Produtos da Reação de Maillard em produtos de panificação: efeito do processamento e composição
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/8557 |
Resumo: | Durante o cozimento de pão, ocorrem reações complexas responsáveis pelas alterações observadas na massa. Entre estas reações destaca-se a caramelização e a reação de Maillard (R. M.). A ocorrência da RM nos alimentos assim como a sua extensão depende de alguns parâmetros, tais como, composição do alimento e tipo de processamento térmico. O trabalho realizado pretendeu determinar o teor de hidroximetilfurfural (HMF), o teor em flavonóides, compostos fluorescentes e fenólicos, pH, densidade, atividade de água e antioxidante e metais em quatro variedades de pão, entre as quais, pão normal/bijou, pão de água, pão de mistura e pão integral da cidade de Vila Real e de pão desenvolvido em laboratório, com farinhas de linhaça, maçã, quinoa e chia, de forma a estudar as suas caraterísticas. Conclui-se que o pão de água tem o maior teor de humidade, no entanto quando cozido em forno de lenha reduz significativamente o valor. Em relação ao pH, a massa crua da maçã foi exceção, pois aumentou relativamente à farinha, devido ao seu pH ácido e de já se encontrar misturada com a farinha de trigo. Os valores obtidos nos compostos fenólicos variaram entre 0,58 (trigo) e 1,39 (maçã) de EAG mg/g na farinha, baixando significativamente nas massas cruas para 0,13 e 0,25, no trigo e maçã respetivamente. O pão de mistura obteve na média de 7 padarias 0,07 mg/g de sulfato de quinino. Seguiu-se o pão de Maçã com 0,06 mg/g em teor de compostos fluorescentes. Os teores em flavonóides na farinha variam entre 7,67 e 123,5 EQC (µg/g), pertencendo ao trigo e à maçã, respetivamente. Durante o cozimento do pão, os valores diminuíram, oscilando entre 6,40 e 17,4 EQC (µg/g), correspondendo à linhaça e à chia. Na formação de compostos acastanhados (melanoidinas), as absorvâvias a 280 nm variam nas farinhas entre 0,38 e 0,78, as massas cruas entre 0,66 e 0,85 e os pães entre 0,46 e 0,77, ou seja, é durante a levedação que se encontra menos variação entre os tipos de amostras, no entanto, é nas massar cruas (maçã) que observamos o maior teor em melanoidinas. Na absorvância a 420 nm, o pão integral e de mistura apresentam um valor médio de 0,043 de melanoidinas. Por sua vez, o pão de linhaça, quinoa e chia obtiveram uma média de 0,007, um valor bastante inferior.Para determinar a capacidade antioxidante, trabalhamos com equivalentes de trolox, tendo obtido valores compreendidos entre 0,26 e 0,27 mM/g nas farinhas e 0,14 e 0,21 mM/g equivalentes de trolox nos pães. Em termos de propriedades químicas, os valores dos 5 tipos de pão rondam em média de 97,5 mg/g em matéria orgânica, enquanto na proteína bruta os valores obtidos são mais consistente no pão que na farinha, e variam entre 12,9-14,9 e 3,47-24,3 respetivamente. Os teores em fibra total nas farinhas variaram entre 4,42 (trigo) e 16,3 (maçã). Os teores dos metais estudados mostram uma ordem de grandeza em ferro, zinco e cobre nas farinhas de linhaça, quinoa e chia. No estudo, os teores de chumbo e cádmio nas farinhas são inferiores ao limites máximos pela Comissão Europeia. O selénio foi o metal menos presente nas amostras. Através da análise sensorial destaca-se o pão de chia pelos descritores: cor do miolo, intensidade de aroma, flavour intenso e textura compacta, enquanto o pão de maçã pelo seu sabor adocicado, maciez e humidade. |
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Conclui-se que o pão de água tem o maior teor de humidade, no entanto quando cozido em forno de lenha reduz significativamente o valor. Em relação ao pH, a massa crua da maçã foi exceção, pois aumentou relativamente à farinha, devido ao seu pH ácido e de já se encontrar misturada com a farinha de trigo. Os valores obtidos nos compostos fenólicos variaram entre 0,58 (trigo) e 1,39 (maçã) de EAG mg/g na farinha, baixando significativamente nas massas cruas para 0,13 e 0,25, no trigo e maçã respetivamente. O pão de mistura obteve na média de 7 padarias 0,07 mg/g de sulfato de quinino. Seguiu-se o pão de Maçã com 0,06 mg/g em teor de compostos fluorescentes. Os teores em flavonóides na farinha variam entre 7,67 e 123,5 EQC (µg/g), pertencendo ao trigo e à maçã, respetivamente. Durante o cozimento do pão, os valores