Ossonoba Romana. Análise paleopatológica e paleobiológica de indivíduos adultos de amostra da necrópole do séc. I - III d.C. exumado no Largo 25 de Abril

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Hélder
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/21270
Resumo: A paleopatologia é a ciência que se interessa pelas doenças do passado e a sua evolução e progressão ao longo dos tempos, tanto em seres humanos como noutros animais, baseando-se em restos biológicos e outras fontes. O objetivo desta dissertação é verificar se ocorrem variações ao nível da patologia degenerativa articular e não-articular e da patologia oral entre duas épocas diferentes (romana e moderna). O estabelecimento de padrões de variação revela-se importante na compreensão da influência que os diversos aspetos sociais e ambientais podem exercer no esqueleto humano. Neste trabalho estudaram-se 34 indivíduos adultos, correspondentes a parte dos restos humanos recuperados da necrópole de Ossonoba (atual cidade de Faro), composta por 82 sepulturas provenientes de uma escavação arqueológica realizada em 2004 pela empresa ARKHAIOS, no largo 25 de Abril, no âmbito de um projeto de construção de um prédio neste local. O estrato e espólio votivo associado aos enterramentos e as tipologias das sepulturas inseridas no descrito relativamente à época romana, permitiram a datação das inumações entre os séculos I a III d.C.. O estudo paleodemográfico e paleomorfológico dos 34 indivíduos revelou que 19 pertenciam ao sexo masculino, tendo uma estatura média estimada de 163,1 cm, e 14 ao sexo feminino, cuja média da estimativa da estatura é de 154,2 cm. Num indivíduo, não foi possível determinar o sexo. Os resultados da patologia degenerativa articular revelam que graus menos severos são os que apresentam frequências mais elevadas, acontecendo o mesmo no estudo da patologia degenerativa não-articular. Na análise das patologias orais, observa-se uma maior frequência de dentes com cáries de menor severidade, ocorrendo o mesmo para o tártaro e para a doença periodontal. Já o desgaste dentário apresenta dados interessantes, uma vez que poderá estar associado a funções extra-mastigatórias, ao nível dos graus mais severos, e verifica-se também uma percentagem elevada de lesões periapicais, todas incluídas no grau menos severo. Destacam-se ainda neste estudo as exostoses encontradas em 3 indivíduos e as patologias traumáticas. Verifica-se que dentro da patologia degenerativa não ocorre grande variação de valores de frequência entre as épocas, ao contrário do que acontece para algumas patologias orais, em especial lesões periapicais, que poderão estar relacionadas com o desgaste dentário muito acentuado.
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