O papel do estigma na qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV : um estudo com usuários de um serviço de atenção especializada - SAE/CTA no sul de Minas Gerais

• Autor(a) principal: Souza, Fabíola Lopes de
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNISANTOS
• Texto Completo: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7991
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; HIV; estigma; qualidade de vida; psicologia; HIV; stigma; quality of life; psychology

A presente pesquisa teve como objetivo descrever e analisar como o estigma e a discriminação afetam a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV em processo de tratamento. Tratou-se de uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa, com delineamento metodológico realizado em duas etapas, sendo que a primeira contou com a participação de 50 adultos usuários do Serviço de Atenção Especializada SAE/CTA, de um município do Sul de Minas Gerais (SAE/CTA), submetidos individualmente a um Questionário Sociodemográfico e a Escala WHOQOL HIV - bref de Qualidade de Vida. Na segunda etapa foi realizada uma entrevista semidirigida com os 3 participantes que obtiveram os resultados mais rebaixados e 3 mais elevados quanto a qualidade de vida, buscando analisar sua percepção sobre o estigma. Os dados obtidos na primeira etapa foram analisados quantitativamente por meio de estatística descritiva e, na segunda etapa, a análise foi qualitativa, com base na metodologia de análise de conteúdo de Bardin (1988/2012) a partir dos conteúdos relatados. Os resultados foram integrados em uma síntese conclusiva, buscando atender ao objetivo proposto. No que se refere aos resultados, foi possível observar que entre os quatro resultados mais elevados no WHOQOL HIV bref, encontram-se entre participantes com renda muito superior a média da amostra, demonstrando que o fator renda interfere na qualidade de vida da população pesquisada. A partir dos dados obtidos na pesquisa foram. identificadas quatro categorias: Categoria A: Acredita não ter sofrido estigma, pois por medo de sofrer optou por não contar para as pessoas que vive com HIV. Categoria B Não se relacionou mais sexualmente após o diagnóstico. Categoria C: Não esperava o diagnóstico, por não acreditar estar vulnerável ao vírus, por não ter comportamentos de risco. Categoria D: Associou o diagnóstico a uma sentença de morte. A análise demonstrou ser principalmente o estigma antecipado o responsável por afetar a qualidade de vida dessa população, e que marcadores sociais como gênero, raça, e classe social devem ser considerados na busca pela promoção do acesso integral a saúde e equidade para o alívio do sofrimento psíquico população. Deste modo, os resultados podem ampliar a compreensão de saúde, contribuindo para a implantação de políticas públicas inclusivas, visando a qualidade de vida, promoção, recuperação e prevenção da saúde das PVHIV, uma vez que poderá repercutir diretamente na prevenção a novas infecções.