diminuíram, oscilando entre 6,40 e 17,4 EQC (µg/g), correspondendo à linhaça e à chia. Na formação de compostos acastanhados (melanoidinas), as absorvâvias a 280 nm variam nas farinhas entre 0,38 e 0,78, as massas cruas entre 0,66 e 0,85 e os pães entre 0,46 e 0,77, ou seja, é durante a levedação que se encontra menos variação entre os tipos de amostras, no entanto, é nas massar cruas (maçã) que observamos o maior teor em melanoidinas. Na absorvância a 420 nm, o pão integral e de mistura apresentam um valor médio de 0,043 de melanoidinas. Por sua vez, o pão de linhaça, quinoa e chia obtiveram uma média de 0,007, um valor bastante inferior.Para determinar a capacidade antioxidante, trabalhamos com equivalentes de trolox, tendo obtido valores compreendidos entre 0,26 e 0,27 mM/g nas farinhas e 0,14 e 0,21 mM/g equivalentes de trolox nos pães. Em termos de propriedades químicas, os valores dos 5 tipos de pão rondam em média de 97,5 mg/g em matéria orgânica, enquanto na proteína bruta os valores obtidos são mais consistente no pão que na farinha, e variam entre 12,9-14,9 e 3,47-24,3 respetivamente. Os teores em fibra total nas farinhas variaram entre 4,42 (trigo) e 16,3 (maçã). Os teores dos metais estudados mostram uma ordem de grandeza em ferro, zinco e cobre nas farinhas de linhaça, quinoa e chia. No estudo, os teores de chumbo e cádmio nas farinhas são inferiores ao limites máximos pela Comissão Europeia. O selénio foi o metal menos presente nas amostras. Através da análise sensorial destaca-se o pão de chia pelos descritores: cor do miolo, intensidade de aroma, flavour intenso e textura compacta, enquanto o pão de maçã pelo seu sabor adocicado, maciez e humidade.During bread baking, complex reactions occur that are responsible for the changes observed in the dough. Among these reactions, the caramelization and the Maillard reaction (R.M.) are noteworthy. The occurrence of MRI in food as well as its extent depends on some parameters, such as food composition and type of thermal processing. The objective of this work was to determine the content of hydroxymethylfurfural (HMF), flavonoids, fluorescents and phenolics, pH, density, water and antioxidant activity and metals in four varieties of bread, including plain bread / bijou bread of water, bread of mixture and integral bread of the city of Vila Real and of bread developed in laboratory, with flours of flax, apple, quinoa and chia, in order to study its characteristics. It is concluded that the bread of water has the highest moisture content, however when cooked in a wood oven significantly reduces the value. In relation to pH, the raw mass of the apple was an exception because it increased relative to the flour due to its acidic pH and already mixed with the wheat flour. The values obtained in the phenolic compounds varied between 0.58 (wheat) and 1.39 (apple) of EAG mg / g in the flour, dropping significantly in the raw masses to 0.13 and 0.25, in the wheat and apple respectively. The bread mix obtained on average 7 bakeries 0.07 mg / g of quinine sulfate. Apple bread was followed at 0.06 mg / g by fluorescent content. The flavonoid contents in the flour vary between 7.67 and 123.5 EQC (µg / g), belonging to wheat and apple, respectively. During baking the values decreased, ranging from 6.40 to 17.4 EQC (µg / g), corresponding to flaxseed and chia. In the formation of brownish compounds (melanoidines), the absorbances at 280 nm vary in the flours between 0.38 and 0.78, the raw masses between 0.66 and 0.85 and the loaves between 0.46 and 0.77, or it is during the yeast that there is less variation among the sample types, however, it is in the raw masses (apple) that we observe the highest melanoidin content. At the absorbance at 420 nm, whole-grain and blended bread have an average value of 0.043 of melanoidines. In turn, the linseed, quinoa and chia bread obtained an average of 0.007, a much lower value.To determine the antioxidant capacity, we worked with trolox equivalents, having obtained values between 0.26 and 0.27 mM / g in the flour and 0.14 and 0.21 mM / g equivalent of trolox in the loaves. In terms of chemical properties, the values of the 5 types of bread average around 97.5 mg / g in organic matter, while in the crude protein the values obtained are more consistent in the bread than in the flour, and they vary