Aleitamento materno durante a pandemia de COVID-19: Experiência de uma Unidade de Neonatologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vaz, Ana Sofia
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Figueiredo, Sara, Taborda, Adelaide
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v31.i3.21503
Resumo: Introdução: A doença pelo novo coronavírus (COVID-19) originou uma crise de saúde global, desafiando a abordagem de mães e recém-nascidos. A falta de evidência robusta acerca dos efeitos da infeção na gravidez e no recém-nascido colocou em causa práticas estabelecidas, como o alojamento conjunto e o aleitamento materno. Os autores apresentam os resultados do seguimento de recém-nascidos de mães com infeção por SARS-CoV-2 numa Unidade de Neonatologia de nível III, com especial enfoque no tipo de alimentação implementado. Material e métodos: Foi realizado um estudo longitudinal baseado no registo de recém-nascidos de mães com infeção confirmada por SARS-CoV-2 durante sete meses (1 de abril─31 outubro 2020). As orientações da instituição foram atualizadas durante esse período. Foram registados dados obstétricos e neonatais e efetuado o seguimento da mãe e recém-nascido durante o primeiro mês após a alta através de teleconsulta semanal. Resultados: Catorze díades de recém-nascidos/mães SARS-CoV-2-positivas foram abordadas de acordo com as orientações clínicas vigentes na instituição. Na alta, metade dos recém-nascidos encontrava-se a receber aleitamento materno exclusivo e outra metade leite de fórmula (quase todos devido à separação inicial entre mãe e recém-nascido). A 1 mês de seguimento, 71% dos recém-nascidos estavam sob aleitamento materno, 80% dos quais em exclusivo. Discussão: As taxas de aleitamento materno na alta foram influenciadas pela fase de abordagem da instituição. Um mês após a alta, estas taxas foram inferiores a alguns resultados nacionais, possivelmente refletindo dificuldades no apoio ao aleitamento materno durante a pandemia. Conclusão: O apoio e promoção do aleitamento materno de forma contínua deve ser uma preocupação das equipas de saúde, mesmo em tempos desafiantes como os da pandemia.
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