A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela…
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/101624 https://doi.org/10.14195/2182-7982_36_6 |
Resumo: | A Necrópole de Alapraia (Cascais), datada do Neolítico final, é constituída por quatro grutas artificiais escavadas entre os anos de 1889 e 1943. Restos ósseos humanos foram recuperados das grutas II, III e IV. Este espólio acabou por ficar esquecido e depositado no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, sem nunca ter sido estudado de modo aprofundado. Nos finais da década de 2000, foram localizados restos ósseos humanos da gruta II no antigo Museu Antropológico da Universidade de Coimbra e no Museu dos Serviços Geológicos, em Lisboa, o que levou ao estudo de todo o espólio ósseo humano recuperado da referida Necrópole. A maioria do espólio ósseo humano provém da gruta II. Nesta, foram depositados no mínimo 49 indivíduos, de ambos os sexos, dos quais 22 faleceram com menos de 15 anos. Destaca-se a presença de um osso supranumerário do pé, o calcaneum secundarium (2/8), e de uma cúspide acessória num incisivo lateral superior esquerdo (cúspide de talon), constituindo esta última o caso mais antigo documentado para o atual território português. Entre as patologias observadas, evidenciam-se as lesões traumáticas, todas remodeladas. Estas incluem uma fratura por depressão num crânio de um indivíduo adolescente, nas diáfises de um 5.º metacarpiano esquerdo, 4.º metatarsiano, falange distal do pé, além de um bloco (anquilose) de duas vértebras torácicas de adultos. De salientar ainda a pesquisa em documentação antiga que se revelou extremamente útil para reconstituir o percurso deste espólio ósseo antigo entre diversas instituições. |
id |
RCAP_fd41d5570f6af7ebfc1432a969cbb565 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:estudogeral.uc.pt:10316/101624 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela…The Necropolis of Alapraia: the place of the eternal sleep of a human population. What the human skeletal remains tell us about them…Necrópole de AlapraiaNeolítico finalespólio ósseo humanogruta artificial IICalcaneum secundariumcúspide de talonpatologia traumáticaNecropolis of AlapraiaLate Neolithichuman bonesartificial cave IICalcaneum secundariumtalon cusptraumatic lesionsA Necrópole de Alapraia (Cascais), datada do Neolítico final, é constituída por quatro grutas artificiais escavadas entre os anos de 1889 e 1943. Restos ósseos humanos foram recuperados das grutas II, III e IV. Este espólio acabou por ficar esquecido e depositado no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, sem nunca ter sido estudado de modo aprofundado. Nos finais da década de 2000, foram localizados restos ósseos humanos da gruta II no antigo Museu Antropológico da Universidade de Coimbra e no Museu dos Serviços Geológicos, em Lisboa, o que levou ao estudo de todo o espólio ósseo humano recuperado da referida Necrópole. A maioria do espólio ósseo humano provém da gruta II. Nesta, foram depositados no mínimo 49 indivíduos, de ambos os sexos, dos quais 22 faleceram com menos de 15 anos. Destaca-se a presença de um osso supranumerário do pé, o calcaneum secundarium (2/8), e de uma cúspide acessória num incisivo lateral superior esquerdo (cúspide de talon), constituindo esta última o caso mais antigo documentado para o atual território português. Entre as patologias observadas, evidenciam-se as lesões traumáticas, todas remodeladas. Estas incluem uma fratura por depressão num crânio de um indivíduo adolescente, nas diáfises de um 5.º metacarpiano esquerdo, 4.º metatarsiano, falange distal do pé, além de um bloco (anquilose) de duas vértebras torácicas de adultos. De salientar ainda a pesquisa em documentação antiga que se revelou extremamente útil para reconstituir o percurso deste espólio ósseo antigo entre diversas instituições.The Alapraia Necropolis (Cascais), dating from the Late Neolithic, includes four artificial caves excavated between the years of 1889 and 1943. Human bone remains were recovered from caves II, III and IV. This collection was deposited in the Museu Condes de Castro Guimarães, in Cascais, without ever having been studied in detail. Recently, more human bone remains from Cave II were found in the Anthropological Museum of the University of Coimbra and in the Museum of Geological Services (Lisbon), which prompt the study of all human bones recovered from said Necropolis. The majority of the human remains were recovered from cave II: at least 49 individuals of both sexes, of whom 22 died before the age of 15. The more relevant morphological data includes the presence of a supernumerary