between 12,9- 14.9 and 3.47-24.3 respectively. Total fiber contents in the flours varied between 4.42 (wheat) and 16.3 (apple). The contents of the studied metals show an order of magnitude in iron, zinc and copper in the flours of flax, quinoa and chia. In the study, the levels of lead and cadmium in meal are below the ceilings by the European Commission. Selenium was the least present metal in the samples. Through the sensorial analysis the chia bread is highlighted by the descriptors: crumb color, intensity of aroma, intense flavor and compact texture, while apple bread for its sweet taste, softness and moisture.2018-07-25T10:56:01Z2018-01-26T00:00:00Z2018-01-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/8557TID:202324036porSousa, Ângela Liquito Ferreira deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:45:52Zoai:repositorio.utad.pt:10348/8557Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:04:04.090147Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Durante o cozimento de pão, ocorrem reações complexas responsáveis pelas alterações observadas na massa. Entre estas reações destaca-se a caramelização e a reação de Maillard (R. M.). A ocorrência da RM nos alimentos assim como a sua extensão depende de alguns parâmetros, tais como, composição do alimento e tipo de processamento térmico. O trabalho realizado pretendeu determinar o teor de hidroximetilfurfural (HMF), o teor em flavonóides, compostos fluorescentes e fenólicos, pH, densidade, atividade de água e antioxidante e metais em quatro variedades de pão, entre as quais, pão normal/bijou, pão de água, pão de mistura e pão integral da cidade de Vila Real e de pão desenvolvido em laboratório, com farinhas de linhaça, maçã, quinoa e chia, de forma a estudar as suas caraterísticas. Conclui-se que o pão de água tem o maior teor de humidade, no entanto quando cozido em forno de lenha reduz significativamente o valor. Em relação ao pH, a massa crua da maçã foi exceção, pois aumentou relativamente à farinha, devido ao seu pH ácido e de já se encontrar misturada com a farinha de trigo. Os valores obtidos nos compostos fenólicos variaram entre 0,58 (trigo) e 1,39 (maçã) de EAG mg/g na farinha, baixando significativamente nas massas cruas para 0,13 e 0,25, no trigo e maçã respetivamente. O pão de mistura obteve na média de 7 padarias 0,07 mg/g de sulfato de quinino. Seguiu-se o pão de Maçã com 0,06 mg/g em teor de compostos fluorescentes. Os teores em flavonóides na farinha variam entre 7,67 e 123,5 EQC (µg/g), pertencendo ao trigo e à maçã, respetivamente. Durante o cozimento do pão, os valores diminuíram, oscilando entre 6,40 e 17,4 EQC (µg/g), correspondendo à linhaça e à chia. Na formação de compostos acastanhados (melanoidinas), as absorvâvias a 280 nm variam nas farinhas entre 0,38 e 0,78, as massas cruas entre 0,66 e 0,85 e os pães entre 0,46 e 0,77, ou seja, é durante a levedação que se encontra menos variação entre os tipos de amostras, no entanto, é nas massar cruas (maçã) que observamos o maior teor em melanoidinas. Na absorvância a 420 nm, o pão integral e de mistura apresentam um valor médio de 0,043 de melanoidinas. Por sua vez, o pão de linhaça, quinoa e chia obtiveram uma média de 0,007, um valor bastante inferior.Para determinar a capacidade antioxidante, trabalhamos com equivalentes de trolox, tendo obtido valores compreendidos entre 0,26 e 0,27 mM/g nas farinhas e 0,14 e 0,21 mM/g equivalentes de trolox nos pães. Em termos de propriedades químicas, os valores dos 5 tipos de pão rondam em média de 97,5 mg/g em matéria orgânica, enquanto na proteína bruta os valores obtidos são mais consistente no pão que na farinha, e variam entre 12,9-14,9 e 3,47-24,3 respetivamente. Os teores em fibra total nas farinhas variaram entre 4,42 (trigo) e 16,3 (maçã). Os teores dos metais estudados mostram uma ordem de grandeza em ferro, zinco e cobre nas farinhas de linhaça, quinoa e chia. No estudo, os teores de chumbo e cádmio nas farinhas são inferiores ao limites máximos pela Comissão Europeia. O selénio foi o metal menos presente nas amostras. Através da análise sensorial destaca-se o pão de chia pelos descritores: cor do miolo, intensidade de aroma, flavour intenso e textura compacta, enquanto o pão de maçã pelo seu sabor adocicado, maciez e humidade. |
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