crónica se associa, ou não, ao envolvimento em situações de bullying, nos papéis de vítima, agressor ou vítima/agressora. Com esse intuito, foi estudada uma amostra de conveniência, que incluía 112 adolescentes com doença crónica, entre os 13 e os 18 anos de idade, de ambos os sexos, com recurso à metodologia mista. Foram aplicados três questionários de autorrelato à totalidade dos participantes e, posteriormente, selecionados quatro adolescentes para realização de entrevistas semi-diretivas. Os resultados demonstraram que: i) 30,4% dos adolescentes referem modificações na convivência social com os pares associadas ao diagnóstico, maioritariamente relacionadas com alterações físicas e falta de informação sobre a doença; ii) a convivência social com os colegas é mais prejudicada, verificando-se uma maior aceitação e um apoio social mais efetivo, relativamente à doença, por parte dos amigos; iii) o maior impacto da doença crónica na relação com os pares relaciona-se com o risco acrescido de vitimização; iv) verifica-se a prevalência do papel de vítima/agressora e o recurso à exclusão social como principal forma de bullying tanto no âmbito da agressão como da vitimização. Estes resultados sugerem a necessidade de uma intervenção articulada entre a comunidade escolar e os serviços de saúde, promotora da literacia em saúde e das competências socioemocionais, como garantia da inclusão e proteção dos adolescentes com doença crónica.