foot bone, calcaneum secundarium (2/8), and an accessory cusp on a left superior lateral incisor (talus cusp), which is the oldest documented case in the Portuguese territory to the date. Among the pathologies, traumatic lesions stand out, namely: a depressed fracture in an adolescent’s skull, signs of fracture in the diaphysis of a 5th left metacarpal, 4th metatarsal, distal foot phalanx and thoracic block vertebrae. All the lesions are remodelled. The research in ancient documentation proved to be extremely useful for reconstituting the course of these human remains between several institutions.2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/101624http://hdl.handle.net/10316/101624https://doi.org/10.14195/2182-7982_36_6por2182-79820870-0990Silva, Ana Mariainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T20:43:27Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/101624Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:18:46.735914Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… The Necropolis of Alapraia: the place of the eternal sleep of a human population. What the human skeletal remains tell us about them… |
title |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… |
spellingShingle |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… Silva, Ana Maria Necrópole de Alapraia Neolítico final espólio ósseo humano gruta artificial II Calcaneum secundarium cúspide de talon patologia traumática Necropolis of Alapraia Late Neolithic human bones artificial cave II Calcaneum secundarium talon cusp traumatic lesions |
title_short |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… |
title_full |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… |
title_fullStr |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… |
title_full_unstemmed |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… |
title_sort |
A Necrópole de Alapraia: o local do sono eterno de uma população humana. O que os restos ósseos humanos nos revelam sobre ela… |
author |
Silva, Ana Maria |
author_facet |
Silva, Ana Maria |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Silva, Ana Maria |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Necrópole de Alapraia Neolítico final espólio ósseo humano gruta artificial II Calcaneum secundarium cúspide de talon patologia traumática Necropolis of Alapraia Late Neolithic human bones artificial cave II Calcaneum secundarium talon cusp traumatic lesions |
topic |
Necrópole de Alapraia Neolítico final espólio ósseo humano gruta artificial II Calcaneum secundarium cúspide de talon patologia traumática Necropolis of Alapraia Late Neolithic human bones artificial cave II Calcaneum secundarium talon cusp traumatic lesions |
description |
A Necrópole de Alapraia (Cascais), datada do Neolítico final, é constituída por quatro grutas artificiais escavadas entre os anos de 1889 e 1943. Restos ósseos humanos foram recuperados das grutas II, III e IV. Este espólio acabou por ficar esquecido e depositado no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, sem nunca ter sido estudado de modo aprofundado. Nos finais da década de 2000, foram localizados restos ósseos humanos da gruta II no antigo Museu Antropológico da Universidade de Coimbra e no Museu dos Serviços Geológicos, em Lisboa, o que levou ao estudo de todo o espólio ósseo humano recuperado da referida Necrópole. A maioria do espólio ósseo humano provém da gruta II. Nesta, foram depositados no mínimo 49 indivíduos, de ambos os sexos, dos quais 22 faleceram com menos de 15 anos. Destaca-se a presença de um osso supranumerário do pé, o calcaneum secundarium (2/8), e de uma cúspide acessória num incisivo lateral superior esquerdo (cúspide de talon), constituindo esta última o caso mais antigo documentado para o atual território português. Entre as patologias observadas, evidenciam-se as lesões traumáticas, todas remodeladas. Estas incluem uma fratura por depressão num crânio de um indivíduo adolescente, nas diáfises de um 5.º metacarpiano esquerdo, 4.º metatarsiano, falange distal do pé, além de um bloco (anquilose) de duas vértebras torácicas de adultos. De salientar ainda a pesquisa em documentação antiga que se revelou extremamente útil para reconstituir o percurso deste espólio ósseo antigo entre diversas instituições. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10316/101624 http://hdl.handle.net/10316/101624 https://doi.org/10.14195/2182-7982_36_6 |
url |
http://hdl.handle.net/10316/101624 https://doi.org/10.14195/2182-7982_36_6 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
2182-7982 0870-0990 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134082283601920 |